quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

DA SÉRIE ANDRE LUIZ

Do Livro "Mecanismos da Mediunidade"
NOTA: É MUITO INTERESSANTE ATENTAR SEMPRE PARA A NOSSA RESPONSABILIDADE E DISCIPLINA, SEMPRE!!!!!!!
Do Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

Efeitos Físicos (II)

DIFICULDADES DO INTERCÂMBIO — Não podemos esquecer que o campo de oscilações mentais do médium — envoltório natural e irremovível que lhe pulsa do espírito — é o filtro de todas as operações nos fenômenos físicos.
Incorporam-se-Ihe ao dinamismo psíquico os contingentes ectoplásmicos dos assistentes, aliados a recursos outros da Natureza; mas, ainda aí, os elementos essenciais pertencem ao médium que, consciente ou inconscientemente, pode interferir nas manifestações.
A exteriorização dos princípios anímicos nada tem a ver, em absoluto, com o aperfeiçoamento moral.
Cumpre destacar, assim, as dificuldades para a manutenção de largo intercâmbio dilatado e seguro, nesse terreno.
Basta leve modificação de propósito na personalidade medianimica seja em matéria de interesse econômico ou de conduta afetiva, para que se lhe alterem os raios mentais. Verificada semelhante metamorfose, esboçam-se-lhe, na aura ou fulcro energético, formas-pensamentos, por vezes em completo desacordo com o programa traçado no Plano Superior, ao mesmo tempo que perigos consideráveis assomam na esfera do serviço a fazer, de vez que a transformação das ondas mediúnicas imprime novo rumo à força exteriorizada, que, desse modo, em certas ocasiões, pode ser manuseada por entidades desencarnadas, positivamente inferiores, famintas de sensações do campo físico.
Em tais sucessos, perturbações variadas podem ocorrer, desencorajando experiências magnificamente encetadas.

MÉDIUM E ASSISTENTES — Todavia, é imperioso anotar que não somente o fulcro mental do médium intervém nas atividades em grupo.
Cada assistente aí comparece com as oscilações que lhe são peculiares, tangenciando a esfera mediúnica em ação, e, se os pensamentos com que interfere nesse campo diferem dos objetivos traçados, com facilidade se erige, igualmente, em fator alternante, por insinuar-se, de modo indesejável, nos agentes de composição da obra esperada, impondo desequilíbrio ao conjunto, qual acontece ao instrumento desafinado numa orquestra comum.
Disso decorrem os embaraços graves para o continuísmo eficiente dos agrupamentos que se formam, na Terra, para as chamadas tarefas de materialização.
Se as entidades espirituais sensatas e nobres estão dependentes da faixa de ondas mentais do médium, para a condução correta das forças ectoplasmáticas dele exteriorizadas, o médium depende também da influência elevada dos circunstantes, para sustentar-se na harmonia ideal.
É por isso que, se o medianeiro tem o espírito parcialmente desviado da meta a ser atingida, sem dificuldade se rende, invigilante, às solicitações dos acompanhantes encarnados, quase sempre imperfeitamente habilitados para os cometimentos em vista, surgindo, então, as fraudes inconscientes, ao lado de perturbações outras de que se queixam, aliás inconsideradamente, os metapsiquistas, pois lidando com agentes mentais, longe ainda de serem classificados e catalogados em sua natureza, não podem aguardar equações imediatas como se lidassem com simples números.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SÉRIE " O CLARIM "

O ESPÍRITA E A CARIDADE


O espírita estudioso sabe que toda a moral de Jesus está consubstanciada na caridade e na humildade: caridade, que é o contraponto do egoísmo, e humildade, que representa o contraponto do orgulho.
Não há quem não anseie pela felicidade. Entretanto, ela jamais será alcançada sem a presença dessas duas virtudes. Isso porque a felicidade é um estado de espírito e tem a ver com o equilíbrio da mente e do coração, neste mundo e no outro.
Ninguém tem, efetivamente, essa paz de espírito se a consciência lhe cobra ter sido, no relacionamento com o próximo, maquiavélico, falso, dissimulado, insincero, antifraterno.Essa paz interior, entretanto, brota, quando o sentimento de solidariedade, de fraternidade, de amor, é exercitado, de inúmeras maneiras:A paciência com o próximo mais próximo;O amparo à criança e ao idoso;A assistência ao enfermo e ao recluso, e assim por diante.
Cada um tem a sua programação reencarnatória e nela diversas formas de praticar a caridade e a humildade.
Salvar-se, no entendimento espírita, significa bem aproveitar essas oportunidades, saindo-se vencedor nessa programação.Representa caridade e humildade calar-se diante da ofensa e perdoar.
Quem assim age está indo contra o egoísmo e o orgulho.E não é somente com relação ao próximo, mas também em relação a Deus.Quem ama o próximo está amando ao Criador. Quem revolta-se diante do próximo está se revoltando diante do Pai Maior: é como se dissesse, murmurando, “Deus é injusto colocando no meu caminho pessoa ou pessoas que me servem de prova, testando-me continuamente.”
Não se podendo amar verdadeiramente a Deus sem a prática efetiva da caridade em relação ao próximo, a garantia do progresso espiritual e moral reside no seu exercício.
Às vezes ouve-se questionamentos sobre se a filantropia seria caridade ou não.
A filantropia, por definição, significa amor à humildade.Assim sendo, se é caridade o amor ao próximo, é caridade também o amor à humildade (Jesus nos ama, a todos).
Como se sabe sobejamente, pelos ensinamentos espíritas, a caridade pode ser espiritual e/ou material e isso se aplica tanto a uma pessoa em particular como a um grupo maior ou menor de pessoas.
Na programação reencarnatória de todos está presente tanto uma como outra forma de caridade, desde a vida em família como a vida em sociedade.
O que varia de um para outro indivíduo é a particularidade da tarefa, seja em função de prova, de reparação, ou de ambos.No estágio evolutivo em que nos encontramos, ninguém se considerará missionário, no sentido religioso da palavra. Entretanto, quedar indiferente em relação às necessidades do próximo, se se pode de alguma forma ajudar, representa culposa omissão, da qual um dia se haverá de prestar contas.
A Doutrina Espírita, com o seu tríplice e indispensável aspecto, enfatizando a prática da caridade como condição para o desenvolvimento espiritual e moral, mostra o caminho a ser seguido pelos que já a compreendem.
Quanto mais estudo mais é sentida a necessidade da prática da caridade; quanto mais a caridade é praticada mais profundamente é sentido o efeito dessa causa em termos de bem estar espiritual.
Pela análise da essência da mensagem espírita, constata-se que o Espiritismo representa o Consolador, a reviscência do Cristianismo na sua pureza dos primeiros tempos cristãos. Ser espírita verdadeiro e buscar ser verdadeiro cristão.
FONTE: http://www.oclarim.com.br

sábado, 28 de novembro de 2009

SOBRE OS FENÔMENOS...

O maravilhoso e a moderna psicologia

Cairbar Schutel

Publicado na RIE em julho de 1925

O caráter sobrenatural atribuído aos fenômenos psíquicos tem perturbado os pensadores de todos os tempos. Na sua história aparecem as lendas, os encantamentos, os contos de fadas e até sobre ela se assentam os taumaturgos e pseudotaumaturgos de todas as épocas, e os dogmas das religiões sectárias.
O maravilhoso, em sua simples expressão, nada mais é que o transcendentalismo psíquico; a sua origem desaparece na noite das primeiras idades.
As explicações que têm revestido o maravilhoso demonstram muito bem a deficiência do ensino da antiga psicologia, cujo estudo só era facultado na antiguidade a um insignificante número de indivíduos e isso mesmo mediante provas duras de suportar e com a condição de absoluto segredo.
Essa “iniciação”, como chamavam-na, se fazia nos templos e constituía na aprendizagem dos “mistérios”, a apelidada parte esotérica, isto é, a parte dos conhecimentos que se não deviam revelar.
O programa dos ensinos compreendia, no seu estreito limite, as ciências naturais, que abrangiam a alquimia, a magia, o feiticismo, a teurgia (medicina oculta); as ciências abstratas: estudos dos números e dos símbolos; ciências filosóficas: cabala, mitologia; e as chamadas ciências derivadas: artes divinatórias, astrologia, cartomancia (adivinhação pelas cartas), quiromancia (pelas linhas da mão), hidromancia (pela água), ofiomancia (pelas serpentes), lampadomancia (pela chama da lâmpada), catoptromancia (pelo espelho), oneiromancia (pelos sonhos), etc, etc.
Fora dos templos o maravilhoso era cultivado, mas com absoluta reserva devido às leis proibitivas, cuja infração era muitas vezes reparada com a vida.
O terror unido à curiosidade do ignoto atraía as gentes, pelo que se vê nas práticas extravagantes, e o temor-culto do perigo que as forças ocultas pudessem ocasionar às massas deram lugar a leis bárbaras e a constantes perseguições que sofreram os povos de então.
É fácil, pelo exposto, se conceber o nascimento das teorias preconcebidas que, mal estudados os seus fatos, originaram a criação das múltiplas escolas que se mantêm até hoje, entravando os seus diretores a marcha ascensional dos espíritos para a verdade.
Não há dúvida que a preocupação máxima dos gênios era a resolução do problema da existência que deveria se tornar conhecida de todos. Mas em resposta a essa necessidade imperiosa surgiram hipóteses que obscureceram o pensamento dos Mestres, permanecendo pela influência do número que a elas se aliavam.
As escolas surgidas no oriente como no ocidente, emergentes da evolução progressiva da consciência, não fizeram mais do que voltar as suas vistas para o desconhecido e o oculto em virtude mesmo de suscitar esse oculto desconhecido, adeptos e entusiastas.
Debalde os gênios retomavam e seguiam a perturbadora esfinge do maravilhoso que lhes convidava à explicação dos fatos persistentes que requeriam, sem dúvida, uma pesquisa criteriosa e inteligente para a solução do terrível problema, do qual sempre se afastavam às repulsas enervantes do dogma abroquelador e persistente.
Desde Hermes Trimegista, de quem fala José Balsamo, como fundador da escola iniciática do Egito, conforme se nota de sua síntese filosófica exarada na Tábua de Esmeralda, todos os ensinos sobre o maravilhoso não passam de obscuros e problemáticos, que poderiam ser aceitos como artigos de fé, mas nunca como produtos da pesquisa exigente e consciente, do livre exame, de um raciocínio coerente com os fatos e teoria que deles ressalta.
Sejam os mistérios de Ísis, de Mitra, de Delfos, ou o gnosticismo de Simão, o Mago, cujas maravilhas sedutoras foram verberadas por S. Pedro, visto o mau patrimônio onde eram recolhidas, mas que, apesar disso, deram ensejo ao erguimento, em Tiro, de uma escola, onde afluía grande número de prosélitos; seja a demonologia da Idade Média, extensiva aos nossos dias, que desnaturando os fatos inutiliza o método experimental da existência e sobrevivência da alma; sejam as concepções búdicas desnaturadas que deram lugar à criação dos vampiros, dos íncubos, dos súcubos; todas as explicações religiosas só serviram para obscurecer e fanatizar os espíritos.
Enfim, o mundo oculto ou antes os transcendentais fenômenos psíquicos, que se salientam na história de todos os povos, são mais complexos do que aparentam, deixando ver bem claro a ignorância que os homens mantinham de suas causas antes da alvorada espírita iluminar os horizontes do nosso planeta.

* * * *

Só depois do aparecimento dos Princípios Kardecistas, que constituem as obras basilares da Moderna Psicologia, que foi proclamado o estudo experimental do homem na sua tríplice manifestação de Vida — vegetativa, moral e espiritual.
Atirado aos ventos da publicidade “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, apareceu a solução da misteriosa equação que constituía a esfinge admirada pelos povos de então.
Os fenômenos psíquicos, deturpados em sua explicação causal por uns e que pareciam, para outros, produtos da superstição e do fanatismo, apareceram em seu conjunto maravilhoso como sólidos alicerces de uma Ciência, cujo fim é a demonstração experimental da existência da alma e sua imortalidade, por meio de comunicações com aqueles que impropriamente se têm chamado os mortos.
De fato, esses fenômenos que remontam, como dissemos, às tradições dos mais antigos povos, nunca mereceram uma observação sistematizada, fria, analítica que lhes tirasse da região da lenda para o domínio da experimentação científica. Essa foi a tarefa de Allan Kardec que, fazendo uma coordenação lógica de todos os fatos até então dispersos desordenadamente através do passado, de acordo com os que se iam verificando, permitiu observá-los em seu conjunto, como em cada uma das suas partes, oferecendo assim aos experimentadores uma orientação justificada no livre exame, na observação direta para a dedução das considerações doutrinais que decorrem de tais fenômenos. E de todo esse conjunto maravilhoso de fatos, cujos relatos, de decisivas experiências, enchem os anais da Moderna Psicologia, numa raciocinada exegese, aparece a prova positiva e incontestável da Imortalidade, que é o princípio básico, fundamental do Espiritismo.

CASA EDITORA O CLARIM - Matão/SP - Brasil - Fone: (16) 3382-1066 -

domingo, 15 de novembro de 2009

PARA APROFUNDAR....

CARNE VERMELHA E PRÁTICA MEDIÚNICA


TADEU SABÓIA


“E chamando a si as turbas, lhes disse: Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”. (Mateus, XV:11).

E respondendo Pedro, lhe disse: Explica-nos essa parábola. E respondeu Jesus: Também vós outros estais ainda sem inteligência? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce ao ventre, e se lança depois num lugar escuso? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem imundo; porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias. Estas coisas são as que fazem imundo o homem. O comer, porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem”. (Mateus, XV: 16-20).

A ALIMENTAÇÃO DE CARNE VERMELHA É PREJUDICIAL?

O ato de comer sempre foi motivo de discussão por parte de todos os povos. A abstenção de certos tipos de alimentos era considerada sagrada e tinha variadas finalidades de acordo com o povo, a época, a cultura e a região.

É inegável que uma alimentação equilibrada é fundamental para a nossa saúde. E no tocante a mediunidade o tema “alimentação” deve ser analisado com maior atenção. Um médium consciente de suas responsabilidades e deveres deve ter uma vida equilibrada em todos os aspectos. Com o que come diuturnamente ele deve primar por este mesmo equilíbrio.

Difundiu-se no movimento espírita uma “idéia” de que comer carne vermelha é proibido aos médiuns. Esta “teoria”, oriunda do “misticismo igrejeiro”, segundo José Herculano Pires, ou da contaminação por idéias do orientalismo mágico é um flagrante engano, do ponto de vista científico-doutrinário.

Observemos que Kardec não deixou o tema sem a devida analise e estudo:

A abstenção de certos alimentos, prescrita entre diversos povos, funda-se na razão? “Tudo aquilo de que o homem se possa alimentar, sem prejuízo para a sua saúde, é permitido. Mas os legisladores puderam interditar alguns alimentos com uma finalidade útil. E para dar maior crédito às suas leis apresentaram-nas como provindas de Deus”.
O Livro dos Espíritos, questão nº 721

A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei natural? “Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização”.
O Livro dos Espíritos, questão nº 722

A abstenção de alimentos animais ou outros, como expiação é meritória? “Sim, se o homem se priva em favor dos outros, pois Deus não pode ver mortificação quando não há privação séria e útil. Eis porque dizemos que os que só se privam em aparência são hipócritas”.(Ver item 720.)
O Livro dos Espíritos, questão nº 724

As privações voluntárias, com vistas a uma expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos olhos de Deus? “Fazei o bem aos outros e tereis maior mérito”.
O Livro dos Espíritos, questão nº 720

Os povos que levam ao excesso o escrúpulo no tocante à destruição dos animais têm mérito especial? “É um excesso, num sentimento que em si mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba neutralizado por abusos de toda espécie. Eles têm mais Temor supersticioso do que verdadeira bondade”.(grifo nosso)
O Livro dos Espíritos, questão nº 736

... Amai, pois, a vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades que lhe são peculiares por força da própria natureza, é desconhecer as leis de Deus. Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre arbítrio o fez cometer, e pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos acidentes que causa. Sereis por acaso mais perfeitos, se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, menos orgulhosos e mais caridosos? Não, a perfeição não está nisso, mas inteiramente nas reformas a que submeterdes o vosso Espírito. Dobrai-o, subjugai-o, humilhai-o, mortificai-o: é esse o meio de o tornar mais dócil à vontade de Deus, e o único que conduz à perfeição.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 11

...Como era mais fácil observar a prática dos atos exteriores, do que se reformar moralmente, de lavar as mãos do que limpar o coração, os homens se iludiam a si mesmos, acreditando-se quites com a justiça de Deus, porque se habituavam a essas práticas e continuavam como eram, sem se modificarem.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, CAP. VIII, Item 10

Mas não foi só o codificador que deixou bem claro a visão espírita do tema. Vemos que outros orientadores encarnados e desencarnados também mantem um posicionamento coerente. vejamos o que nos orienta André Luiz:

A alimentação, durante as horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, será leve. Nada de empanturrar-se o companheiro com viandas desnecessárias. Estômago cheio, cérebro inábil. A digestão laboriosa consome grande parcela de energia, impedindo a função mais clara e mais ampla do pensamento, que exige segurança e leveza para exprimir-se nas atividades da desobsessão. Aconselháveis os pratos ligeiros e as quantidades mínimas, crendo-nos dispensados de qualquer anotação em torno da impropriedade do álcool, acrescendo observar que os amigos ainda necessitados do uso do fumo e da carne, do café e dos temperos excitantes, estão convidados a lhes reduzirem o uso, durante o dia determinado para a reunião, quando não lhes seja possível a abstenção total, compreendendo-se que a posição ideal será sempre a do participante dos trabalhos que transpõe a porta do templo sem quaisquer problemas alusivos à digestão.
André Luiz, Desobsessão, Cap.II.

Em entrevista a Revista “0 Mensageiro” o estudioso da mediunidade e medium Raul Teixeira declara:

P: – Como deve ser a dieta alimentar dos médiuns nos dias de trabalho mediúnico?
R: - A dieta alimentar dos médiuns deverá constituir-se daquilo que lhes possa atender às necessidades, sem descambar para os excessos ou tipos de alimentos que, por suas características, poderão provocar implicações digestivas, perturbando o trabalhador e, conseguintemente, os labores dos quais participe. Desse modo, torna-se viável uma alimentação normal, evitando-se os excessivos condimentos e gorduras que, independente das atividades mediúnicas, prejudicam bastante o funcionamento orgânico.

P: – A alimentação vegetariana será mais aconselhável para os médiuns em geral?
R: – A questão da dieta alimentar é fundamentalmente de foro íntimo ou acatará a alguma necessidade de saúde, devidamente prescrita. Afora isto, para o médium verdadeiro não há a chamada alimentação ideal, embora recomende o bom senso que se utilize uma alimentação que lhe não sobrecarregue o organismo, principalmente nos dias de reunião mediúnica, a fim de que não seja perturbado por qualquer processo de conturbada digestão que, com certeza, lhe traria diversos inconvenientes.
A alimentação não define, por si só, o potencial mediúnico dos médiuns que deverão dar muito maior validade à sua vida moral do que à comida obviamente.
Algumas pessoas recomendam que não se comam carnes, nos dias de tarefa mediúnica, enquanto outras recomendam que não se deve tomar café ou chocolate, alegando problemas das toxinas, da cafeína, etc., esquecendo-se que deveremos manter uma alimentação mais frugal, a partir do período em que já não tenha tempo o organismo para uma digestão eficiente.
É mais compreensível, e me parece mais lógico, que a pessoa coma no almoço o seu bife, se for o caso, ou tome seu cafezinho pela manha, do que passar todo o dia atormentada pela vontade desses alimentos, sem conseguir retirar da cabeça o seu uso, deixando de concentrar-se na tarefa, em razão da ansiedade para chegar em casa, após a reunião, e comer ou beber aquilo de que tem vontade.
Por outro lado, a resposta dos espíritos à questão 723 de O Livro dos Espíritos é bastante nítida a esse respeito, deixando o espírita bem à vontade para a necessária compreensão, até porque a alimentação vegetariana não indica nada sobre o caráter do vegetariano. Lembremo-nos que o “médium” Hitler era vegetariano e que o médium Francisco Cândido Xavier se alimenta com carne”.

Não é no intuito de negar o quanto é saudavel o habito de se abster de carnes vermelhas, mas simplismente de mostrar que o fato de ingerirmos este tipo de alimento não nos impede, nem nos dasabilita da prática da mediunidade nos parametros seguros da codificação.

ARTIGO PUBLICADO NO BOLETIM Nº 536 DO GRUPO DE ESTUDOS AVANÇADOS ESPÍRITA. www.geae.inf.br

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

TEMAS DE O REFORMADOR

Editorial
Espiritismo e Educação

(*)Edição de Novembro de 2009

No final do capítulo III do Livro III de O Livro dos Espíritos,1 que trata da Lei do Trabalho (Questões 685-685a), Allan Kardec tece comentários a respeito da importância da educação na formação moral do ser humano, os quais, pela sua permanente atualidade, transcrevemos:

[...] Há um elemento a que não se tem dado o devido valor e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, àquela que cria hábitos, uma vez que a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando se pensa na grande quantidade de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de admirar as consequências desastrosas que daí resultam? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar com menos dificuldade os dias ruins que não pode evitar. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Eis aí o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos.

Neste contexto, o Espiritismo nos proporciona as condições necessárias para um processo de constante autoeducação, com a formação de hábitos bons. O estudo metódico dos ensinos espíritas; a prática sistematizada da reunião do Evangelho no Lar; o perseverante trabalho nos núcleos espíritas, atendendo aos que buscam assistência e orientação; assumindo tarefas de ensino espírita às crianças, aos jovens, aos adultos e aos idosos; dedicando-se à difusão do Espiritismo por todos os meios lícitos de comunicação; exercendo a mediunidade dentro dos nobres princípios que o Evangelho inspira; cultivando a solidariedade, a fraternidade e a paciência em todas essas realizações, representam, sem dúvida, ações lógicas e coerentes que atendem à nossa real necessidade de evolução e ajudam outros companheiros de jornada evolutiva a encontrarem motivação, ânimo e compreensão para os naturais desafios que enfrentam.

Desta forma, gradativa e constantemente, vamos substituindo os velhos e infelizes hábitos que possuímos, caracterizados pelo egoísmo e pelo orgulho, por novos e bons hábitos, caracterizados pela maior presença dos ensinos do Evangelho, que nos libertam para níveis mais altos.

1KARDEC, Allan. Ed. Comemorativa do Sesquicentenário. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2007.

sábado, 24 de outubro de 2009

SOBRE O PAPEL DO ESPIRITISMO...

Espírita Deve Ser O Nome De Teu Nome


(*) RETIRADO DO SITE MOMEMTO ESPÍRITA
http://www.momento.com.br

Marcelo Garcia

No seu desenvolvimento, o Espiritismo tem passado por diversas fases de uma maneira bastante heterogênea, dependente das especificidades do Movimento Espírita em cada região.


Alguns o tratam com curiosidade desleixada, outros, respeitosa. Há os que o examinam com o especulo da ciência, outros, com o da filosofia. Existem os que buscam respostas para as suas dúvidas; outros, curas para as suas dores. Encontram-se, também, os que querem se apoiar nas propostas da Doutrina para pautarem seu comportamento.


Kardec previu que haveria fases, ao longo do tempo, para o desenvolvimento do Movimento, e dos adeptos, como no trecho que segue:


Três períodos distintos apresenta o desenvolvimento dessas idéias: primeiro, o da curiosidade, que a singularidade dos fenômenos produzidos desperta; segundo, o do raciocínio e da filosofia; terceiro, o da aplicação e das consequências. O período da curiosidade passou; a curiosidade dura pouco. Uma vez satisfeita, muda de objeto. O mesmo não acontece com o que desafia a meditação séria e o raciocínio. Começou o segundo período, o terceiro virá inevitavelmente. O Espiritismo progrediu principalmente depois que foi sendo mais bem compreendido na sua essência íntima, depois que lhe perceberam o alcance, porque tange a corda mais sensível do homem: a da sua felicidade, mesmo neste mundo. Aí a causa da sua propagação, o segredo da força que o fará triunfar. (“O Livro dos Espíritos” – conclusão – item V).


Fica claro, neste trecho, um processo. Não podemos, portanto, estagnar no atender à curiosidade ou ao interesse em compreender as coisas. Devemos ir além. Aliás, isto é o que de fato o Espiritismo pode fazer pelo indivíduo, como vemos nesta passagem:


O objetivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens. Não é preciso procurar nele senão o que pode ajudá-lo para o progresso moral e intelectual. (“O Espiritismo em sua expressão mais simples” –item 35)


As pessoas têm diferentes razões para procurar a Doutrina Espírita. Uma parte deseja ver se existe comunicação de espíritos; outra espera fazer contato com familiares mortos; outra, ainda, vem buscar consolo por perdas.


Há quem deseje explicações para questões filosóficas da vida, cura para doenças diversas, quem busque um grupo de convivência ajustado às suas visões de mundo e de ética, entre outros.


Independente da razão pela qual um indivíduo chega ao Centro Espírita, devemos nos lembrar de dar atenção ao que o Codificador chamou de “objetivo essencial do Espiritismo”.


É comum e compreensível que, para parte das pessoas, a Doutrina Espírita não passe de um conjunto de conceitos, que podem nunca ser usados, ou dos quais se lance mão apenas emalgumas circunstâncias.


Foi para esse tipo de atitude que fomos condicionados, quando estávamos na escola.


Treinados para absorver matérias, acumulando-as em blocos na memória, que devem ser acessados com destreza quando somos submetidos a exames.


Muitos, então, têm tendência a tratar o Espiritismo como uma matéria, conceitos que devem ser conhecidos, mesmo que não se entenda exatamente onde se vai aplicá-los ou como o fazer.


Usar a Doutrina Espírita como um conjunto de conhecimentos do qual se lança mão quando diante de um problema é ter uma fonte de consolo; entretanto, isso não aproveita todo o potencial de que a Doutrina Espírita dispõe para revolucionar a vida, modificar profundamente a visão de mundo e, consequentemente, as atitudes.


O Espiritismo deve colaborar com o progresso intelectual e moral das criaturas.


Sabe-se que progredir intelectualmente não é somente aprender coisas novas, mas aprender a pensar e interpretar as coisas de uma maneira mais adequada. Que progredir intelectualmente é desenvolver sabedoria para lidar com a vida e seus desafios de uma maneira consciente e deliberada, fazendo escolhas com conhecimento de causa. É aproveitar o melhor das diferentes circunstâncias, inclusive problemas, mesmo quando não haja solução.


O progresso moral, por sua vez, consiste no desenvolvimento de virtudes, observável na correção do sentimento e da conduta, na substituição dos vícios por atitudes mais saudáveis, no ajustamento às leis divinas.


O verdadeiro Espírita não é o que crê nas manifestações, mas aquele que faz bom proveito do ensinamento dado pelos Espíritos. Nada adianta acreditar se a crença não faz com que se dê um passo adiante no caminho do progresso e que não o faça melhor para com o próximo. (O Espiritismo em sua expressão mais simples – i. 36)


Está muito claro que o progresso não se dá simplesmente por saber o que é certo, mas a partir do momento em que tomamos decisões com base nestas convicções ou, ainda, em que interpretamos os acontecimentos de acordo com estes princípios.


Evidentemente, é útil compreendermos que o sofrimento tem sempre uma razão, no momento em que estivermos desnorteados ou inapelavelmente atados a algo que nos causa desconforto.


Entretanto, certamente seria muito mais útil se, durante o processo, nós estivéssemos cientes do objetivo da vida, atentos às múltiplas oportunidades de aprendermos com os desafios, sensíveis às sugestões dos amigos espirituais, raciocinando de uma maneira corajosa sobre as maneiras de tirar proveito, mesmo do sofrimento.


Pois essas são apenas algumas atitudes que podemos ter quando aproveitamos os ensinamentos dos Espíritos iluminados, oferecidos por meio de milhares de páginas psicografadas ou por intuição direta.




Dignifica, assim, a Doutrina que te consola e liber­ta, vigiando-lhe a pureza e a simplicidade, para que não colabores, sem perceber, nos vícios da ignorância e nos crimes do pensamento.


«Espírita» deve ser o teu caráter, ainda mesmo te sintas em reajuste, depois da queda.


«Espírita» deve ser a tua conduta, ainda mesmo que estejas em duras experiências.


«Espírita» deve ser o nome de teu nome, ainda mesmo respires em aflitivos combates contigo mesmo.


«Espírita» deve ser o claro adjetivo de tua institui­ção, ainda mesmo que, por isso, te faltem as passageiras subvenções e honrarias terrestres. (...)


Guarda-a, pois, na existência, como sendo a tua res­ponsabilidade mais alta, porque dia virá em que serás naturalmente convidado a prestar-lhe contas.

(Emmanuel – “Religião dos Espíritos” – cap. 80)


O pensamento de Emmanuel deixa claro a que ponto a Doutrina Espírita pode penetrar as nossas vidas, modificando-as.


“Espírita deve ser o nome de teu nome”.


Esta afirmação nos permite meditar sobre nossos papéis na vida.


Tendemos a nos identificar com um dos papéis que desempenhamos, por vezes mais do que com o próprio nome, especialmente com o profissional ou o familiar.


A proposta de Emmanuel é que, antes de qualquer papel que desempenhemos, antes mesmo do nosso nome, sejamos reconhecidos por sermos espíritas.


Existe grande distância entre ser pai espírita e ser espírita pai, assim como entre ser médico espírita e espírita médico.


O pai espírita se preocupará em oferecer orientação moral para o seu filho, desejará que ele frequente os grupos de evangelização e tentará sensibilizá-lo sobre a existência de espíritos e a vida após a morte.

O espírita pai, além disso, procurará sempre lidar com o seu filho considerando-o um espírito imortal, cheio de potenciais desenvolvidos e por desenvolver, retornando à jornada após uma série de sucessos e fracassos, ansioso por acertar nos campos em que se equivocou, mostrando, nos pequenos detalhes, de onde veio e para onde deve ir.


O médico espírita usaria o conhecimento espírita que tem quando parecesse interessante, colocaria obsessão entre os seus diagnósticos diferenciais para um paciente com doença mental, por exemplo.


Já o espírita médico olharia para uma pessoa que busca a sua ajuda como um ser interexistente, com provas e condições que ele mesmo pode ter pedido, que está na vida para aprender com essas provas, refletir sobre as conseqüências do que fez e que o colocaram na condição em que se encontra, e assim por diante.


Inúmeros outros exemplos poderíamos dar, do que seria usar a Doutrina Espírita em nossas vidas, e do que seria fazer da Doutrina Espírita parte da nossa vida.


O ponto a que queremos chegar é que o Espiritismo deve ser para nós um paradigma, ou seja, deve ser a baliza sobre a qual avaliamos tudo que acontece.


Não é suficiente olharmos para a vida sob a ótica materialista e usarmos o Espiritismo apenas quando este for conveniente ou quando aquela se mostre por demais incompleta.


Não devemos tratar o Espiritismo como algo a ser aprendido, mas algo a ser vivido, que deve ser compreendido para que possa ser vivido em toda a sua plenitude.


Que a meditação em torno dos ensinos dos espíritos se torne um dínamo, impulsionando as nossas ações num deotropismo incessante. Que não sejam as nobres máximas apenas jóias em uma vitrine, mas combustível pulsante. Que não sirva para exibições elegantes, mas para atitudes ínclitas!


Que a Instituição Espírita não se torne um peripatético palco ou uma universidade fria, mas seja organismo promotor de mudanças sociais, capaz de atender as múltiplas necessidades daqueles que a buscam!


E que o Movimento Espírita não seja apenas um conglomerado de cabeças esclarecidas, mas uma falange de amor!

Marcelo Garcia

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

´PARA PENSAR...

ESPIRITISMO É COISA SÉRIA!

Sei que preciso caminhar muito tempo para dizer que aprendi alguma coisa . E olha que não estou falando só da Doutrina. Cada vez mais , percebo que preciso estar o tempo todo atento para as coisas do mundo e para tudo que aconteçe a nossa volta.Só assim é que posso dizer que estou no caminho.

Para tal, é importante - sempre , o estudo , a leitura e a reflexão.No caso da Doutrina , precisamos estudar muito e toda hora as Obras Básicas , pois elas servem para nos chamar a razão e ao bom senso na prática mediunica . Todo cuidado é pouco para não sermos tentados à fascinação e ao deconhecimento , ao desequilíbrio e as enganações que fatalmente estaríamos sujeitos pela falta do estudo e do permanente estado de oração e vigilância.

O cuidado deve ser sempre nosso , já que somos veiculos e instrumentos do intercâmbio entre os planos espirituais - o que habitamos atualmente e o que já habitamos anteriormente . Devemos entender definitivamente que atraímos para o nosso lado , as companhias que o nosso pensamento chama .E não adiantará nada , pensarmos em Jesus e na Luz , quando estamos no Centro Espírita se no resto dos dias e da semana , esquecemos que ele existe.

As nossas companhias são fiéis ao nosso estado mental . Logo , tudo o que fazemos está diretamente ligado ao nosso comportamento . Por isso o chamado de que ESPIRITISMO É COISA SÉRIA...

Como é possivel a aproximação de Espiritos de Luz , se o nosso pensamento ainda está na escuridão? Como podemos nos comunicar com Entidades Especiais e recebermos mensagens edificantes se verdasdeiramente ainda não alcançamos uma boa sintonia no dia-a-dia das nossa vida? A nossa tarefa é a do esforço permanente e diario , para criarmos em torno de nós -em todas as horas e em todos os momentos , uma atmosfera fávorável para a permanencia da luz em nossa volta.
Assim , e só assim , poderemos , depois de muito chão ,alcançar alguma capacidade de reconhecer verdadeiramente o Caminho da LUZ . Por enquanto, e por muito tempo - ou será vidas?,ainda seremos meros aprendizes das muitas lições que teremos que apreender para nos melhorarmos um pouco...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

PARA PENSAR...

A Violência na Visão Espírita


do site www.ade-sergipe.com.br
(*) É UMA LEITURA BEM A PROPÓSITO PARA OS NOSSOS DIAS

Jaider Rodrigues e Roberto L.V. de Sousa

“— Não há no Espiritismo, em seu corpo de doutrina, rigorosamente, uma doutrina criminológica que possa explicar a origem da violência. É verdade, todavia, que as suas teses cardeais incidem fundamentalmente, inevitavelmente, sobre algumas teses da Criminologia e da Psicologia Social. Uma delas, por exemplo, é a do criminoso nato. A filosofia espírita afirma que a predisposição criminal, ou a disposição para o acto violento, vem do espírito e não das glândulas, ou de condição instintiva da criatura, o que revelaria uma condição de imperfeição do Criador”.

O que a ciência vê como uma deformação de ordem puramente constitucional ou como instinto primordial do homem, ou, ainda mesmo, como aprendizado ou herança eminentemente cultural, a ciência espirita compreende por outro prisma, porque leva em consideração, sobretudo, os “antecedentes espirituais”, isto é, o conjunto de disposições e tendências do espírito, e não, propriamente, as anomalias e deficiências da constituição somática ou da estrutura psíquica ou social do indivíduo.

O Espiritismo não deixa de conhecer as acções advindas das glândulas ou das pressões sociais e instintivas da criatura. Entretanto, o que ele defende é que nenhum desses factores tem predominância absoluta porque a maior ou menor propensão para a violência depende, principalmente, do grau de atraso ou adiantamento do espírito.

O germe da criminalidade ou da violência está em relação com o estado moral do espírito. As anomalias corporais são instrumentos adequados ao espíritos em determinados tipos de reencarnação, ou seja, há uma evidente correspondência entre a constituição somática e as provas pelas quais a criatura deverá passar.

O Espiritismo, entretanto, não leva suas conclusões ao determinismo absoluto. Em primeiro lugar, porque toda a sua estrutura filosófica-moral parte da premissa da responsabilidade do indivíduo pelos seus próprios actos e, depois, porque a subordinação do indivíduo as influenciações do organismo e das condições sociais estão na dependência da evolução moral do mesmo.

A visão espírita do que seja o livre arbítrio e o determinismo é de fundamental importância para o que pretendemos explicar. Para o Espiritismo, eles são conceitos complementares, porque coexistem em relação ao grau de adiantamento ou não do espírito. Só existe livre-arbítrio quando também está presente a responsabilidade.

A Doutrina Espírita admite o determinismo, mas é importante lembrar que, em sua abordagem, encontraríamos um determinismo “divino”, que é a aquisição do estado de felicidade (uma fatalidade que foi “imposta” a todos nós), e um determinismo “relativo”, em que o espírito recebe suas sanções morais sobre a base de provas e expiações, através da reencarnações sucessivas.

O Espiritismo, no entanto, possui, como um dos seus alicerces doutrinários, o livre-arbítrio, quando podemos ver, na prática, criaturas que conseguem, na razão de seu desenvolvimento espiritual, vencer suas próprias inibições físicas e resistir as pressões do meio onde vivem, sem fugir das experiências do mundo e sem apelar para qualquer meio de fuga.

Sendo assim, a Doutrina Espírita entende o violento como um doente espiritual e não como produto do meio social nem como resultado de uma degenerescência hereditária e, muito menos ainda, como um ser criado com instinto destruidor, do qual ele não pode fugir. Se o indivíduo fosse fruto de seu meio, toda a sociedade bem organizada teria como produto homens de bem. Do mesmo modo, se admitíssemos a tese da hereditariedade, o grau de criminosos numa família oriunda de pais criminosos teria que ser mais elevada do que vemos normalmente.

A tese instintivista, que atribui ao homem um instinto de destrutividade (em que fatalmente o homem iria se destruir), vai de encontro a visão espírita de Deus, já que a presença desse instinto, assim compreendido, não é compatível com a percepção de um Pai de Bondade e Amor.

(...) A Agressividade, lembra-nos Joanna de Angêlis, “reponta desde os primeiros dias de vida infantil e deve ser disciplinada pela educação, na sua nobre finalidade de corrigir e criar hábitos salutares.”

A mais importante terapêutica é a prevenção. Ela exige que todos os adultos busquem o exercício do amor, sob a inspiração da doutrina de Jesus, entendam que precisamos nos moralizar, para que possamos realmente educar as novas gerações e oferecer-lhes um ambiente mais sadio e humano.

Richard Simonetti nos lembra que “quando a contenção da violência deixar de ser um problema policial e se transformar em questão de disciplina do próprio indivíduo; quando a paz for produto não da imposição das leis humanas, mas da observação colectiva das leis divinas, então viveremos num mundo melhor.”

Na realidade, o que observamos nos dias actuais é a leviandade de muitos mestres e educadores imaturos, sem habilitação moral para tais propósitos , ou seja, para a educação de novos indivíduos que aportam na crosta terrestre, facilitando a disseminação da violência e da crença de que esta forma de agir é capaz de resolver os problemas da humanidade.

O homem renovado espiritualmente deverá investir contra a chaga da violência através de sua acção reestruturante da sociedade, buscando suprimir a injustiça social, lutando contra todas as situações que fomentam a miséria económica e instigam o ambiente pernicioso que ora vige, combatendo, acima de tudo, o orgulho, o egoísmo e a indiferença presente no coração de cada um. Nessa visão, o homem entenderá que ninguém pode se omitir sabendo que todo tributo de amor, como a paciência e todo o fruto de luz, como saber, são valiosos tesouros para o futuro na aquisição da paz tão almejada.

Diz o mestre Jesus, em o Sermão da Montanha: “Bem-aventurados os mansos porque eles herdarão a Terra”, numa alusão clara de que só aqueles que vencerem seus impulsos violentos, fazendo-se construtor da paz, terá a oportunidade de habitar a Terra em seu período de regeneração.”


Trecho do trabalho dos Drs. Jaider Rodrigues e Roberto Lúcio Vieira de Souza, intitulado “Visao Psicológica da Violência” publicado no Boletim Médico-Espírita n.° 10.

sábado, 17 de outubro de 2009

VAMOS PENSAR SOBRE...

Espiritismo e Espiritualismo

Celso Martins e Jayme Lobato Soares

Espiritismo
Espiritualismo
Espiritismo, Sincretismo e Cultos Afro-Brasileiros

No item I – Espiritismo e Espiritualismo, da Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, constante de O Livro dos Espíritos Kardec esclarece:

"Para as coisas novas necessitamos de palavras novas, pois assim o exige a clareza de linguagem, para evitarmos a confusão inerente aos múltiplos sentidos dos próprios vocábulos. As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo tem uma significação bem definida; dar-lhes outra, para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos, seria multiplicar as causas já tão numerosas de anfibologia. Com efeito, o espiritualismo é o oposto do materialismo; quem quer que acredite haver em si mesmo alguma coisa além da matéria é espiritualista; mas não se segue daí que creia na existência dos Espíritos ou em suas comunicações com o mundo visível.

Em lugar das palavras espiritual e espiritualismo empregaremos, para designar esta última crença, as palavras espírita e Espiritismo, nas quais a forma lembra a origem e o sentido radical e que por isso mesmo tem a vantagem de ser perfeitamente inteligíveis, deixando para espiritualismo a sua significação própria. Diremos, portanto, que a Doutrina Espírita ou Espiritismo tem por princípio as relações do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo invisível. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas, ou, se o quiserem, os espiritistas.

Como especialidade O Livro dos Espíritos contém a Doutrina Espírita; como generalidade liga-se ao Espiritualismo, do qual representa uma das fases. Essa a razão porque traz sobre o título as palavras: Filosofia Espiritualista."


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Espiritualismo

Doutrina filosófica que admite a existência de Deus e da alma. Contrapõe-se ao Materialismo, que só admite a matéria.

Segundo o Materialismo no ser humano só haveria o corpo físico. Até as funções superiores como a memória, o raciocínio, as emoções, os sentimentos poderiam ser reduzidos a simples reações físico-químicas do sistema nervoso, do sangue, das glândulas internas. O Universo seria formado por acaso e seria explicado dentro das leis das ciências exatas (Matemática, Física, Química, Astronomia etc.). Esta é a tese do Materialismo Filosófico, que não deve ser confundido com o Materialismo Pragmático e Hedonista adotado por aquele que, embora se diga até mesmo religioso, só quer mesmo é gozar os prazeres da vida terrena, nem que seja em cima da miséria alheia.

Todos os religiosos, como aceitam a Alma e Deus, são, por isto mesmo, espiritualistas.

Assim, a pala espiritualista tem significado muito vasto, abrangendo o católico, o protestante, o umbandista, o candomblecista, o israelita ou judeu, o islâmico ou mamometano etc.


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Espiritismo

Doutrina filosófica também espiritualista, mas que se diferencia das outras correntes filosóficas por Ter características bem definidas, a saber:

a – concepção tríplice do homem: Espírito – Perispírito – Corpo Físico;

b – sobrevivência do Espírito como individualidade;

c – continuidade da responsabilidade individual;

d – progressividade do Espírito dentro do processo evolutivo em todos os níveis da natureza;

e – comunicação mediúnica disciplinada voltada para o esclarecimento e a consolação de encarnados e desencarnados;

f – volta do Espírito à matéria (reencarnação) tantas vezes quantas necessárias para alcançar a perfeição relativa a que se destina, não admitindo, no entanto, a metempsicose, ou seja, a volta do Espírito no corpo de animal para pagar dívidas, como aceita o Hinduísmo. Conforme o Espiritismo, o Espírito não retroagrada;

g – ausência total de hierarquia sacerdotal;

h – abnegação na prática do bem, ou seja, não se dobra nada por esta ou aquela atividade espírita;

i – terminologia própria, como por exemplo, perispírito, Lei de Causa e Efeito, médium, Centro Espírita, e nunca corpo astral, karma, Exu, Orixá, "cavalo", "aparelho", "terreiro", "encosto", vocábulos utilizados por outras religiões e que não têm cabimento no meio espírita;

j – total ausência de culto material (imagens, altares, roupas especiais, oferendas, velas etc.);

l – na prática espírita não há batismo nem culto ou cerimônia para oficializar casamento;

m – respeito a todas as demais religiões, embora não incorpore a seu corpo doutrinário os princípios e rituais delas;

n – a moral espírita é a moral cristã: "Fazer ao próximo aquilo que dele se deseje".


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Espiritismo, Sincretismo e Cultos Afro-Brasileiros


Na obra Africanismo e Espiritismo – Cap. I, Deolindo Amorim afirma:

"Tem-se procurado, aliás sem razão plausível, confundir o Espiritismo com velhas práticas afro-católicas, enraizadas no Brasil desde o período colonial. Argumenta-se, em defesa de tal suposição, que nas práticas africanas se verificam manifestações de espíritos, o que, no entender de muitas pessoas, é suficiente para dar cunho espírita a essas práticas. O raciocínio é mais ou menos este: onde há manifestações de espíritos, há Espiritismo; logo, as práticas fetichistas são também práticas espíritas, porque nelas se faz evocações de espíritos".

"Eis aí uma preliminar discutível. Em primeiro lugar, o que caracteriza o ato espírita não é exclusivamente o fenômeno; em segundo lugar, o Espiritismo (corpo de doutrina organizado por Allan Kardec) surgiu no mundo em 1857, e quando suas obras chegaram ao Brasil, já existia o Africanismo generalizado, principalmente na Bahia."

"Historicamente, como se vê, não é possível estabelecer qualquer termo de comparação, porquanto o Africanismo data da época muito recuada, ao passo que a Doutrina Espírita é do século passado..."(século XIX)

"O Africanismo tem ritual organizado, de acordo com suas tradições seculares, fundadas na crença em divindades peculiares a seu culto, enquanto o Espiritismo não adota ritual de espécie alguma, não tem forma de culto, nem adora divindades. É uma doutrina de base científica, propensa ao método experimental, de cogitações filosóficas muito elevadas, porque trata do destino da alma humana, preparando o homem para a prática do Bem, única estrada que conduz a Deus."

"Muito deve o Brasil ao braço africano, cujo suor, com sacrifício e dedicação, regou os alicerces da prosperidade econômica do país. O africano trouxe para o Brasil os elementos de sua cultura, já muito velha àquele tempo. Deu-se logo a mesclagem cultural, mais esclarecida, atualmente, pelas investigações da Sociologia. Com o tempo, porém, o culto africano começou a desfigurar-se, perdendo as suas linhas originais, em conseqüência d gradativa e inevitável influência do Catolicismo. Fundiram-se, pois, três tipos diferentes na formação do Brasil: europeu, africano e aborígene. Entre os filhos da terra, os aborígenes, não havia uniformidade de usos e costumes, o que não deixa de refletir a forma de culto..."

"O Africanismo perdeu há longo tempo, no Brasil, seus traços primitivos. Formou-se no país uma cultura de fusão, disto resultando o sincretismo religioso: um pouco de Catolicismo, um pouco de Africanismo e um pouco de Espiritismo deturpado pelo misticismo popular."

No Cap. II, o autor, informa:

"Não se discute que o objetivo do culto afro-católico, com todos os seus elementos religiosos e culturais, seja ou não o Bem; mas o que se acentua é que Espiritismo não se identifica nem se confunde com o Africanismo. A prática deste último obedece a prescrições ritualísticas, enquanto a prática espírita dispensa e rejeita qualquer fórmula sacramental, qualquer objeto de culto etc..."

"O Espiritismo encontrou, no Brasil, a preponderância do Africanismo e do Catolicismo, com um fator absolutamente favorável: o baixo nível intelectual das massas, educadas na superstição e sob o influxo da Religião Católica, que lhe imprimiu o apego aos ídolos, aos símbolos etc... Difícil tem sido ao Espiritismo reagir contra a propensão de grande parte de seus simpatizantes para o culto fetichista. Daí muita gente, que desconhece o assunto, que não sabe o que é Espiritismo, dizer que Espiritismo e Africanismo são sinônimos... Eis um erro que precisa ser desfeito. Umbandismo, ou qualquer outra forma de Africanismo não constitui modalidade do Espiritismo.

No Livro O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas no Cap. III Deolindo Amorim acrescenta:

"Apesar do aspecto comum – o caráter espiritualista – a Umbanda não se configura no corpo da Doutrina Espírita nem o Espiritismo se conforma à organização religiosa da Umbanda. À parte o fenômeno, que é ponto pacífico, devemos considerar os dois movimentos em seus campos adequados, sem confusão nem rivalidade: Umbanda deve ser compreendida como Umbanda e Espiritismo deve ser compreendido como Espiritismo".



A propósito, cabe esclarecer que não existe espiritismo de mesa, alto espiritismo, baixo espiritismo, espiritismo de mesa branca, e outras expressões similares. Existe somente Espiritismo.

Aliás, ficam também esclarecido que a expressão Kardecismo não corresponde à realidade, pois a doutrina não é de Kardec. Allan Kardec organizou, codificou a Doutrina Espírita ou Espiritismo, que lhe foi passada pelos Espíritos encarregados de concretizar entre nós o Consolador prometido por Jesus.


Transcrevemos abaixo pergunta de um céptico e a resposta de Allan Kardec, constante da obra O que é o Espiritismo, que bem esclarece o assunto:

"V. – O senhor tinha razão de dizer que das mesas giratórias e falantes saiu uma doutrina filosófica, e longe estava eu de suspeitar as conseqüências que surgiram de um fato encarado como simples objeto de curiosidade. Agora vejo quanto é vasto o campo aberto pelo vosso sistema.

A.K. – Nisso vos contesto, caro senhor; dais-me subida honra atribuindo-me esse sistema quando ele não me pertence. Ele foi totalmente deduzido do ensino dos Espíritos. Eu vi, observei, coordenei e procuro fazer compreender aos outros aquilo que compreendo; esta é a parte que me cabe.

Há entre o Espiritismo e outros sistemas filosóficos esta diferença capital; que estes são todos obra de homens, mais ou menos esclarecidos, ao passo que, naquele que me atribuís, eu não tenho o mérito da invenção de um só princípio.

Dize-se: a filosofia de Platão, de Descartes, de Leibnitz,; nunca se poderia dizer: a doutrina de Allan Kardec; e isto, felizmente, pois que valor pode ter um nome em assunto de tamanha gravidade?

O Espiritismo tem auxiliares de maior preponderância, ao lado dos quais somos simples átomos."

Leitura complementar:
Espiritismo Básico – Pedro Franco Barbosa – FEB.
O Espiritismo de A a Z – FEB.
Manual e Dicionário Básico de Espiritismo – Ariovaldo Cavarsan e Geziel Andrade – EME.
A Revelação da Chave – Raymundo Rodrigues Espelho – EME.
O Além e o Aquém – Cristóvam Marques Pessoa – EME.
Capítulo do Livro "O Espiritismo ao alcance de todos"

(*) ESTE É UM ARTIGO MUITO INTERESSANTE E SERVE PARA ESCLARECER ALGUMAS CONFUSÕES QUE NORMALMENTE ACONTECEM NO MEIO ESPIRÍTA.VAMOS LER ?

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

SOBRE...

O PAPEL DA CASA ESPÍRITA





(*) É UMA QUESTÃO COLOCADA POR MIM NA COMUNIDADE DO ORKUT DO LAR DE FREI LUIZ.


TENHO PERCEBIDO QUE MUITOS IRMÃOS QUE ACESSAM A COMUNIDADE TEM COLOCADO AS SUAS PREOCUPAÇÕES A RESPEITO DOS PROCESSOS DE CURAS ,TEMPOS DE TRATAMENTO E RESULTADOS. ESSA É UMA QUESTÃO BEM INTERESSANTE DE SE PENSAR , PRINCIPALMENTE SE PUDERMOS REFLETIR TAMBÉM SOBRE A FUNÇÃO DA CASA ESPÍRITA E A IMPORTANCIA DA DOUTINA ESPÍRITA PARA NÓS QUE NOS DIZEMOS ESPÍRITAS.
DEVEMOS LEMBRAR SEMPRE QUE A DOUTRINA ESTÁ BASEADA NO EVANGELHO DO MESTRE JESUS E NAS ORIENTAÇÕES QUE OS ESPIRITOS ORIENTADORES DE KARDEC PASSARAM NA OCASIÃO DA CODIFICAÇÃO .
EM TODOS OS LIVROS DA CODIFICAÇÃO ,NÃO EXISTE UMA LINHA ESCRITA QUE DÊ A NENHUM HOMEM - ENCARNADO OU DESENCARNADO O PODER DE CURAR A NINGUEM . ESSA CAPACIDADE É DO MESTRE JESUS. PORTANTO ,QUEM ESTIVER PROCURANDO A CASA ESPÍRITA PARA CONSEGUIR QUE ALGUM MÉDIUM LHE PASSE A CURA DEPOIS DE ALGUMAS SESSÕES PODE VOLTAR PARA CASA. A CASA ESPÍRITA É LUGAR - MAIS UM DOS MUITOS , QUE EXISTE PARA QUE O HOMEM POSSA SE APRIMORAR - DANDO OU RECEBENDO OPORTUNIDADES ABENÇOADAS PELA MISERICÓRDIA DO NOSSO PAI .
E JÁ QUE ESTAMOS FALANDO DESSAS OPORTUNIDADES, PRECISAMOS COMPREENDER QUE NO CONJUNTO DELAS ESTÃO AS ALEGRIAS , AS VITORIAS , AS DOENÇAS , O SOFRIMENTO , AS SUPERAÇÕES , ETC ,TODAS AS SITUAÇÕES QUE JÁ VIVEMOS , ESTAMOS VIVENDO E VIVEREMOS , NESSA E EM TODAS AS NOSSAS VIDAS .É É ASSIM, PORQUE O NOSSO PAI É BOM , JUSTO E MISERICORDIOSO E NÃO DÁ PRIVILEGIOS A NENHUM DE SEUS FILHOS . O CAMINHO DA CURA E DA MELHORA É INDIVIDUAL E PASSA NECESSARIAMENTE PELA NOSSA TRANSFORMAÇÃO E PELA NOSSA REFORMA ,JUNTO COM O ESFORÇO QUE FIZERMOS PARA VIVER OS ENSINAMENTOS DEIXADOS PELO NOSSO MESTRE JESUS . O RESTO VEM POR ACRÉSCIMO. VAMOS PENSAR SOBRE ISSO?

sábado, 10 de outubro de 2009

SÉRIE PRA ESTUDAR...

A cura através da imposição de mãos


Giovana Campos
(*)Publicado originalmente no site da Associação Médico-Espírita do Brasil

A troca de energia através das mãos tem sua eficácia divulgada em várias correntes filosóficas e, nos últimos 40 anos, a ciência traz pesquisas da aplicação e benefícios da mesma na área da saúde

O Toque Terapêutico é uma técnica contemporânea de terapia complementar desenvolvida por Dolores Krieger e Dora Kunz, na década de 70. A expressão “toque terapêutico” corresponde à conhecida técnica de “imposição de mãos”, amplamente estudada pela Doutrina Espírita como fator promotor de benefícios na área da saúde. Por ser um meio não invasivo, pode ser utilizado como complemento da terapia ou tratamento utilizado nos doentes.
O toque terapêutico tem registros antigos: aparece no Papiro de Ebers, um dos tratados médicos mais antigos e importantes que é conhecido. Este tratado foi escrito no Antigo Egito e é datado de 1552 a.C. A confirmação deste achado aparece também no livro “O Espiritismo perante à Ciência”, de Gabriel Delanne no trecho “Os egípcios ... empregavam, no alívio dos sofrimentos, os passes e a aposição de mãos, como os executamos ainda em nossos dias”. Esta prática aparece por toda a história da humanidade, como na Bíblia, na época dos romanos, na ascensão da medicina árabe com Aviccena, em épocas medievais, etc.
O médico Paracelso (1493-1541) coloca mais explicitamente a existência de uma força vital magnética e que essa substância sutil possuía notáveis qualidades curativas, pode-se encontrar o principio de bases para o magnetismo que viria a ser descoberto alguns séculos depois. Robert Fludd, médico e místico, atuante no século seguinte a morte de Paracelso, acreditava que os seres humanos possuíam as propriedades magnéticas semelhantes às dos imãs. Esta utilização terapêutica na cura de pessoas começa a ser didaticamente estudada após as descobertas de Franz Mesmer, com o detalhamento do magnetismo animal, em 1779.
No final da década de 60, Dora Kunz estudava a imposição de mãos praticada por Oskar Estebany, um coronel húngaro com a reputação de ter poderes de cura de bócio com seu toque terapêutico. Kunz convidou Krieger a conhecer o trabalho realizado por Estebany. Krieger observava cuidadosamente as sessões onde ele se aproximava do paciente e suavemente movia as mãos para o ponto em que sentia a necessidade de cura. Ao perceber que a prática aliviava e promovia a cura de grande variedade de doenças, Krieger passou a se dedicar a estudar a aplicabilidade deste fenômeno, introduzindo-o no cuidado com o paciente.
Em meados da década de 70, Dolores Krieger, enfermeira e professora na escola de Enfermagem da universidade de Nova Iorque, e a terapeuta Dora Kunz introduziram a prática que denominaram “toque terapêutico”, com a finalidade de promover a melhora da saúde física e emocional.
Os princípios científicos que sustentam esta terapia baseiam-se na concepção de que o ser humano possui um campo de energia que pode estender-se além da pele, é abundante, e flui em determinados padrões que se pretendem equilibrados.
A metodologia deste trabalho é bem semelhante ao passe ministrado em centros espíritas: a pessoa que aplica o toque terapêutico entra em estado meditativo objetivando a cura do paciente. Com compaixão e motivação, o curador foca o desejo de ajudar e até mesmo curar o individuo. Esta vontade é parte importante do processo. Com este pensamento, o campo de energia individual é acessado e a troca de energia faz-se real. As mãos podem agir como um instrumento onde a sensibilidade e a intuição ficam mais vulneráveis a sensações que indicam onde a energia do paciente possa apresentar algum bloqueio. Após a determinação onde das áreas que possam estar em desequilíbrio, o curador começa a mover ou distribuir a energia pelo corpo, aliviando partes doloridas ou congestionadas e melhorando aquelas que estão sem tanta energia.

COMPROVAÇÕES CIENTÍFICAS DO TOQUE TERAPÊUTICO - Desde a década de 60, pesquisas acadêmicas mostram a eficácia da utilização do toque terapêutico, ou imposição de mãos. Inicialmente realizada com animais, as pesquisas logo foram direcionadas a pessoas com diferentes tipos de patologias. Em 1975, Dolores Krieger demonstrou os efeitos do toque terapêutico através da medição de índices fisiológicos em seres humanos após estudos laboratoriais. Comprovou que após a imposição de mãos ocorrem significativas alterações fisiológicas em doentes hospitalizados em diferenciados casos clínicos. Este estudo foi publicado na Revista Americana de Enfermagem, em 1979, sob o título de “Therapeutic touch: searching for evidence of physiological change” (Toque Terapêutico: busca por evidências de mudanças fisiológicas).
A maioria dos estudos foi realizada em ambiente hospitalar com grupos de controle. Procedeu a uma investigação com a colaboração de profissionais de saúde em que participaram vários doentes divididos em dois grupos, foram seguidos ao longo de três anos. Um grupo recebeu o tratamento convencional, o outro recebeu além do tratamento instituído a imposição de mãos. Conforme a própria Dolores Krieger escreveu após detalhado estudo dos benefícios desta prática em pacientes oncológicos, os níveis da hemoglobina nos doentes com neoplasia submetidos ao toque terapêutico aumentaram significativamente, apesar de estarem a ser submetidos à quimioterapia.
De acordo com o Instituto Nacional de Saúde de Washington (EUA), com base em cerca de trinta teses de doutoramento foi atribuído ao Toque Terapêutico, em 1994, a comprovação da sua eficácia como terapia alternativa. A maioria dos estudos da evidência científica relaciona-se com a diminuição da intensidade da dor e do estresse e aumenta a resposta em tratamentos, incluindo a cicatrização de cortes e feridas. A diminuição da ansiedade e indução de relaxamento também aparecem com significância em diversos estudos.
Em fevereiro de 2005, o “Australian Nursing Journal” traz um artigo acerca da aplicação do toque terapêutico em idosos com diversas patologias. Foram selecionados 121 doentes de acordo com os critérios de inclusão definidos pelas autoras (Sue Gregory e Julie Verdouw), tendo sido reagrupados conforme as diversas patologias. Relativamente ao total de doentes que referiam dor (53), após a aplicação da imposição de mãos, os mesmos referiram que a intensidade da dor diminuiu em aproximadamente 40%.
O trabalho desenvolvido pela enfermeira Dolores Krieger tem crescido e angariou muitos adeptos em vários países. O toque terapêutico assumiu a condição de curso, e passou a ser ministrado para os alunos do Mestrado e Doutoramento em Enfermagem, na Universidade de Nova Iorque e também pela ordem dos enfermeiros da província de Quebec, no Canadá e por muitos hospitais americanos, sendo incluído no currículo escolar como disciplina na oncologia, saúde materna e nos pacientes com transplante dos órgãos.
Desde a introdução do toque terapêutico, Krieger já divulgou e realizou treinamentos para enfermeiras em várias universidades. Estima-se que mais de 70 mil enfermeiros, fisioterapeutas, auxiliares e terapeutas ocupacionais tenham participado de treinamentos conduzidos por Krieger e sua colega Kunz..
Em 1981, Dolores Krieger publicou “Foundations for Holistic Health Nursing Practices” e o manual, As Mãos: Como usá-las para ajudar ou curar, em 1992. Seu livro mais recente é Toque Terapêutico: Novos Caminhos da Cura Transpessoal, de 2002.
Neste ano, a enfermeira Dolores Krieger participa do 2º Congresso Espírita dos Estados Unidos trazendo um pouco mais sobre as descobertas e pesquisas acerca do toque terapêutico e dos benefícios que esta técnica não-invasiva traz à melhora e até mesmo cura de diversos quadros patológicos.

NOTA:
ALÉM DE RECUPERAR O CARÁTER HISTÓRICO SOBRE A QUESTÃO DO PASSE ,AQUI TRATADO COMO A IMPOSIÇÃO DAS MÃOS , A AUTORA APRESENTA TAMBÉM A SUA UTILIZAÇÃO EM UMA EXPERIÊNCIA TERAPÊUTICA BEM SUCEDIDA.

SÉRIE IMAGEM

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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

UMA HOMENAGEM...

AO QUERIDO IRMÃO LUIZ DA ROCHA LIMA


A MINHA HOMENAGEM

UM POUCO DE HISTÓRIA

Primórdios do Movimento Espírita no Brasil

Juvanir Borges de Souza

Palestra proferida na Conferência Espírita Brasil-Portugal,
realizada em Salvador (BA), de 16 a 19 de março de 2000.


A história do Espiritismo no Brasil é muito rica de fatos, de personagens e de realizações. Um vasto documentário esparso está à espera de quem o reúna e aprecie, com sensibilidade e conhecimento.

Ao contrário do que ocorreu nos países da Europa, nos quais os movimentos oriundos da Nova Revelação cresceram rapidamente, nas primeiras décadas que se seguiram aos trabalhos da Codificação, para depois estacionarem ou fenecerem, o Movimento Espírita no Brasil cresceu continuamente, apesar das muitas vicissitudes que teve de enfrentar.

II

É interessante observar que, antes do advento do Espiritismo, com a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, em Paris, em 1857, já existiam idéias irradiadas a partir de 1847-1848, nos Estados Unidos, com os fenômenos de Hydesville.

III

Os primeiros experimentadores da mediunidade, no Brasil, saíram dos cultores da homeopatia, com os médicos Bento Mure, francês, aqui chegados em 1840, que aplicavam passes em seus clientes e falavam em Deus, Cristo e Caridade, quando curavam.

José Bonifácio, o patriarca da Independência, cultor da homeopatia, é também dos primeiros experimentadores do fenômeno espírita.

Em 1844, o Marquês de Marica publicou um livro com os primeiros ensinamentos de fundo espírita divulgados no Brasil (Reformador de 1944, p. 207).

IV

Entretanto, o grupo mais antigo que se constituíra no Rio de Janeiro, para cultivar o fenômeno espírita, foi o de Melo Morais, homeopata e historiados, por volta de 1853, conforme registrado em Reformador de 1o. de Maio de 1883.

Freqüentavam esse grupo o Marquês de Olinda, o Visconde de Uberaba e outros vultos do Império.

Os fenômenos das mesas girantes são noticiados pela primeira vez no Brasil em 1853, pelo jornal O Cearense.

V

Assim, quando “O Livro dos Espíritos”, em sua edição original francesa, chegou ao Brasil, encontrou meio favorável ao seu entendimento e divulgação, especialmente na elite social da Capital do Império.

VI

Em 1860 surgiram os dois primeiros livros espíritas em português: “Os tempos são chegados” do professor Casimir Lieutaud, francês radicado no Rio de Janeiro, e “O Espiritismo na sua expressão mais simples”, tradução do professor Alexandre Canu, cujo nome só aparece na terceira edição, em 1862.

VII

Em 1863 o Espiritismo já era comentado com seriedade.

O Jornal do Commercio, o maior órgão da imprensa da Capital do Império de então, publicava em 23 de setembro, artigo favorável à nova Doutrina.

No ano de 1865, surge a primeira contestação de espíritas a comentários desfavoráveis ao Espiritismo, O Diário da Bahia, de Salvador, transcrevera artigo extraído da Gazette Médicale. Esse artigo, desfavorável e mordaz, assinado pelo Dr. Déchambre, foi contestado pelos Drs. Luís Olímpio Teles de Menezes, José Álvares do Amaral e Joaquim Carneiro de Campos, em réplica publicada em 28 de setembro de 1865, artigo que mereceu comentários favoráveis de Allan Kardec na Revue Spirite (vol. 8, pág. 334).

VIII

Os primeiros centros espíritas nos moldes preconizados por Kardec surgem na Bahia (Grupo Familiar do Espiritismo), no Rio de Janeiro e em outros Estados, a partir de 1865.

IX

Em 1869 é editado em Salvador O Eco d’Além-Túmulo, “Monitor do Espiritismo no Brasil”, sob a direção de L. O. Teles de Menezes, que teve efêmera duração.

X

Em novembro de 1873 funda-se em Salvador, Bahia, a Associação Espírita Brasileira, continuação do Grupo Familiar de Espiritismo.

Alguns membros dessa Associação fundaram, em 1874, em Salvador, o Grupo Santa Teresa de Jesus.

XI

A 2 de agosto de 1873 é fundada a Sociedade Grupo Confúcio, primeira entidade jurídica do Espiritismo no Brasil, com estatutos impressos, amplamente noticiada na imprensa nacional e estrangeira.

Nomes como os dos Drs. Siqueira Dias, Silva Neto, Joaquim Carlos Travassos, Casimir Lieutaud, Bittencourt Sampaio fizeram parte dessa sociedade, cuja divisa era “Sem caridade não há salvação”.

A esse Grupo, de curta existência de menos três anos, deve o Espiritismo no Brasil: a primeira tradução das obras de Kardec, por Joaquim Carlos Travassos (Fortúnio); a primeira assistência gratuita homeopática; a primeira revelação do Espírito Guia do Brasil – o Anjo Ismael.

XII

Vale a pena rememorar, para a edificação das novas gerações, as previsões de Ismael, em rara e eloqüente mensagem de transcendente significação no Grupo Confúcio, eis que ela resume a orientação espiritual no que diz respeito à missão do Brasil:

“O Brasil tem a missão de cristianizar. É a Terra da Promissão. A Terra de todos. A Terra da fraternidade. A Terra de Jesus. A Terra do Evangelho...

Na Era Nova e próxima, abrigará um povo diferente pelos costumes cristãos. Cumpre ao que ouve os arautos do Espaço, que convocam os homens de boa-vontade para o preparo da Nova Era, reconhecer em Jesus o chefe espiritual. Com o Evangelho explicado à luz do Espiritismo, a moral de Jesus, semeada pelos jesuítas e alimentada pelos católicos, atingirá a sua finalidade, que é rejuvenescer os homens velhos, que aqui nascerão ou para aqui virão de todos os pontos do Globo, cansados de lutas fatricidas e sedentos de confraternidade. A missão dos espíritas no Brasil é divulgar o Evangelho em espírito e verdade. Os que quiserem cumprir o dever, a que se obrigaram antes de nascer, deverão, pois, reunir-se debaixo deste pálio trinitário: Deus, Cristo e Caridade.

Onde estiver esta bandeira, aí estarei eu, Ismael.”

XIII

Ao Grupo Confúcio seguiu-se a Sociedade Espírita “Deus, Cristo e Caridade”, fundada em março de 1876, com programação francamente evangélica cumprida até 1879.

Mas, cindida a Sociedade, passou a denominar-se Sociedade Acadêmica, em processo de seleção natural e de acordo com as inclinações dos elementos humanos. Uma ala da entidade, tendo à frente Bittencourt Sampaio, Antônio Luiz Sayão e Frederico Junior, destacou-se para fundar a “Sociedade Espírita Fraternidade”, em 1880.

A “Fraternidade” subsistiu com a orientação evangélica até transformar-se em “Sociedade Psicológica”, desaparecendo em 1893.

Observe-se a definição de rumos, com a preocupação de alguns adeptos desavisados, suprimindo o qualificativo “Espírita” e substituindo-o por “Acadêmica” e “Psicológica” nas duas Sociedades.

Em 6 de agosto de 1880 era criada, em Campos, Estado do Rio de Janeiro, a Sociedade Campista de Estudos Espíritas.

XXIV

É criado em janeiro de 1881, na cidade de Areias, São Paulo, o Grupo Espírita Areense, que lançou, no mesmo ano, o jornal União e Crença.

É no ano de 1881 que o Espiritismo é perseguido pela polícia, pela primeira vez, sendo proibidas as sessões da “Sociedade Acadêmica Deus, Cristo e Caridade”, a Sociedade de maior prestígio à época.

XV

Em 6 de setembro de 1881, instalou-se, no Rio de Janeiro, o primeiro Congresso Espírita do Brasil, do qual resultou o Centro da União Espírita do Brasil, dentro da Sociedade Acadêmica.

XVI

Ainda em 1881, a 21 de novembro, instalou-se no Rio de Janeiro a “Associação Amor e Caridade”; em março de 1882, a “Sociedade Espírita Allan Kardec” e em setembro de 1882 o “Grupo Espírita Santo Antonio de Pádua”.

XVII

Augusto Elias da Silva, fotógrafo português radicado no Rio de Janeiro, observando as difíceis condições para se fazer a defesa do Espiritismo pela imprensa, contra os ataques impiedosos e insultuosos do Catolicismo, a religião oficial do Estado, funda, em 21 de janeiro de 1883, o jornal Reformador.

Esse órgão, que recebeu o apoio de espíritas militantes de grande prestígio na época, como Bezerra de Menezes e o Major Francisco Raimundo Ewerton Quadros, procedeu à análise serena e segura de uma Pastoral católica que pregava o ódio aos espíritas.

Por essa época já existia várias Sociedades Espíritas na Capital do Império e em algumas províncias.

XVIII

Em 2 de janeiro de 1884 é fundada a Federação Espírita Brasileira. A iniciativa coube a Augusto Elias da Silva, que recebeu o apoio de Ewerton Quadros, Xavier Pinheiro, Fernandes Figueira, Silveira Pinto e outros.

Instalada a novel Sociedade, com a eleição da primeira diretoria, uma das primeiras resoluções foi a incorporação do órgão Reformador à nova Sociedade.

É interessante frisar que, apesar de sua denominação – Federação – não contava a instituição com nenhuma filiação de qualquer outra entidade, inicialmente.

Torna-se, pois, evidente, que os objetivos da Sociedade, no campo federativo, projetava-se no futuro, sendo seus fundadores os instrumentos de uma planificação maior da Espiritualidade.

XIX

Ainda em 1883, surge em Campos (no atual Estado do Rio de Janeiro), em fevereiro, a “Sociedade Espírita Concórdia” e em outubro do mesmo ano, em Macaé, a “Sociedade Espírita Luz Macaense”.

O “Grupo Ismael” (Grupo de Estudos Evangélicos do Anjo Ismael), célula de ligação entre os trabalhadores dos dois planos da vida, funciona desde 15 de julho de 1880, fundado por Antônio Luiz Sayão e Bittencourt Sampaio. Dele fizeram parte Bezerra de Menezes, Frederico Junior, Domingos Filgueiras, Pedro Richard, Albano do Couto e muitos outros companheiros provindos de diversos núcleos.

Acedendo Bezerra de Menezes em aceitar a presidência da Federação em 1895, o “Grupo Ismael” acompanhou o apóstolo do Espiritismo no Brasil, apoiou-o na direção da Casa e integrou-se nela, até os dias atuais.

XX

Alguns grupos espíritas da Capital aderiram à Federação, a partir de 1885, como o “Grupo Espírita Menezes” (Reformador de 15-2-1885) e elementos prestigiosos na sociedade fluminense: o Dr. Francisco de Menezes Dias da Cruz, homeopata, o Dr. Castro Lopes, filólogo e escritor, e vários outros.

XXI

Mas o fato de maior significação nos arraiais espiritistas foi, sem dúvida, a adesão ao Espiritismo do eminente político, médico e católico, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, perante um auditório de 2.000 pessoas, no salão de honra da Guarda Velha, no dia 16 de agosto de 1886.

A impressa registrou o acontecimento, o telégrafo levou a notícia às Províncias, a Federação recebeu muitas adesões e os círculos católicos agitaram-se.

De novembro de 1886 a dezembro de 1893, Bezerra escreveu ininterruptamente, aos domingos, sob o pseudônimo de Max, os célebres artigos sobre o Espiritismo, no jornal O Paiz, o mais lido no Brasil, na época.

Ao mesmo tempo que escrevia, Bezerra pregava a união dos espíritas e concitava os confrades à harmonia e à fraternidade.

É, por isso, considerado o campeão da unificação do Movimento Espírita, com base na união e na tolerância entre os espíritas.

XXII

Em meados de fevereiro de 1889, previamente anunciado pela Espiritualidade, o Espírito Allan Kardec viria “fazer uma análise da marcha da doutrina no Rio de Janeiro, dirigindo-se a todos os espíritas”.

Através do notável médium Frederico Junior, da Sociedade Fraternidade, Kardec ofereceu as conhecidas “Instruções” para o Movimento Espírita de então.

XXIII

Bezerra de Menezes vê na Federação, nos anos de 1888-89, então sob sua presidência, a organização ideal onde se poderia unificar o Movimento Espírita. Por isso nela instalou, em 1889, o Centro da União Espírita do Brasil, com a aprovação dos grupos espíritas então existentes no Rio de Janeiro.

Mas a união dos espíritas não foi conseguida, apesar dos esforços de Bezerra e do apelo do Espírito Allan Kardec.

Prevalecia a divergência entre “místicos” e “científicos”.

XXIV

Em São Paulo, Batuíra fundara, em 1890, o maior núcleo espírita do País, com sede própria, e um órgão de divulgação, o Verdade e Luz, de grande tiragem. Deu seu apoio à Federação e tornou-se o representante dela em São Paulo.

XXV

Em maio de 1887, foi fundada em Porto Alegre (Rio Grande do Sul) a Sociedade Espírita Rio Grandense.

XXVI

Em fevereiro de 1890 surge em Maceió, Alagoas, o Centro Espírita das Alagoas.

XXVII

Em 1890, o Dr. Polidoro Olavo de São Thiago trouxe à Federação Espírita Brasileira uma iniciativa feliz: a criação da Assistência aos Necessitados, em moldes espíritas.

E o Dr. Pinheiro Guedes, em 1890, incorporou à pequena biblioteca da FEB um acervo importantíssimo de livros sobre todos os ramos do conhecimento.

XXVIII

Proclamada a República em 1889, em 1890 surge o novo Código Penal, no qual o Espiritismo era enquadrado como transgressão à lei, em alguns de seus dispositivos dúbios.

O fato serviu para que os espíritas de todas as tendências se unissem contra tais dispositivos, do que resultou a explicação do autor do Código, Dr. Antônio Batista Pereira, de que tais disposições não atingiam o Espiritismo filosófico, religioso, moral, educativo, mas o espiritismo criminoso, expressão infeliz então usada.

XXIX

Em compensação, o grande acontecimento que favoreceu o Espiritismo, como também a todas as religiões praticadas no Brasil, foi a Constituição Republicana, de 24 de fevereiro de 1891, que constituiu o Estado leigo, sem os liames que o ligavam à Igreja Católica Romana.

XXX

Já por essa época fundavam-se, por todos os Estados brasileiros, núcleos espíritas.

Em 1892 era fundada em Natal, Rio Grande do Norte, a Sociedade Natalense de Estudos Espíritas.

Em maio de 1893 surgiu, na Bahia Amor e Caridade.

Nesse mesmo ano funda-se em Cuiabá, Estado de Mato Grosso, a Sociedade Espírita Cristo e Caridade, com seu órgão A Verdade.

Em 1894 é criado em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o Grupo Espírita Allan Kardec.

Em outubro de 1894 instala-se em Lavras, Estado de Minas Gerais, o Centro Espírita Luz e Caridade.

Em julho de 1897 instalou-se e, Cáceres, Mato Grosso, o Grupo Espírita Apóstolos de Cristo e da Verdade.

Nesse mesmo ano de 1897 é organizada a Livraria da FEB, por abnegados espíritas.

XXXI

Bezerra de Menezes, aceitando a presidência da Federação Espírita Brasileira, é empossado em 3 de agosto de 1895.

Começa uma nova fase para a Instituição, cuja influência se estende por todo o território nacional.

Em 1897 são transferidos à Federação os direitos autorais, para a língua portuguesa, de todas as obras de Allan Kardec, fato de suma importância para a difusão da Doutrina Espírita no Brasil.

XXXII

Os inimigos e dissidentes internos do Movimento Espírita no Brasil sempre se firmaram no divisionismo, no personalismo, no despreparo e nas interpretações pessoais de determinados adeptos e nas vaidades individuais, em contraposição aos princípios doutrinários.

Desde os primórdios do Espiritismo esses fatores estiveram presentes no seio de seus movimentos, por toda parte. No Brasil não seria diferente.

Já os inimigos externos são conhecidos por suas atuações, desde meados do século XIX, no Brasil: a) o positivismo, de grande influência nos primórdios da República; b) o materialismo, opositor permanente; c) a classe clerical obscurantista.

XXXIII

Enquanto a Europa recebeu o Espiritismo nas suas expressões fenomênicas e experimentais, não excluindo a remuneração pelos trabalhos mediúnicos, o que desvirtua o caráter e a índole da Doutrina Espírita, no Brasil cultiva-se o Espiritismo em seus múltiplos aspectos, mas com ênfase nos seus aspectos morais-religiosos, com base no Evangelho de Jesus.

A expressão “Pátria do Evangelho”, usada pelo Espírito Humberto de Campos em seu livro, é a reafirmação desse fato.

Para combater a tendência desagregadora do Movimento, de parte de alguns adeptos, o grande remédio é a transformação interior do espírita, através da educação do pensamento pela Mensagem do Evangelho do Cristo.

A grande tarefa a ser realizada pelo Movimento, antes da reforma das instituições, é a regeneração moral do espírita, para que suas instituições reflitam seu progresso individual e coletivo.

XXXIV

Desaparecendo Bezerra de Menezes do cenário dos encarnados, em 11 de abril de 1900, após quatro anos e meio de intenso trabalho de persuasão, de paciência e de exemplificação, deixava consolidada a Federação Espírita Brasileira, com a orientação doutrinária que as administrações posteriores seguiriam.

Ficaram superadas as divergências internas, o academicismo, para cuidar-se do estudo sério da Doutrina e do Evangelho, com o fortalecimento dos sentimentos de solidariedade e de fraternidade.

Findara o século, desencarnara o ínclito timoneiro, mas as bases da grande obra da união entre os espíritas ficaram delineadas.

É certo que um dos objetivos de Bezerra e de seus seguidores – a unificação de todas as entidades espírita em torno de uma instituição representativa dos ideais de fraternidade entre os espíritas – não pudera concretizar-se.

A união pela harmonia e coesão preconizada por Allan Kardec nas célebres mensagens de 1889 só seria conseguida quase meio século depois, em 1949.

XXXV

O sucessor de Bezerra de Menezes na presidência da FEB, um jovem de 30 anos, Leopoldo Cirne, seguiu o roteiro de seu antecessor, reajustando pormenores impostos pelas circunstâncias.

Em 1901, procedeu-se à revisão dos Estatutos, com inovações de alto interesse para o Movimento Espírita, destacando-se a filiação das instituições espíritas de todo o Brasil aos quadros da Federação Espírita Brasileira, com vistas à unificação, sob a forma federativa, plenamente aprovada na prática.

Multiplicaram-se desde então os atos de adesão, sem prejuízo da autonomia administrativa e patrimonial das entidades adesas – Centros, Grupos, Uniões, Federações – de todo o vasto território do País continental.

XXXVI

A 3 de outubro de 1904, a FEB organizou um intenso programa de três dias, comemorativo do centenário de nascimento de Allan Kardec.

O convite dirigido a todas as entidades espíritas do País foi bem recebido.

Reuniram-se na então Capital da República os representantes de Centros e Sociedades Espíritas do Amazonas, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, além das Casas Espíritas da Capital Federal.

O ponto mais importante desse Congresso foi o congraçamento geral e a aprovação das “Bases de Organização Espírita”, documento que passou a orientar a marcha do Movimento Espírita de nosso País, até nossos dias.

O desenvolvimento do Movimento, sua expansão com a criação de inúmeras Instituições Espíritas, tornou-se notório, desde então.

As “Bases” preconizaram a criação de uma Instituição na Capital de cada Estado brasileiro, a qual ficaria incumbida de filiar os Centros e Associações estaduais, formando assim, com a FEB, uma rede de entidades fortalecidas na solidariedade e na fraternidade, sob a inspiração e a égide da Doutrina Espírita.

As obras de Allan Kardec, em edições especiais e populares, foram publicadas pela FEB nesse mesmo ano de 1904.

XXXVII

No período de 1905 a 1930, continuou expandindo-se o Movimento Espírita, por todo o Brasil, com a criação de Grupos, Centros e Federações nos Estados, além de periódicos espíritas, para a divulgação da Doutrina.

Queremos destacar, nesse período, dois fatos importantes, dentre os inúmeros acontecimentos ocorridos:

O primeiro foi a mensagem, de alta significação, recebida em 9 de março de 1920, do Espírito de Verdade, que se manifestou através do Anjo Ismael, pelo médium Albino Teixeira, então secretário da FEB.

Nela está prevista a missão do Brasil, antecedendo as páginas proféticas do Espírito Humberto de Campos em “Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho”, como se pode observar no pequeno trecho abaixo transcrito:

“A Árvore do Evangelho, plantada há dois mil anos na Palestina, eu a transplantei para o rincão de Santa Cruz, onde o meu olhar se fixa, nutrindo o meu espírito a esperança de que breve ela florescerá estendendo a sua fronde por toda a parte e dando frutos sazonados de amor perdão.”

(Grifos nossos.)

O segundo fato foi a convocação de uma “Constituinte do Espiritismo” para se reunir no Rio de Janeiro, idéia escrúxula pelo seu próprio conteúdo, que não vingou. Mas do encontro resultou a criação da Liga Espírita do Brasil, que se propôs a filiar Centros Espíritas em âmbito nacional, em trabalho semelhante e concorrente ao da FEB, dividindo o Movimento.

A Liga Espírita do Brasil subsistiu por mais de duas décadas, transformando-se em entidade estadual com o “Pacto Áureo”, em 1949.

XXXVIII

Era chegado o tempo de ampliar a divulgação da Doutrina Espírita pelo livro e pela imprensa.

Impunham-se novas traduções das obras da Codificação e de clássicos do Espiritismo.

A essa tarefa gigantesca dedicaram-se espíritas de escol, dentre os quais destacamos a figura de Guillon Ribeiro, o grande presidente da FEB no período de 1930 a 1943.

Suas traduções primorosas das obras de Allan Kardec continuam sendo as melhores na língua vernácula.

Inúmeras outras obras clássicas da Doutrina foram traduzidas para o português.

Ao mesmo tempo, a FEB cogitava da montagem de uma oficina gráfica própria para a edição das obras espíritas, o que conseguiria, por etapas, a partir de 1939.

XXXIX

A partir de 1930 o Movimento Espírita Brasileiro, que desde os fins do século XIX contou com médiuns notáveis, como Frederico Júnior, João Gonçalves do Nascimento, Bittencourt Sampaio, Zilda Gama, Albino Teixeira, e muitos outros, vê surgir o mais notável medianeiro do século XX: Francisco Cândido Xavier.

Sua primeira obra psicografada, lançada pela FEB em 1932 – “Parnaso de Além-Túmulo” – causou verdadeiro impacto nos meios culturais brasileiros. Essa obra de poetas brasileiros. Essa obra de poetas brasileiros e portugueses desencarnados, sui generis, confundiu os céticos e agraciou os adeptos e simpatizantes do Espiritismo.

O moço humilde de Pedro Leopoldo começava sua missão de médium espírita e de homem, que se prolongaria até nossos dias, contribuindo de forma extraordinária para que a Doutrina Espírita e o Evangelho de Jesus fossem divulgados de forma correta, persistente, admirável.

Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos e uma plêiade de Espíritos de escol lançaram-se a um trabalho de longo curso junto aos homens, de esclarecimentos e de fraternidade através do livro espírita.

XL

Em julho de 1944, a viúva de Humberto de Campos, D. Catarina Vergolino de Campos, ingressou em juízo com uma ação declatória contra a Federação Espírita Brasileira e o médium F. C. Xavier, visando a obter, por sentença judicial, a declaração de que a obra literária do Espírito Humberto de Campos era ou não brilhante escritor. O interesse era, no fundo, utilitarista, tendo em vista os direitos autorais.

A decisão judicial foi justa, precisa, e estabeleceu uma diretriz segura para a questão da psicografia, declarando a autora carecedora da ação, com ganho de causa para a Federação e o médium.

XLI

Autores espirituais como Emmanuel e André Luiz têm importância muito grande no desdobramento da Codificação Espírita, pelo fato de suas obras esclarecerem e complementarem as obras básicas da Doutrina Espírita, sem prejuízo ou contraposição dos princípios fundamentais da Terceira Revelação.

Sínteses históricas da Terra e do Brasil, ensaios sociológicos, romances históricos, comentários evangélicos à luz do Espiritismo e, a partir de 1943, toda a série de André Luiz, iniciada com “Nosso Lar”, enriqueceram extraordinariamente a literatura espírita no Brasil, que se vai expandindo para além-fronteiras em inúmeras traduções para diversas línguas.

XLII

Fato que não poderíamos deixar de mencionar nesta pequena resenha é o da instalação, em 1948, do Departamento Editorial da FE$B.

Já que a Espiritualidade realizava sua parte, fazendo chegar aos homens as lições mais belas, claras e úteis através de livros de grande importância para o esclarecimento e edificação da Humanidade, era necessário que alguém cuidasse da parte que competia aos encarnados.

O Presidente Wantuil de Freitas cuidou de dotar a FEB de uma editora à altura das necessidades.

Posteriormente, outras editoras seguiram o exemplo, ampliando-se enormemente a capacidade de editoração de livros, revistas e jornais no Movimento Espírita nacional.

XLIII

Não obstante o lado positivo do Movimento em constante expansão, o divisionismo no seu seio continuava, alimentado pelo personalismo, pelas vaidades e pelas interpretações infelizes da Doutrina.

Mas muitos espíritas estavam atentos à necessidade da união fraterna e da unificação do Movimento.

Surge então a oportunidade do entendimento entre correntes diversas, representadas por espíritas conscientes de seus deveres perante a Doutrina.

A ocasião para esse entendimento ocorreu no mês de outubro de 1949, por ocasião da realização de um Congresso da Confederação Espírita Pan-Americana.

Após tentativas de aproximação dos responsáveis por diversos segmentos do Movimento Espírita de diversos Estados brasileiros, encontram-se todos na sede da Federação Espírita Brasileira no Rio de Janeiro, no dia 5 de outubro de 1949.

Esse encontro, que ficou que ficou conhecido como a Grande Conferência Espírita do Rio de Janeiro, posteriormente denominado “Pacto Áureo”, pelos seus resultados e importância, é um marco decisivo na história do Espiritismo no Brasil, pelas suas conseqüências, pelas suas disposições e sobretudo pelo induzimento à concórdia, à fraternidade, ao trabalho útil, à tolerância, à solidariedade entre os cultores de uma Doutrina Superior, que precisa ser entendida em sua verdadeira índole e finalidade e que induz os homens aos sentimentos do Amor e da Justiça.

XLIV

Entendemos que os primórdios do Movimento Espírita no Brasil poderiam ser situados nos primeiros anos do Espiritismo em nossa Pátria, nos meados do século XIX.

Mas poderiam ser entendidos também em face de determinados acontecimentos marcantes.

Preferimos esta última hipótese, escolhendo o “Pacto Áureo” como o fato inconfundível que divide duas fases do Movimento.



Revista Reformador - Nº 2053 - Abril de 2000

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

PRA ESTUDAR...

Jornal O CLARIM

Obsessão e Consciência
Redação


Kardec, em “O Livro dos Médiuns”, questão 237, esclarece que a obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas.
A palavra obsessão – afirma o codificador – é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação.
Cairbar Schutel, em “Conversando sobre Mediunidade”, capítulo VIII, nos fornece subsídios para reflexão sobre a consciência que se tem ou não no que diz respeito à obsessão simples, cujos dados, além de elementos de estudo, contêm informações que podem nos ajudar em nosso cotidiano cristão, em apoio às orientações de Kardec.
Pode-se – diz Cairbar – dividir a obsessão simples em:
1. Simplesmente involuntária
2. Voluntária consciente
3. Involuntária consciente
4. Involuntária inconsciente
Na obsessão simplesmente involuntária (1), a pessoa não deseja ser obsidiada mas, por alimentar algum sentimento negativo, abre uma brecha que é aproveitada por Espíritos inferiores para obsidiá-la. Conscientizada a respeito, modifica sua postura mental e se liberta.
Na obsessão voluntária consciente (2), a pessoa tem consciência de seus pensamentos negativos, sente a presença do obsessor e permite a obsessão, aceitando a situação passivamente.
Na obsessão involuntária consciente (3), a obsessão principia de maneira não desejada. Sendo a pessoa cientificada de que está obsidiada, mantém o seu livre arbítrio voltado a pensamentos negativos, assumindo conscientemente o risco da situação. Pode vir a ser fascinada ou subjugada sem o perceber.
Na obsessão involuntária inconsciente (4), a pessoa não quer ser obsidiada mas, nutrindo pensamentos negativos, sentimentos inferiores e atitudes malsãs, torna-se presa de entidades inferiores, sem que disso tenha ciência.
Vê-se, portanto, que a conscientização que a pessoa tenha, ou venha a ter, do domínio que sua mente está sofrendo por parte de Espíritos malfazejos, pode ajudá-la a libertar-se desse processo, se tiver vontade firme na direção do bem, direcionando seu livre-arbítrio nesse sentido.
O Evangelho de Jesus é guia seguro nessa direção, representando roteiro de luz para todos.
À luz da Doutrina Espírita, sabe-se que somos influenciados pelos Espíritos permanentemente e que essa influência é muito maior do que alguns podem imaginar, sendo ela positiva ou não conforme a sintonia em que cada um se coloca.
E, a sintonia, tem a ver com os sentimentos vivenciados no dia a dia.
Exercitar, pois, os bons sentimentos, como a humildade, a fé, a caridade, o amor, é fator fundamental para se manter harmonia com os Espíritos benfazejos.
No relacionamento com o próximo, a solidariedade e a fraternidade são elementos decisivos nesse contexto.
Pode-se, assim sendo, prevenir simbioses mentais de baixa frequência vibratória, tanto quanto interrompê-las.
Nem sempre a pessoa consegue, sozinha, resolver a questão.
Ao propósito de mudança de hábitos para melhor, ou seja, do esforço no campo da reforma íntima, a ajuda da Casa Espírita pode auxiliar a pessoa no processo da desobsessão, seja no esclarecimento do atendimento fraterno, seja no apoio das palestras e passes, seja, sobretudo, pela ação mais ostensiva dos benfeitores espirituais.

Matão, 8 de Outubro de 2009

P.S. É MUITO IMPORTANTE QUE POSSAMOS REFETIR SOBRE ESSE TEMA QUE É BEM INTERESSANTE E PRECISA SER MUITO COMPREENDIDO POR TODOS NÓS . O ENTENDIMENTO ACERCA DESTE TEMA É FUNDAMENTAL PARA O NOSSO DIA-A-DIA NA CASA MEDIÚNICA...