sábado, 15 de dezembro de 2007

SOBRE ADÃO , EVA E DARWIN

Adão e Eva
versus
Charles Darwin

Adolfo Guimarães

Charles Darwin, com sua teoria da evolução das espécies continua sendo uma afronta para o grupo dos criacionistas, movimento que defende a origem do homem e do cosmo segundo a Bíblia, conforme relatos do Gênesis. Este grupo insiste em sustentar o mito de Adão e Eva como sendo os pais da civilização humana.
Mesmo em países desenvolvidos, há todo um esforço de comissões para excluir a evolução das espécies do currículo de escolas. Não satisfeitos, pretendem reduzir o espaço dado à teoria do Big Bang, segundo a qual o Universo surgiu há 15 bilhões de anos. Na concepção desses grupos, o objetivo é melhorar em vez de piorar o ensino de ciência nas escolas.
Um em cada quatro universitários dos EUA acredita em Adão e Eva
Segundo pesquisas, 40% dos americanos (e um em cada quatro universitários) acreditam que Deus criou a Terra, as plantas, os animais e Adão à sua imagem e semelhança. E fez isso tudo há menos de dez mil anos, hipótese cientificamente inverossímil. As pesquisas não informam, mas provavelmente, grande parte dos 60% dos que não acreditam no casal bíblico devem sustentar suas hipóteses sobre algum modelo materialista ou, pelo menos, pouco esclarecedor sobre o aspecto espiritual da questão.
O criacionismo restringe-se à concepção dos evangélicos – especialmente dos americanos. Até mesmo a Igreja Católica, desde 1996, considera oficialmente a evolução como mais do que uma hipótese. Em suas novas interpretações teológicas dos textos bíblicos os estudiosos não mais encontram contradição na visão evolucionista que assuma a divindade como causa suprema da criação.
Duvidando e com a escada da evolução armazenada no DNA
De acordo com o projeto genoma, a evolução não é mais uma teoria. Através do estudo do DNA, a molécula nas células de todos os seres vivos que armazena o código hereditário, consegue-se mensurar o grau de parentesco entre as espécies.
Embora ainda não se tenha identificado exatamente qual foi o ancestral comum do homem, uma vez que seus ossos ainda não foram achados, há uma profusão de fósseis de seus descendentes compondo uma escada evolucionária que chega até nós. Os personagens nessa escalada evolutiva são os seguintes:
Australopitecus afarensis, espécie de hominídeo que viveu há 3,5 milhões de anos, na África, e já andava em pé.
Homo erectus, cujos restos existem na África e na Ásia, os primeiros ancestrais do homem a usar pedras como ferramentas, há dois milhões de anos.
Neanderthais, seres maiores e mais fortes que nós, que habitaram a Europa e a Ásia entre 200 mil anos e 40 mil anos atrás. Apesar de possuírem uma caixa craniana maior que a nossa, faltava alguma coisa muito importante para torná-los humanos, provavelmente a fala, atributo dos Homo sapiens, que evoluíram na África há pouco mais de 100 mil anos. De lá saíram para povoar o planeta.
Allan Kardec, Charles Darwin e a evolução:
Interessante é o fato de que, em 1857, Allan Kardec lançava O Livro dos Espíritos, revelando que o aspecto espiritual do homem está em contínuo processo evolutivo. Daí as explicações sobre a reencarnação como encadeamento de sua jornada única e ascendente no tempo, através dos mundos. Os Espíritos Superiores, que assessoravam Kardec, limitariam a informar apenas que Deus criara o homem "simples e ignorante" e que seu progresso é permanente e inevitável.
Em 1859, Charles Darwin lançava sua obra, comprovando cientificamente a evolução das espécies, confirmando que a evolução é uma lei da natureza. Evidenciava-se, portanto, que o aspecto físico do homem está submetido às leis evolutivas.
Assim, Kardec e Darwin são portadores de uma mesma revelação: o primeiro, no que diz respeito ao Espírito, o segundo, no que toca ao corpo físico.
Embora a essência desses ensinamentos sejam óbvias e satisfaçam ao bom senso, caberá à Doutrina Espírita, por algum tempo, continuar fundamentando, com sua peculiar visão clara e simples, este conceito que também revela a perfeição e a excelência das supremas Leis do Criador.
À caminho da perfeição, corpo e espírito se complementam e se aprimoram em sua inevitável marcha cósmica ascensional.
Ainda que o pensamento do homem contemporâneo pareça demorar a evoluir...
(Reproduzido do site Consciência Espírita, com a devida autorização)

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