quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

IMPRESSÕES SOBRE A CONDIÇÃO ESPÍRITA : O CAMINHO DO ESFORÇO DE TODO DIA

"Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado." (s. Lucas , 12:47-48) Em muitas oportunidades, desde que passei a dedicar parte da minha vida ao estudo da Doutrina Espírita e ao esforço em me fazer um individuo melhor, venho percebendo como é difícil me colocar na condição de Espírita. E é nesta condição que trago à reflexão a questão ora apresentada. Sem precisar me estender, quero reforçar apenas que este material é fruto do esforço que venho empreendendo para me apropriar de uma intenção ainda bastante distante da minha natureza. Assim exposto , quero iniciamente observar que de acordo com o que venho estudando e vivenciando , compreendo que para pleitearmos a condição de espíritas , precisamos entender ser necessário reafirmarmos o nosso compromisso, a nossa intenção e sobretudo a nossa vontade em nos melhorarmos todos os dias , em todas as situações , em todas as oportunidades , especialmente naquelas aonde , somos verdadeiramente mais vulneráveis... Se assim não o fosse, pensemos então um pouco sobre a nossa condição. No meu caso, vejo claramente que ainda preciso apurar em muito as minhas possibilidades de perdoar, de trabalhar e servir sem distinção e, sobretudo amar incondicionalmente. E nem estou falando do outro mais distante. Falo dos mais próximos. Anda persistem algumas animosidades e conflitos em algumas das minhas mais íntimas relações do dia-a-dia e está longe o dia da conquista da paz e da consciência tranqüila para elas. Mas já existe uma intenção , um propósito de depurar pelo esforço o atual estado de coisas . Penso que todos nós precisamos, neste caso, trabalharmos conjunta e coletivamente para a busca da compreensão mútua e do respeito na construção de um futuro melhor para nós... É importante para isso que tenhamos clareza das nossas limitações, dos nossos entraves, das nossas dificuldades, das nossas aflições e dos problemas que temos. Mas, importante também é não deixarmos que nada disso possa nos imobilizar na busca de uma saída. Venho percebendo um pouco mais de esforço da minha parte na tentativa de buscar um caminho para afastar do meu convívio essas dificuldades - minhas ou de quem quer que seja , que estejam atrapalhando mais diretamente a convivência de todo dia... Assim é que já percebi que nenhum esforço pode ser desqualificado. Mesmo o menor ou o que julgarmos o mais precário , todos são importantes para o propósito que almejamos alcançar. É esse esforço que pode impulsionar positivamente a nossa ação e servir de estimulo para tocar o nosso (des) afeto na direção do outro. Se não desistimos de nenhuma dificuldade de relação, temos aí uma grande arma para a nossa transformação. Em muitas dessas oportunidades somos levados a atos e impulsos que podem trazer certa dificuldade de convívio e , se começarmos a praticar o habito de pensar , repensar , avaliar e desculpar , o nosso esforço ficará mais carregado de propósito e objetivo positivos... É necessário, no entanto observar que este propósito - o do esforço transformado em serviço e ação precisa ser permanente e imperecível. Ou seja, precisamos nos esforçar todos os dias para manter esse estado de espírito no auxílio da intenção da nossa melhora. Nesse estado, poderemos experimentar e praticar "novos" sentimentos e passaremos a incorporar a humildade e a compreensão, na busca e na tentativa de sermos sujeitos melhores. Tenho percebido, por exemplo, que é fundamental saber esperar, saber aceitar, saber falar, saber amar, para conviver e que esse esforço todo é fundamental para ampliar a nossa capacidade de acreditar em um mundo melhor feito pelo conjunto das nossas intenções/ações... Podemos pensar, por exemplo, que todo esse esforço pode acabar por gerar uma energia poderosa, que dependendo da intensidade, pode ampliar em muito as vibrações boas em torno de todos nós. Mas, para isso, precisamos acreditar que temos essa capacidade, e que ao invés de desistirmos na primeira dificuldade, e ficarmos somente no estado da critica e da negatividade, criando barreiras imaginárias que dificultam a chegada da luz e da tolerância, só precisamos exercitar o nosso melhor e estimular que os outros também possam colocar o seu melhor, para que juntos possamos estabelecer um grande estado de colaboração coletiva que favoreça e fortaleça o nosso propósito de sermos sujeitos melhores... Ao terminar as minhas observações, trago uma reflexão contida na obra psicográfica de Chico Xavier, Nós, pelo Espírito Emmanuel, onde são apresentadas respostas as indagações ao propósito do aperfeiçoamento com fins de melhora. O Autor Espiritual escreve no prefácio que "... Aperfeiçoamento e Perfeição constituem estados de espírito muito longe um do outro...”, o que de certa forma nos aponta para a compreensão de que estamos vivendo um processo de transformação comprometido e com final conseqüente ao nosso esforço e as nossas próprias obras... MAFR,