segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

SÉRIE PRA PENSAR

NATAL, FAMÍLIA, AFETOS E DESAFETOS: O CAMINHO DA FELICIDADE RELATIVA É POSSÍVEL

Sempre é tempo de pensar. E pensar sobre a vida é uma natural consequência quando se está vivo. No nosso caso , encarnado...
Mas ,deixemos de lado essas questões preliminares e tratemos de aproveitar a oportunidade que a nossa consciência nos dá de repassar esse ano que termina nesta semana.
Primeiro , para não perder a ocasião sempre é bom começar pela saúde , que este ano começou a dar sinais da idade do corpo . Mas , após muitos exames , feitos por duas ocasiões , estou controlando uma hipertensão , descobri uma diabetes e estou aprendendo a fechar a boca e ainda percebi que continuo vivo . Acho que deve ser porque sou muito endividado, né? Calma ...Estou falando só no aspecto espiritual. O outro , é melhor deixar ....
Seguindo em frente , ao falar do trabalho , estou aprendendo sempre e cada vez mais e dessa parte realmente não posso me queixar...
Mas, no Natal , a gente pensa sempre e muito na família , né? Então chegou a hora...
Mas não quero falar e pensar sobre todos ou cada um deles. A minha ideia não é expor nenhum deles , mesmo porque a reflexão é minha ...Pretendo falar das minhas questões e das minhas dificuldades e no trato e nas relações que tento estabelecer com cada um deles.Acho que vai ser muito difícil , porque falar de sentimentos sempre é complicado e falar dos nossos é muito mais...
Vejo que ainda preciso melhorar muito a Tolerância ...Como é difícil exercitá-la , como complica a vida da gente a sua falta ou o pouco uso dela. Fechamos portas , emperramos o passo e ficamos embotados...e abrimos caminho para a Arrogância, a Intransigência e o Egoismo.Mas se permitimos nos fazer uso do pouco que conquistamos de Tolerância , ela chega junto com a Amizade , a Paciência e a Generosidade...Vejo que apesar do meu esforço , ainda transito com muita dificuldade neste caminho .Em muitas oportunidades , ainda uso o refúgio do meu quarto e do meu coração para represar muitos sentimentos e em muitas vezes me sinto incapaz de abraçar , de fazer carinho , de compartilhar simplesmente...
Mas , sem dúvida nenhuma , venho melhorando a minha condição e venho deixando de lado algumas dificuldades , algumas atitudes que me afastam dos meus afetos e vinham me aproximando dos meus desafetos. Reconheço que apesar de tudo , preciso avançar muito ainda ... e por isso venho pensando nisso...
Penso verdadeiramente que a nossa casa é o lugar ideal para vencermos todas as nossas fraquezas , superarmos as nossas limitações e sobretudo exercitarmos o amor e é para isso que venho me esforçando todos os dias - e com muita dificuldade , para avançar nessa direção , onde eu possa levar aos meus queridos um pouco do meu melhor...

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

REUNIÕES DO LAR EM VÍDEO

http://vimeo.com/user7775810

ESTE É O LINK PARA ASSISTIR A TODAS AS REUNIÕES PUBLICAS DO LAR DE FREI LUIZ. É UMA ÓTIMA OPORTUNIDADE DE ESTUDO E REGISTRO DAS LINDAS PALESTRAS QUE OCORREM NO SALÃO PRINCIPAL!!!!!!!!!!!!!!

sábado, 3 de dezembro de 2011

MINI CIDADE DO AMOR

SOBRE ISABEL DE ARAGÃO...

Isabel de Aragão
Giseti Marques



Em tempos difíceis nasce uma linda menina que traz em seu programa de vida uma dura e importante missão – apaziguar corações sedentos de sangue e mostrar-lhes o verdadeiro poder. Com o árduo peso que uma coroa enverga a um homem, Isabel de Aragão, desde muito cedo se coloca à disposição de Jesus e inicia sua longa tarefa de renúncia, fé, caridade e muito amor.

(*)“... – Julgo-me forte, papai, achando-me ligada à vontade absoluta de Deus! – exclama a amenina, a fixar o genitor com os seus olhinhos redondos e azuis-claros, como o céu primaveril... – Creio na incomensurável força que tem a bondade, aliada à fé verdadeira, que se fundamenta na prática da caridade e no perdão das ofensas...”

Saragoça. Século XIII, ano de 1271. Criada pelo seu avô, Jaime I, rei de Aragão, Isabel recebeu uma educação diferenciada para as mulheres da época. Alfabetizada, recebera do avô, conhecido como o conquistador, atenção especial no ensino na arte de governar. Falava várias línguas, entre elas, o latim. Todavia, sua maior virtude era a disposição de ajudar aos mais necessitados e a sua enorme devoção aos desígnios divinos, o que lhe causou desde muito pequena, sérias manifestações de desaprovação, oriundas principalmente de seus familiares.

(*)“... – Vistes, condessa?!... – exclama horrorizada Constança de Hohenstaufen, – Ela deu ao traste bichado uma pequena fortuna em ouro!... – e a cuspir fogo, brada: – Isabel, tu achas que o ouro vem das árvores, para andares a atirá-lo aos cães da rua, é?... Por Deus, onde é que andastes a rastelar isso?!...”

“– Esse ouro, mai, deu-me o meu saudoso payer!... – e, a encarar a mãe aos olhos, prossegue: – Para que nos serve o ouro, senão para apagar a miséria dos nossos irmãos menos favorecidos?...”

Isabel, com a sua indiscutível beleza e inteligência casa-se aos doze anos, atendendo a acordos territoriais impostos à época com o rei de Portugal, D. Diniz de Borgonha, tornando-se assim a rainha consorte de Portugal. A princípio é nessa terra estranha, que começa a missão de Isabel.

Dotada ainda de uma mediunidade extraordinária, ela mostra-se uma fiel e séria servidora do Cristo em todas as áreas a que foi chamada.

A brilhante obra narra com riqueza de detalhes também a difícil convivência dentro dos palácios, devido as constantes brigas pelo poder, acirradas pela inveja, cobiça, orgulho e por outros defeitos que, ainda hoje, permeiam a humanidade. Com uma vontade firme, Isabel mostra-se capaz de impedir guerras, entre elas, a do seu próprio filho Afonso, contra o pai D. Diniz – rei de Portugal, tornando-se célebre a passagem, onde ela entra no meio da batalha montada em uma mulinha.

Isabel de Aragão não foi apenas uma pessoa dotada de uma bondade extrema; é, ainda hoje, um lume a clarear caminhos, a varrer dos corações a desesperança, a acomodação e a irresponsabilidade de alguns que trazem o poder investido do ouro aqui na terra.

(*)“– Eu sei... – retruca a menina, com a voz firme. – Deus deu-me um trono para que eu o pudesse melhor servir... – e fixando os olhinhos azuis-claros e brilhantes no rosto do avô, prossegue: – O Altíssimo pôs-me uma coroa à cabeça para eu fazer a caridade...”

Isabel de Aragão - a rainha médium - é mais uma obra mediúnica editada pela Casa Editora O Clarim, escrita por Valter Turini, ditada pelo espírito Monsenhor Eusébio Sintra. Uma obra que leva a você amigo leitor a se emocionar conhecendo a beleza de uma vida dedicada a servir ao próximo.





(*) Isabel de Aragão, a rainha médium – Valter Turini, pelo espírito Monsenhor Eusébio Sintra.

sábado, 12 de novembro de 2011

POR QUE EU CREIO....

...EM UM DEUS TODO-PODEROSO ,SOBERANAMENTE JUSTO E BOM...
...NA ALMA E NA SUA IMORTALIDADE...
...NA SUA PREESXISTENCIA COMO UNICA JUSTIFICAÇÃO DO PRESENTE...
...NA PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS COMO FORMA DE EXPIAÇÃO , DE REPARAÇÃO E DE ADIANTAMENTO INTELECTUAL E MORAL...
...NA PERFECTIBILIDADE DE TODOS OS SERES...
...NA FELICIDADE CRESCENTE COM A PERFEIÇÃO...
...NA DURAÇÃO DA EXPIAÇÃO LIMITADA `A DURAÇÃO DA IMPERFEIÇÃO...
...NA EQUITATIVA REMUNERAÇÃO DO BEM E DO MAL , SEGUNDO O PRINCIPIO : A CADA UM SEGUNDO AS SUAS OBRAS ...
...NA IGUALDADE DA JUSTIÇA PARA TODOS , SEM EXCEÇÕES , FAVORES NEM PRIVILÉGIOS PARA NENHUMA CRIATURA...
...NA VIDA TERRESTRE COMO TRANSITÓRIA E UMA DAS FASES DA VIDA DO ESPÍRITO , QUE É ETERNO ...
...NO LIVRE-ARBÍTRIO DO HOMEM , QUE LHE DEIXA SEMPRE A ESCOLHA ENTRE O BEM E O MAL...
...NA CONTINUIDADE DAS RELAÇÕES ENTRE O MUNDO VISÍVEL E O MUNDO INVISÍVEL...
...NA ACEITAÇÃO DE TODAS AS PROVAÇÕES , EM VISTA DE UM FUTURO MAIS DITOSO QUE O PRESENTE...
...NA SOLIDARIEDADE QUE RELIGA TODOS OS SERES PASSADOS . PRESENTES E FUTUROS , ENCANADOS E DESENCARNADOS...
...NA PRATICA DA CARIDADE EM PENSAMENTOS , PALAVRAS E OBRAS NA MAIS LARGA ACEPÇÃO DO TERMO...
...NO ESFORÇO DE CADA DIA PARA SERMOS MELHORES QUE NA VÉSPERA , EXTIRPANDO TODA A IMPERFEIÇÃO DE NOSSA ALMA...
...QUE TODA CRENÇA DEVE SER SUBMETIDA AO CONTROLE DO LIVRE -EXAME E DA RAZÃO , E CAMINHAR SEMPRE PARA A FÉ RACIONAL...
...NO RESPEITO A TODAS AS CRENÇAS SINCERAS , POR MAIS IRRACIONAIS QUE PAREÇAM , SEM VIOLENTAR A CONSCIÊNCIA DE NINGUÉM...
...NAS DESCOBERTAS DA CIÊNCIA A REVELAÇÃO DAS LEIS DA NATUREZA , QUE SÃO AS LEIS DE DEUS...

É QUE ME ESFORÇO TODOS OS DIAS PARA SER ESPIRITA CRISTÃO

(RETIRADO DO REFORMADOR DE NOVEMBRO DE 2011)

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

PALESTRAS NO TEATRO DO LAR DE FREI LUIZ

PALESTRAS NO TEATRO DO LAR DE FREI LUIZ


TODAS AS QUARTAS - 14H E DOMINGOS DE REUNIÃO 8H NO TEATRO DO LAR

VEJA OS NOVOS TEMAS NO TEATRO JOAQUIM VENANCIO

domingo, 6 de novembro de 2011

BAZAR DE NATAL



BAZAR DE NATAL NO LAR DE FREI LUIZ!!!!!!!!!!!!!VENHA COMPRAR OS SEUS PRESENTES , OS BRINQUEDOS , ROUPAS E COISAS PARA A CASA . SERÁ NO DIA 27/11 A PARTIR DAS 11: 00 HS . TRAGA A SUA FAMÍLIA , PASSE UM LINDO DOMINGO E AJUDE A OBRA DE FREI LUIZ!!!!!!!!!!!!!!

domingo, 9 de outubro de 2011

DISCIPLINA SEMPRE...

SEMPRE LEMBRAMOS DA PASSAGEM DE CHICO E EMMANUEL ACERCA DO QUE ERA PRECISO PARA QUE ELE - CHICO PUDESSE COMEÇAR O TRABALHO MEDIÚNICO . E FICAMOS ADMIRADOS QUANDO O MENTOR AMIGO DIZ A CHICO POR TRES VEZES SEGUIDAS QUE ERA NECESSÁRIO APENAS DISCIPLINA...
SE PENSARMOS EM NÓS E NAS NOSSAS ACANHADAS POSSIBILIDADES PODEMOS RESPONDER , APENAS PARA NÓS MESMOS , SE SOMOS DISCIPLINADOS REALMENTE ?
SERÁ MESMO QUE ALGUM DE NÓS JÁ SE FEZ ESSES QUESTIONAMENTOS ? AFINAL O QUE EMMANUEL QUIS DIZER ?
PENSO QUE A DISCIPLINA A QUE O QUERIDO AMIGO ESPIRITUAL DE CHICO E DE TODOS NÓS GUARDA MUITAS POSSIBILIDADES DE INTERPRETAÇÃO , PASSANDO PELAS MAIS BÁSICAS COMO O COMPROMISSO , O RESPEITO E A ATENÇÃO FUNDAMENTAIS AO TRABALHO E AO INTERCAMBIO MEDIÚNICO COMO TAMBÉM AO EXERCÍCIO DIÁRIO DE BUSCA DA RENOVAÇÃO MORAL QUE TEMOS QUE EMPREENDER PARA A NOSSA VIDA. FALANDO ASSIM PODE PARECER POUCO , MAS , SE PENSARMOS BEM , VEREMOS QUE ESSAS QUESTÕES TRAZEM A TONA TODAS AS POSSIBILIDADES QUE PODEMOS TER , OU NÃO , NA NOSSA CAMINHADA EVOLUTIVA . PODEMOS PENSAR EM AMADURECIMENTO OU FRACASSO , EQUILÍBRIO E DESARMONIA , CRESCIMENTO OU ESTAGNAÇÃO.
E TUDO ISSO ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS , PORQUE O NOSSO PAI NOS FEZ CAPAZES DE ESCOLHER O CAMINHO - PELO NOSSO LIVRE ARBÍTRIO , QUE DESEJARMOS TRILHAR , APENAS E TÃO SOMENTE NOS COBRANDO A RESPONSABILIDADE PELAS NOSSAS AÇÕES .
AFINAL É PARA ISSO QUE ESTAMOS (RE) ENCARNANDO HÁ MUITAS VIDAS ...

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SÉRIE PRA PENSAR...

Algumas reflexões acerca dos caminhos da nossa transformação: Da idealização à realização de uma jornada única, pessoal e intransferível.



“Vençamo-nos, doando de nós tudo o que
sejamos em boa vontade e abnegação,
auxiliando-nos uns aos outros e teremos
conosco a fórmula de ação pela qual
atingiremos as realizações de que
carecemos em favor de nós mesmos.”

Bezerra de Menezes - Psicografia Chico Xavier -
Livro "Bezerra, Chico e Você"


Dentre todas as buscas que empreendemos quando nos assumimos como postulantes a condição de espíritas cristãos, podemos afirmar verdadeiramente que a maior delas é a da retomada do caminho da nossa melhora e da nossa transformação enquanto sujeitos atuantes no processo do nosso crescimento espiritual. É muito comum falarmos desta condição como se ela tivesse dia e hora para começar e a partir dessa ocasião tudo pudesse estar resolvido. No nosso meio esta é uma das situações mais citadas, nas mais variadas ocasiões e com as mais diferentes expressões. A mais significativa de todas guarda um peso que em muitas vezes extrapola o nosso maior esforço em alcançá-la. Nós todos a usamos muito mais para destacar e dar um aspecto muito solene a um processo que já – sem perceber, vivemos há milhares de encarnações e na maior das oportunidades ainda nem nos demos conta. Estamos falando da Reforma Moral. É verdade. Todos nós já estamos vivenciando há milhares de oportunidades, pela Misericórdia Divina, a nossa caminhada em busca da nossa redenção. Se assim não fosse, pensemos sobre a nossa situação e façamos conjuntamente algumas ponderações. A primeira delas é a de que se queremos nos assumir verdadeiramente como espíritas cristãos, então precisamos incorporar algumas verdades inerentes a essa condição à nossa vida cotidiana, como por exemplo, a de que somos espíritos milenares em mais uma das muitas oportunidades encarnatórias. Mais ainda, se já incorporamos essa condição, podemos caminhar um pouco mais para compreender que estamos, verdadeiramente, passando por todas essas oportunidades, aproveitando e aprendendo – uns mais rapidamente que outros, mesmo que não tenhamos nos apercebido, como aprendizes que somos para despertarmos em nós as nossas melhores aptidões. Mesmo que não possamos ter um registro bastante apurado de todas as nossas experiências na carne, podemos perceber pelas nossas tendências o que ainda nos enfraquece. E, se estamos verdadeiramente nos ligando a condição espírita que estamos pleiteando para nós, já (re) começamos o caminho de nos percebermos no meio de uma jornada que nos foi dada a todos igualmente para empreendermos a nossa retomada a Casa do Pai.
Longe de qualquer idealização, e, apenas pela nossa condição já estamos percebendo que a nossa jornada nesta vida nos dá pistas do nosso estágio evolutivo. Podemos, para continuar o nosso exercício, observar sem nenhum esforço, através das nossas atitudes o que nos compraz ou o que nos incomoda. Através das nossas relações, das nossas disponibilidades e dos nossos compromissos, podemos desenhar na nossa mente as nossas preferências. Mais ainda, percebemos também a partir daí que estamos sujeitos às escolhas que nós mesmos elencamos para a nossa vida. Então, entendemos que em todas essas situações – que escolhemos para nós, temos a oportunidade de exercitar, na pratica, todos os tipos de reações, que moldarão as nossas atitudes. E as nossas atitudes serão sempre fruto das escolhas que fazemos e estarão baseadas na nossa visão de mundo e no compromisso que temos com os que nos cercam. É nesta ocasião então que podemos inferir também pela condição que pleiteamos para nós – a de espíritas cristãos, que somos espíritos com bagagem e oportunidade acumulados suficientemente – cada um a sua forma, para entendermos que essa vida guarda relação direta com as outras vidas que já tivemos e com as que ainda viveremos. Ou seja, chegamos à conclusão que já estamos no caminho de um processo que nós levará incondicionalmente a nossa perfeita capacidade evolutiva. Mas, cuidado para o primeiro equívoco. Temos que humildemente perceber que nenhum de nós – nenhum mesmo, está sequer próximo de nenhuma linha de chegada, mesmo porque ela não existe. A evolução da qual estamos falando e para a qual todos estamos caminhando não nos dá destaque nem prestigio. É apenas uma meta comum que todos nós alcançaremos, uns ajudando aos outros, sem disputas nem privilégios ao caminho da Morada Divina.
Mas, se já compreendemos que estamos apenas retomando a nossa jornada, de que maneira podemos nos perceber nela? Como precisaremos o nosso caminho? Qual a medida do nosso desempenho? Sem dúvida que para essa caminhada, que é comum a todos, temos que compreender que somente através das nossas experiências é que aprimoraremos as nossas atitudes. Mais ainda. É no esforço verdadeiro em nos fazermos melhores é que alcançaremos a condição mínima para nos percebermos sujeitos do nosso caminhar. E assim, mesmo quando entendemos que esse caminhar é comum a qualquer um, podemos concluir que somos nós é que traçamos e escolhemos os passos que nos levará aos caminhos que elegemos. Ou seja, a(s) nossa(s) vida(s) e o que fazemos dela é (são) produto(s) das nossas escolhas, e se vivemos dessa ou daquela maneira, responderemos apenas a nossa consciência. No entanto, longe de nos libertar , a nossa consciência nos guia ,tendo por base a soma das nossas escolhas e atitudes que estão ancoradas num conjunto de valores que seguimos e que são frutos da nossa formação moral.
Desta forma, fica mais fácil compreender que já estamos caminhando, mas precisaremos caminhar muito mais ainda. E que não precisamos abrir mão de nenhuma experiência das nossas vidas para continuar a caminhada, porque elas fortalecem e marcam a nossa ação. Será necessário então que aperfeiçoemos o nosso comportamento, avaliando e reavaliando, em todas as oportunidades que tivermos a nossa conduta, usando por parâmetro, comportamentos significativamente bons. É a hora em que podemos escolher pelo amadurecimento, os caminhos que nos conduzirão a nossa jornada libertadora. Na prática, precisamos então imprimir nas nossas atitudes e no nosso dia-a-dia os sinais dessa nossa caminhada. Mas, se é só isso, fica a dúvida: porque é tão complicado? Afinal, o que nos impede de sermos expressivamente melhores? Em que medida podemos empreender a nossa mudança? Sem ter a pretensão de trazer nenhuma lição ou fórmula mágica, venho apenas pensando que a mais consistente resposta para essas e muitas questões guarda uma relação direta com a maior possibilidade que tivermos de, em todos os dias da nossa vida, despertar em nós os melhores sentimentos que tivermos e compartilha-los generosamente com todos os que se cercarem de nós em todos os lugares, em todas as situações e em todas as oportunidades. É claro que não basta que tomemos essa decisão para que a partir do momento imediato a ela tudo esteja resolvido e encaminhado. Ainda viveremos muitas situações em que nos faltará a paciência e seremos tomados de intolerância. Perderemos muitas oportunidades de sermos generosos e atenciosos e deixaremos de lado a possibilidade de nos colocarmos mais compassivos. Mas se ao final de cada uma dessas situações, acender uma luz de alerta para a nossa fraqueza, será o sinal de que estamos (re) começando o caminho para a nossa melhora. Ou seja, nada será fácil, mas todo o empenho e dedicação que pudermos utilizar serão de grande importância para a nossa conquista. E então, acredito , serão o nosso esforço e a nossa perseverança que marcarão a nossa caminhada, fazendo dela única porque nos identificará a partir das superações e das dificuldades. Mais ainda, teremos a nossa vitória sobre nós mesmos, mostrando-nos novas possibilidades de convivência, aceitação, união e convívio.
Vamos lá...

sábado, 10 de setembro de 2011

MEDICINA DOS ESPÍRITOS

PARA SEMPRE

COMO FOI GENIAL A IDEIA E A POSSIBILIDADE DE REPUBLICAR OS LIVROS DO NOSSO QUERIDO LUIZ DA ROCHA LIMA - O FUNDADOR DO LAR DE FREI LUIZ.
UM GRANDE INVESTIMENTO : A CARIDADE
ESSE É O CAMINHO PARA VERDADEIRA FELICIDADE ENSINADA A TODOS NÓS PELO NOSSO IRMÃO QUERIDO LUIZ DA ROCHA LIMA EM TODA A SUA OBRA . CONHEÇA MAIS DESSA HISTORIA E DE TODA A OBRA LENDO OS DOIS LIVROS QUE JÁ FORAM RELANÇADOS: O GRANDE INVESTIDOR E MEDICINA DOS ESPÍRITOS . SÃO LEITURAS FANTÁSTICAS...
QUEM ESTIVER INTERESSADO É SÓ LIGAR PARA O LAR NO TELEFONE 3539-9550 OU PROCURAR INFORMAÇÕES NO SITE www.lardefreiluiz.com.br

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

INCORPORAÇÃO E (IN)CONSCIÊNCIA

Incorporação e (In) Consciência


"Sem noção de responsabilidade, sem devoção à
pratica do Bem , sem amor ao estudo e
sem esforço perseverante em nosso próprio
burilamento moral , é impraticável a
peregrinação libertadora para os Cismos da Vida."
Emmanuel


Há muita discussão sobre a prática e a postura mediúnica. Nesta oportunidade, quero trazer algumas questões relativas ao que o meio espírita convencionou chamar de “Incorporação”. Longe de tentar estabelecer a forma de lidar, ou defender o mais adequado ponto de vista, quero apenas colocar a minha experiência, ainda bastante incipiente, nesta área da prática mediúnica. Antes mesmo de começar o meu relato, quero descrever a maneira como fui me apropriando dessa condição mediúnica. No início, tinha muitos problemas para entender a facilidade com que algumas pessoas relatavam incorporar seus guias e entidades. Mais ainda , por não poder compreender como esse processo de incorporar acontecia , experimentava algumas sensações muito instáveis. Atualmente, aos poucos, venho compreendendo de fato como esse processo - o da aproximação do desencarnado junto ao médium, vai acontecendo. Desde que comecei a observar e experimentar tais sensações, venho percebendo que o processo mediúnico sério é o produto da sintonia que conseguimos estabelecer com o Plano Espiritual e que essa sintonia é essencialmente mental. Pude, aos poucos – e ainda venho sentindo, compreender a importância da nossa condição e disponibilidade para esse trabalho.
Ao resgatar muitas das sensações sentidas por mim, nas fases iniciais posso registrar que estas traziam um forte componente de preocupação e receio e em alguns casos, até de medo. Atualmente, venho compreendendo que todas essas percepções estavam calcadas na relação ainda bastante incipiente que vinha mantendo com o desconhecido. Entretanto, longe de me afastar, esses episódios acabaram por me levar cada vez mais na direção de uma busca que no inicio ainda não tinha muita sustentação, mas, que aos poucos, veio sendo apoiada pelo estudo e tem me disponibilizado cada vez mais para o intercambio mediúnico. Então, acredito que depois de algum tempo já posso perceber que venho conquistando através de certa vivencia, um pouco mais de segurança na lida com os companheiros desencarnados que caminham comigo. Essa vivencia que pode ser identificada através de uma freqüência que começamos por estabelecer acabaram por modelar uma aproximação mais firme e respeitosa com esses amigos muito próximos, separados apenas pela condição de desencarnados.
Percebo também que muitos outros fatores tem me ajudado bastante e acabam por favorecer uma troca equilibrada e um trabalho mais consistente. Um deles, já citado em outras oportunidades é o preparo preliminar para o trabalho propriamente dito. No entanto, quero ressaltar que esse preparo precisa guardar um componente tão importante quanto difícil. Alem de um lado físico – com a alimentação, sexo, bebidas alcoólicas e fumo, essas ultimas totalmente excluídas, há um lado de fundamental importância e para o qual venho me dedicando sistematicamente : é o preparo mental , para o qual ainda encontro alguma dificuldade e com o qual venho me exercitando com o auxílio de algumas técnicas de relaxamento bem simples e que me ajudam a acalmar a mente e os pensamentos.
Uma outra questão bastante importante diz respeito ao local onde me disponibilizo para esse trabalho de troca. Pelo meu entendimento, o local ideal é a Casa Espírita. Sem dúvida, essa é uma questão bastante clara para mim e da qual passo a relatar agora a minha experiência particular. Primeiramente, não estou falando de qualquer casa. Antes de me dedicar ao trabalho de intercambio mediúnico estava freqüentando uma casa por motivos que eu julgava fossem externos a mim e que depois de resolvidos me afastassem totalmente deste espaço. No entanto o apoio e a ajuda que recebemos – eu e minha mãe foram tão importantes não só para o encaminhamento e solução para a questão apresentada - inclusive o entendimento de que o fato tinha a ver comigo, é que decidi começar a tentar compreender todo esse auxilio, e que logo depois que ela desencarnou muito bem assistida espiritualmente, é que comecei a estudar e freqüentar assiduamente a Casa. E é neste ponto que quero fazer a primeira observação. Acredito firmemente que ao chegar a essa casa pude, inicialmente sem perceber, reatar laços espirituais tão fortes que me levaram a percorrer caminhos que julgava nunca fosse capaz. E, assim aos poucos fui me (re)integrando a experiências que estimava , jamais pudessem ser habituais a minha vida . E daí, fui me afeiçoando a tudo que pudesse me ligar a casa, ao estudo e consequentemente ao trabalho e ao aprendizado, do qual até hoje, cerca de 10 anos, me sinto ligado e para o qual quero me dedicar por toda a vida. Em outras palavras, o que quero dizer é que para tudo acontecer de fato precisou haver afinidade e sintonia, dedicação e prazer, ligação e propósito. Consequentemente pude então perceber que foi nesta casa e apenas nesta – nunca havia sentido nenhum interesse anteriormente com nenhuma experiência dessa natureza, é que pude me (re)conhecer espiritualmente e por opção consciente apenas nela é que exercito todas as minhas possibilidades mediúnicas , porque entendo que essa escolha é fruto de uma ação sustentada e despertada pela minha ligação com o Alto.E ao prosseguir com o relato, quero reforçar que a partir daí, fui aos poucos me disponibilizando com os grupos – inicialmente para o estudo e mais posteriormente para o trabalho que começava a aparecer para as minhas acanhadas possibilidades.
Daí em diante, o vinculo foi se robustecendo naturalmente, e a minha disponibilidade aliada a uma disposição até então desconhecida por mim foram crescendo e acabaram por gerar uma rotina de compromissos que venho cumprindo com muita dedicação. Aos poucos fui reorganizando as minhas rotinas e acomodando os meus horários de forma a criar oportunidades e espaços para a minha adaptação aos dias de estudo e trabalho estabelecidos na Casa. Como conseqüência desta escolha, os companheiros surgidos nas turmas de estudo e de trabalho acabaram por se transformar em verdadeiros aliados na jornada que escolhemos juntos trilhar e apresentam-se na maioria das vezes como parceiros fundamentais a esse processo de crescimento compartilhado. Aliado a isso, pude ter a oportunidade de encontrar irmãos disponíveis a tarefa de orientadores que se mostraram desde o inicio e até os dias de hoje atenciosos, cuidadosos e, sobretudo, solidários com a minha condição principiante. E, na medida em que me sentia compelido às novas experiências aos poucos o receio e o medo foram dando lugar a uma natural preocupação de buscar entender mais o que vinha acontecendo. Ao relembrar as diferentes experiências porque passei - do trabalho do apoio, onde pude começar a exercitar a concentração e um estado ainda muito incipiente de vigilância e oração, passando pelo atendimento e orientação nas filas e portas das salas, no exercício carinhoso de receber e compartilhar esperança com os que chegavam, até ao trabalho do passe, hoje realizado por mim, venho neste tempo, percebendo e identificando a aproximação de muitos companheiros desencarnados afinizados com a minha condição e para os quais fui me (re)integrando e (re)aprendendo a reconhecer . Naquelas oportunidades, aos poucos, comecei a observar, nas situações em que começava a me preparar para o trabalho, ainda em casa, a aproximação de sensações que apontavam para o contato com o que até então era desconhecido, mas que me trazia bem estar e satisfação. Nos dias que antecediam as reuniões acabava como que tomado de uma expectativa boa e da certeza de um inicio de comprometimento e disposição que já começavam a me deixar muito envolvido. No entanto, com o passar dos tempos e na medida em que me ligava mais – tanto ao estudo como as oportunidades de trabalho, fui me vendo enredado em experiências que me sinalizavam a aproximação de sensações físicas até então desconhecidas e totalmente descontextualizadas para mim. Preciso abrir neste momento um parêntesis para esclarecer que sempre fui avesso a qualquer tipo de trabalho que me envolvesse nesses propósitos, apesar de toda a minha família – minha mãe e tias fossem sempre envolvidas nestas experiências espiritualistas, resistindo até não poder mais e só cedendo pela dor, o contato com o tema .Hoje posso lembrar muitas das situações – um calor inexplicável numa sala com ar ligado no máximo , dormência nas mãos e por todo o corpo , suores e calores por toda a cabeça , vontade incontrolável de manter os olhos fechados e “ver” cenas completas , sensação de bem estar ou de confusão mental ocorridas quase ao mesmo tempo, perfumes e odores “ouvidos e sentidos” , etc., das quais , desde aquela época até aos dias de hoje , me valho para estabelecer uma forma muito particular para entender o processo identificado por muitos com sendo “Incorporação” , mas que para mim ,aponta para uma “Aproximação” com vinculo e propósito de servir a uma causa e alcançar uma intenção . Reconheço que é um uma maneira muito própria , mas que me ajuda a compreender de fato que todo o processo de interação estabelecido a partir da minha condição mediúnica com a Espiritualidade é fundamentalmente mental . Mais ainda , acredito que para a sua ocorrência deve existir o envolvimento de todas as partes – a minha em me disponibilizar , a dos Amigos Espirituais que precisam estar sintonizados neste propósito , a dos Companheiros de trabalho que estão na mesma situação de dedicação , ao Irmão que chega com fé e aos Mentores da Casa Espírita aliados a determinação do Alto , formando todos uma corrente de luz e de amor a serviço da Seara do Nosso Mestre Jesus.
Para terminar, sem contudo esgotar a questão, venho da minha parte , aos poucos , com muito esforço e dedicação aprendendo a me envolver mais tranquilamente com essa minha condição . Hoje posso dizer que, graças a um amadurecimento natural e uma orientação consistente, as minhas possibilidades de intercambiar com esses amigos queridos – tanto os encarnados quanto os desencarnados, tem me trazido um pouco mais de objetivo a busca que venho empreendendo em me fazer um individuo espiritualmente mais dedicado. Longe de ter achado uma saída para todas as minhas dúvidas, quero apenas apontar que encontrei um caminho no qual estou começando a andar. Mais ainda, já começo a perceber que essa minha jornada pode ser compartilhada com todos os irmãos que venho (re) conhecendo e está sustentada pelo compromisso com a minha melhora e com a Causa do Mestre Amado.


MAFR

sábado, 9 de julho de 2011

SERIE ESCLARECIMENTO

CRIANÇAS ÍNDIGO NÃO EXISTEM


Paulo Henrique de Figueiredo

Uma criação do mercado de auto-ajuda norte-americano confunde pais e professores misturando misticismo e educação.

De vez em quando surge um modismo. Um dos atuais são as crianças índigo. A idéia surgiu entre palestrantes de auto-ajuda norte-americanos.

Criança índigo é uma hipótese criada por Lee Carroll e Jan Tober em suas palestras. Eles leram um livro sobre cores de “auras”, escrito pela espiritualista Nancy Tappe em 1982, no qual a escritora imaginou o surgimento de crianças superdotadas relacionando suas auras com a cor índigo, ou azul-escura.

Carroll e Tober acreditam que esses seres finalmente chegaram. As crianças índigo seriam líderes de uma nova civilização. O mundo será transformado por elas e então surgirá uma nova era. Outro palestrante de auto-ajuda, Robert Gerard, opina: “Os índigos vieram para servir ao planeta, aos pais e aos amigos como emissários do céu e disseminadores da sabedoria. Para mim são emissários do criador“.

A Nova Geração

Mas o que interessa esse tema ao Espiritismo? Desde 1868, os Espíritos anunciaram no livro A Gênese a chegada da uma nova geração. Pode-se considerar a percepção dos norte-americanos quanto a essa mudança a constatação de um fato natural: “A Terra, no dizer dos Espíritos, não terá de transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito toda geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas. A época atual é de transição, assistimos à partida de uma e à chegada da outra“.




Até aqui, tudo bem, mas segundo os escritores que defendem as crianças índigo elas são identificadas como extremamente inteligentes, só que também agem com orgulho, agressividade e prepotência. Na descrição feita pela Doutrina Espírita, conforme descrito em A Gênese, a nova geração se destaca pelo “sentimento inato do bem e nas crenças espiritualistas, o que constitui sinal indubitável de certo grau de adiantamento interior“.

A marca da Nova Geração é a Fraternidade.

A descrição das crianças índigo revela seres com um grande desenvolvimento intelectual, mas com imaturidade emocional ainda maior. Elas não têm paciência com os mais simples, preferem o isolamento, são dispersas, ficam traumatizadas quando erram e frustradas quando suas idéias não são aceitas. A mãe de uma delas descreve: “Desde a pré-escola tinha sido hiperativo, respondia mal aos professores, queria fazer tudo à sua maneira e era manipulador, percebendo a maneira de ser das pessoas e usando isso contra elas“, conta no livro Criança Índigo de autoria de Lee Carroll e Jan Tober.

“Se uma delas é trancada em um quarto, irá rabiscar as paredes e arrancar os tacos ou o carpete do chão. Tornam-se destrutivos“, afirma a espiritualista Nancy Tappe, na mesma obra.

Com o Rei na Barriga

Ryan Maluski é um jovem de 20 anos considerado índigo por Caroll e Tober. “Desde pequeno me senti muito diferente e só. Se quiser uma descrição ainda mais precisa, me sentia como um rei trabalhando como empregado e tratado como escravo“, relata. Quando tinha 2 anos, Ryan visitou o circo com os pais: “Veja os palhaços e os elefantes!”, disse sua mãe bastante animada. Inesperadamente seu filhou lhe virou um tapa no rosto, e continuou a assistir ao espetáculo. O mais incrível é um médico ter repreendido a mãe por ter estimulado a criança. “Da próxima vez, deveria deixá-lo mais à vontade para fazer as coisas ao seu modo“, afirmou (!).

Liberdade e falta de educação são coisas diferentes. Educar significa saber quando dizer não e quando dizer sim. Limites são balizas da educação. Parece que a cultura norte-americana está perdendo completamente essa noção.

Um comentário de Nancy Tappe é surpreendente: “Todas as crianças que mataram colegas de escola ou os próprios pais, com as quais pude ter contato, eram índigos. Trata-se de um novo conceito de sobrevivência. Todos nós possuíamos esse tipo de pensamento macabro quando crianças, mas tínhamos medo de colocá-lo em prática. Já os índigos não têm esse tipo de medo“, relata no livro Criança Índigo.

Uma Proposta Perigosa

Crianças índigo não existem! Em verdade, são espíritos com a missão de superar seu exaltado orgulho, aproveitando as últimas chances neste planeta para mudar de rumo. Os pais devem esclarecer a relativa importância do desenvolvimento intelectual quando a evolução moral é negligenciada. O educador desatento, entregue às falsas idéias sobre crianças índigo, poderá considerar o autoritarismo e malcriação como indício de superioridade. Terrível engano! Agem ainda pior os pais que, obedecendo ao modismo, exibem seus filhos com orgulho, declarando serem índigos. A criança pode até fingir não perceber quando é elogiada. Parece distraída enquanto os pais contam os feitos maravilhosos tomando café com as visitas. Contudo, está atenta, e a tudo observa. Ao perceber que seu comportamento contenta os pais, ela repete e os acentua, condicionando ainda mais seus hábitos presunçosos.

Este é um dos maiores perigos da tese das crianças índigo: quando os pais se deixam manipular pelos filhos, seduzidos pelas habilidades intelectuais precoces, eles estão falhando em sua missão educativa.

Modismos continuarão existindo. De olho nas vendas, autores norte-americanos já inventaram as crianças crystal. E a mais recente descoberta são as rainbow, ou “crianças arco-íris” como ficarão conhecidas em nossas terras se aqui aportarem.

Se lidos esses livros, como todos, é necessário separar o joio do trigo. E sem bom senso para distinguir um de outro, corre-se o risco de ser arrebatado pelo canto da sereia do falso profetismo, como adverte o Evangelho: “Levantar-se-ão muitos falsos profetas que seduzirão a muitas pessoas e, porque abundará a iniqüidade, a caridade de muitos esfriará” (Mateus, 24:11).

A Missão dos Pais

A regeneração do planeta não se dará por uma simples substituição dos espíritos atrasados por superiores vindos do espaço. O mundo futuro “não se comporá exclusivamente de espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as idéias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração“, completam os Espíritos, também em A Gênese.

Todo pai quer ver em seu filho uma criança especial ou justificar sua frustração diante de crianças difíceis. Isso explica o sucesso dessas idéias. Mas qual criança não é especial? Todas elas nos desafiam a perceber seus valores e distinguir seus defeitos no trabalho da educação. A vida no lar é a oportunidade para pais e filhos compreenderem suas almas. Mas ninguém vira santo do dia para a noite. O começo é uma mudança de propósitos:

“A regeneração da humanidade não exige absolutamente a renovação integral dos Espíritos: basta uma modificação em suas disposições morais. Essa modificação se opera em todos quantos lhe estão predispostos, desde que sejam subtraídos à influência perniciosa do mundo. Assim, nem sempre os que voltam são outros espíritos; são com freqüência os mesmos, mas pensando e sentindo de outra maneira“, conclui Allan Kardec, num dos últimos parágrafos de A Gênese.

E os incrédulos que acham tudo isso motivo de riso? Estes, diante da morte, “viverão, a despeito de si próprios e se verão, um dia, forçados a abrir os olhos“. E com essa frase Kardec encerra o livro.

Crianças de um Mundo Novo

As crianças do mundo regenerado serão espíritos sem preconceitos, criativas, inteligentes e amorosas. Diante de pessoas menos inteligentes agirão com humildade, valorizando-as para que se sintam melhores. Despreocupadas de si mesmas, voltarão sua atenção para auxiliar exatamente os menos capacitados, os reconhecendo como iguais, por terem os mesmos valores em potencial nas almas – as diferenças restringem-se à idade do espírito, alguns são mais velhos e outros mais novos. A atitude dessas crianças será de respeito, esperança e compaixão. Acima de tudo, seu lema será a fraternidade. Seus instrumentos serão caridade, diálogo e senso de justiça.

Fonte: Revista Universo Espírita.

terça-feira, 14 de junho de 2011

SÉRIE CHICO XAVIER

CENTRO ESPÍRITA NA VISÃO DE CHICO XAVIER


"Os centros espíritas devem ser locais de oração, trabalho e estudo. Conhecer o Espiritismo é de fundamental importância, mas, segundo Emmanuel me tem ensinado, esse conhecimento necessita ser traduzido na prática, a começar pelo entendimento entre os companheiros que constituem a equipe de cooperadores da casa. O fenômeno em um tempo de orientação kardecista deve ser acessório e, nunca, sem dúvida, atividade especial".




"Para mim, centro espírita tinha que abrir todo dia, o dia inteiro... Se é hospital, como dizemos, como é que pode estar de portas fechadas?... O centro precisava se organizar para melhor atender os necessitados. O que impede que o centro espírita seja mais produtivo é a centralização das tarefas; existe dirigente que não abre mão do comando da instituição... Ora, de fato, a instituição necessita de comando, mas de um comando que se preocupe em criar espaço para que os companheiros trabalhem, sem que ninguém esteja mais preocupado com cargos do que com encargos..."

"O centro espírita, quanto mais simples, quanto mais humilde, mais reduto do Evangelho. Construções colossais sempre me parecem destituídas de espírito... A Sociedade Espírita de Paris era uma sala de acanhada dimensões: ali imperava o espírito de fraternidade".

"As reuniões nos centros espíritas poderiam ser mais produtivas. Existe dirigente que abre e termina a sessão olhando o relógio... Não posso dar palpite no centro dos outros - Emmanuel me mandaria conservar a boca fechada -, mas a gente fica triste com os centros espíritas que funcionam apenas meia hora durante a semana..."




"Não precisamos esperar a formação de um grupo espírita para recepção de pessoas santas; vão chegar primeiro os mais infelizes; vão contar as mágoas, à vezes até os seus crimes; vêm em busca de amor..."

"Não somos donos do Movimento, a casa espírita não tem donos... Vamos criar oportunidade para o crescimento dos outros. Ninguém precisa anular ninguém... Sobra espaço para as estrelas no firmamento! Todas podem brilhar à vontade..."



"Se um amigo, ou os amigos, não têm paciência conosco, os grupos não prosperam, não frutificam em amor, em esperança, no socorro espiritual..."

"O centro espírita deve ser tocado como uma escola, ou seja, devemos estar dentro dele para aprender... Não é só para a mediunidade, para o passe ou para a desobsessão... Precisamos estudar as lições de Jesus, nas interpretações de Allan Kardec, e vivenciá-las, cuidando de nós mesmos, de nossa necessária renovação íntima..."



Registro feito por Humberto Vasconcelos em artigo publicado no Jornal Espírita de Pernambuco, edição 72

sábado, 21 de maio de 2011

SÉRIE EVANGELHO

O CRISTO VITORIOSO






"Estava ali um homem, enfermo havia trinta e oito anos"

Havia em Jerusalém um tanque chamado Betesda, que, periodicamente, adquiria propriedades curativas, depois que um Anjo, ou Espírito Superior, descia e lhe agitava as águas, magnetizando-as.
Quem entrasse primeiro, uma vez agitadas as águas, ficava curado de qualquer doença.
Era natural, e bem humano, que ali se reunisse uma multidão de enfermos, esperando o momento exato em que o Celeste mensageiro deveria agitar o tanque, em nome das forças do bem.
Bem humana, também, era a disputa que se verificava, um procurando antecipar-se ao outro, pois, como era notório, quem primeiro entrasse ficaria curado.
Entre os doentes, naquele dia, encontrava-se um homem acometido de paralisia havia trinta e oito anos.
Um paralítico no meio de dezenas de paralíticos.
Jesus passava na direção do templo, para as festividades israelitas.
Vendo aquele homem no auge da ansiedade, perguntou-lhe: Queres ser curado?
E, ante a melancólica explicação do paralítico, de que não podia caminhar, diz-lhe o Mestre: Levanta-te, toma o teu leito e anda.
O episódio sugere inúmeras considerações.
É de se notar, em principio, a espontaneidade de Jesus, no interesse por aquele enfermo, cuja atitude não foi igual à de outras personagens beneficiadas pelo Senhor.
Bartimeu, por exemplo, o conhecido cego de Jericó, atraiu a atenção de Jesus com tremendo alarido: "Filho de David, tem misericórdia de mim", insistindo de tal modo que muitos o repreenderam.
E o Divino Amigo, compadecendo-se, restitui-lhe a visão corporal.
De outra vez, um homem coberto de chagas prostrou-se-lhe aos pés, suplicando: "Senhor, se quiseres, podes purificar-me".
A mulher Siro-fenícia, cuja filha fora tomada por um espirito obsessor, pediu tanto a Jesus que a curasse, que os discípulos, irritados, rogavam ao Mestre: "Despede-a, pois vem chorando atrás de nós."
Mas Jesus, exaltando-lhe a fé, atendeu-a.
Com o paralítico do tanque das ovelhas, tudo se passou diferentemente, ele não reconhecera a Jesus, não lhe pedira que o curasse e não sabia que o Mestre por ali andava.
O que desejava, isso sim, era dar o mergulho salvador em primeiro lugar.
Ignorava que o Cristo podia curá-lo com um simples pensamento, com uma simples vibração, com um simples impulso de sua vontade.
Era paralítico e ninguém o conduzia ao tanque, eis a sua resposta, franca e sincera, ao ser interrogado por Jesus.
Por suas palavras, depreende-se que desejava apenas ajuda física: "Senhor, não tenho quem me ponha no tanque, quando a água é agitada, pois quando eu vou, desce outro antes de mim."
Houve então o gesto sublime, espontâneo, generoso, fraternal, divino...
"Levanta-te, toma o teu leito e anda."

O amor de Jesus transcende fronteiras, abrange o universo.
Limitado em suas expressões de fraternidade, pretende o homem, quase sempre, bitolar, medir, estereotipar o amor do Cristo, enclausurar-lhe a misericórdia, esquecido do:
"Tende por templo - O universo
Por imagem - Deus
Por lei - A caridade
Por altar - A consciência"
Situa-o, muita vez, entre as quatro paredes de uma igreja, de uma casa.
O fenômeno, contudo, é compreensivelmente humano e humanamente compreensível.
A irradiação do amor de Jesus envolve todos os seres que evolucionam nos círculos planetários e interplanetários, a não compreensão da excelsitude , da grandeza do Cristo reflete um grau evolutivo, traduz "uma visão".
Onde pulse um coração sincero, aí está Jesus, estendendo braços amigos, mãos generosas, como o fez com o doente do tanque.
Mesmo que esse coração ainda gravite noutros rumos evolutivos, polarizado por outras atrações, far-se-á Jesus presente, embora nem sempre possa ser percebido.
O que importa ao Cristo é curar, salvar, educar, restituir ao homem do mundo o que o homem do mundo perdeu: o endereço de Deus.

O paralítico de trinta e oito anos, simboliza o homem de boa vontade, o homem que levou até o fim a sua cruz, o homem anônimo, cuja alma valorosa se esconde, muitas vezes num corpo imobilizado.
Retrata a multidão de aflitos que o mundo não conhece, mas que o percuciente olhar de Jesus alcança, cheio de amor.
O interesse do Mestre, restituindo-o á dinâmica da vida, representa confortadora retribuição a quantos perlustram com dignidade, os caminhos da Terra, arrostando dificuldades.
A cura do paralítico demonstra que a administração do mundo está, acima de tudo, com o Supremo Poder.
Revela que, dando a cada um segundo as suas obras, milhares de almas retomam a carruagem física, em processos de reajustes e aperfeiçoamento.
É que o Cristo permanece, vitorioso, no leme da embarcação terrestre, desde os primórdios da vida planetária, apascentando, com inexcedível ternura, as ovelhas que o Pai o confiou.


Do livro Estudando o Evangelho
de Martins Peralva
DO BLOG "BRILHE A VOSSA LUZ"

Pensando alto...
Muito oportuna essa passagem para os dias de hoje e para as condições em que vivemos . Até com o Mestre achamos que podemos barganhar e esperamos por respostas imediatas . Diferentes do paralítico achamos sempre que merecemos e queremos o milagre da nossa "cura" sem nenhum esforço da nossa parte . Tratamos da alimentar a nossa fé externa e esquecemos a nossa fé interna que jaz guardada pela nossa vaidade...

mafr

sábado, 7 de maio de 2011

´SÉRIE ESPIRITISMO HISTÓRICO

A notável Yvonne do Amaral Pereira na visão de um dos seus mais destacados biógrafos
Orson Peter Carrara
orsonpeter92@gmail.com


Nosso entrevistado nasceu e mora em Salvador-BA. Bacharel em Direito, advogado, professor universitário e mestrando em Direito Público pela UFBA, é espírita desde a adolescência. Diretor financeiro e coordenador do Departamento de Juventude da Núcleo Espírita Telles de Menezes, na mesma cidade, quatro livros publicados – dois da própria lavra, um organizado e outro psicodigitado – Pedro tornou-se muito conhecido pelo trabalho de pesquisa e divulgação em torno da obra memorável produzida pela médium Yvonne do Amaral Pereira. Percorrendo o país com sua lucidez doutrinária e vibrante oratória, tornou-se um dos maiores disseminadores do conteúdo doutrinário da respeitável médium, ainda desconhecido de muitos espíritas. Suas motivadoras respostas destacam o trabalho da querida Yvonne.


RIE - Por que o interesse na divulgação da obra literária de Yvonne do Amaral Pereira?
Pedro Camilo de Figueiredo Neto - O interesse pelo trabalho da médium Yvonne Pereira surgiu no início de 1999, quando fazia estudos sobre a mediunidade na adolescência. A descobri no livro de meu conterrâneo, Carlos Bernardo Loureiro, intitulado As mulheres médiuns, e desde então me encantei pela sua vida e por sua obra, que me pareceram ricas de bons ensinamentos.


RIE - E o que mais lhe chama a atenção em toda a obra produzida pela médium?
Pedro - Creio que sua fidelidade ao pensamento de Kardec. Yvonne demonstra, em escritos e atitudes, como conhecia bem as bases do Espiritismo e pautava toda a sua produção por essa compreensão. Além disso, suas obras mediúnicas, sobretudo os romances, são verdadeiras pérolas literárias, a ponto de conseguir, com Bezerra de Menezes e Camilo Castelo Branco, por exemplo, a tradução de seus estilos.

RIE- E você considera que este e outros aspectos trazem contribuição para a formação do espírita mais consciente? De que forma?
Pedro - Primeiro, lembrando a necessidade de termos “consciência” de que tudo o que produzimos produz efeitos. Assim, somente nos devemos arrojar naquilo que edifique a coletividade. Depois, pela cautela que possuía, sobretudo com suas próprias produções. Yvonne guardou Memórias de um suicida por 30 anos antes de publicá-lo, o que aconteceu com outros livros, que ficaram guardados cerca de 40 anos. Um motivo só ela possuía: cuidado! Quantos médiuns, na atualidade, precisam aprender com seu exemplo?

RIE - Amplie seus comentários sobre o Memórias de Um Suicida. Quando foi lançado?
Pedro - O livro foi lançado em 1956, trinta anos depois do início de sua recepção. Trata-se de uma obra sem igual, que mereceu elogios vigorosos de Chico Xavier e de André Luiz. Encerra o relato das experiências vividas pelo escritor português Camilo Castelo Branco após seu suicídio, no Portugal de 1890. Além desses relatos, Yvonne Pereira revela que a obra possui a colaboração do Espírito Léon Denis. Segundo ela, Camilo não possuía conhecimentos doutrinários suficientes para as abordagens que o livro requeria. Face a isso, Léon Denis fez a complementação necessária, devendo, com razão, ser considerado um dos seus autores.



RIE - A riqueza da produção literária de Yvonne gerou outras obras, de pesquisa e de referências biográficas, inclusive de sua autoria. Em sua visão pessoal, como você percebe e avalia isso?
Pedro - Avalio como extremamente positivo, por resgatar sua vida e obra para os espíritas da atualidade. Sobre sua vida, temos as obras “Yvonne do Amaral Pereira – o voo de uma alma”, de Augusto M. Freitas, e “Yvonne: a médium iluminada”, de Gérson Sestini, pessoas que a conheceram e contribuem para o resgate de sua vida. De minha parte, escrevi “Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa”, um estudo biográfico; “Devassando a mediunidade”, um estudo a partir de conceitos e experiências da médium; e organizei “Pelos caminhos da mediunidade serena”, com entrevistas e outros textos de Yvonne. Creio que é possível produzir mais, graças à fecundidade dos escritos de Yvonne, os mediúnicos e os pessoais.

RIE - Em toda a obra de Yvonne, que detalhe fundamental você destaca para o estudioso espírita?
Pedro - Destacaria a sua dedicação à mediunidade e ao problema da obsessão, que sempre lhe mereceu uma atenção especial. Yvonne se queixava muito que os espíritas não queriam se habilitar para a tarefa de desobsessão, que, em sua opinião, é a tarefa espírita por excelência. Também seu amor pelos suicidas e empenho em sua prevenção. Yvonne fora suicida em outra encarnação e, por esse motivo, trazia esse grave compromisso consigo.




RIE - Para o leitor que nada conhece da médium ou mesmo para quem se aproxima agora do Espiritismo, que livros você indica ao leitor?
Pedro - Para um conhecimento geral, recomendo meu livro, “Yvonne Pereira: uma heroína silenciosa” (risos). Na sequência, “Devassando o invisível” e “Recordações da mediunidade”, para maiores estudos, e “Nas Voragens do Pecado”, “O Cavaleiro de Numiers”, “O drama da Bretanha” e “Amor e ódio” para quem desejar belíssimos romances. As demais obras serão conhecidas à medida das leituras.

RIE - Detalhe conteúdos desses livros que você indicou.
Pedro - Devassando o invisível e Recordações da mediunidade são obras em que a médium abre o seu baú de vivências mediúnicas e se nos apresenta em lições fantásticas! Fatos relativos ao próprio mundo espiritual, o seu relacionamento com Chopin, Bezerra de Menezes, Léon Tolstoi e Victor Hugo, sutilezas de sua psicografia para romances e muito mais pode ser encontrado naquelas páginas. A trilogia Nas voragens do pecado, O cavaleiro de Numiers e O drama da Bretanha encerra três encarnações de Yvonne. São relatos vivos de seus deslizes morais e de como a sua personalidade foi sendo construída, até se tornar a respeitável médium que conhecemos. Romances de altíssima qualidade, que os atuais estão longe de imitar. Amor e ódio é outro romance, que relata o drama de um jovem francês e que, na minha modesta opinião, é um dos livros espíritas que não se pode deserncarnar sem tê-lo apreciado (risos). Todos foram publicados pela Federação Espíritas Brasileira.

RIE - Você não citou o extraordinário livro Dramas da Obsessão. Comente sobre essa obra.
Pedro - Vale citar, também, Dramas da obsessão, obra ditada pelo Espírito Bezerra de Menezes e que contém o relato de dois casos de obsessão acompanhados por ambos, médium e Espírito. Sua riqueza doutrinária é tal que, particularmente, acredito que todo aquele que lide na seara desobsessiva não pode deixar de conhecê-lo e estudá-lo longamente.

RIE - Como Yvonne alcança nível tão expressivo de fidelidade à obra da Codificação de Allan Kardec? Que parâmetros podemos usar para perceber isso?
Pedro - Ela alcança tamanha expressividade se dedicando ao estudo sério e desapaixonado de Kardec. Também as obras de León Denis, Gabriel Dellane e Ernesto Bozzano eram vastamente estudadas. Todos os seus escritos referenciam esses autores, com lucidez e bom senso. Além disso, afirmava ela, a amigos, que lia os cinco livros considerados básicos do Espiritismo pelo menos uma vez por ano. Será preciso indicar mais parâmetros?



RIE - A obra de Yvonne ainda é bastante desconhecida do movimento espírita. O que podemos dizer aos dirigentes, palestrantes e articulistas espíritas para sensibilizá-los na maior divulgação dos excelentes livros produzidos pela médium?
Pedro - Que conhecer as obras de Yvonne Pereira e divulgá-las é materializar as palavras de Emmanuel, quando afirmou que a melhor caridade que se pode fazer ao Espiritismo é divulgá-lo. Yvonne é daquelas espíritas a quem todos devemos admirar, respeitar e conhecer. Quem pretenda enveredar-se pelos labirintos da mediunidade com segurança, depois de conhecer O Livro dos Médiuns e No Invisível, este de Léon Denis, não pode dispensar as obras de Yvonne. Fora disso, qualquer estudo será incompleto.

RIE - E a ligação de Yvonne com o Esperanto, o receituário mediúnico e as correspondências para todo país?
Pedro - Yvonne foi esperantista, embora o tempo reduzido que dedicava ao seu cultivo. Correspondia-se em esperando com pessoas pelo mundo, hábito cultivado também no Brasil, na língua nacional. Pela correspondência, consolou, instruiu e se confraternizou com grande número de pesssoas. Tenho, comigo, mais de noventa páginas e correspondências que ela trocou com um amigo paulista, o escritor Domério de Oliveira, ao longo de vinte anos de amizade. Aliás, essa amizade começou após o Dr. Domério, como era conhecido, publicar na RIE um artigo favorável ao livro Devassando a mediunidade. Sua dedicação à correspondência e aos amigos demonstrava a grandiosidade do seu coração.

RIE - Por favor, faça uma síntese biográfica da médium
Pedro - Yvonne Pereira nasceu em 24 de dezembro de 1900 e desencarnou em 09 de março de 1984. Médium, palestrante e escritora, nos deixou obras psicografadas, como Memórias de um suicida e Ressurreição e vida, bem como livros da própria lavra, como Devassando o invisível e Recordações da mediunidade. Dona de um discernimento singular, pautou sua vida no amor ao próximo e no atendimento espiritual, sobretudo de espíritos suicidas, de quem se compadecia imensamente. Tal a riqueza de sua mediunidade, alguns a chamavam, embora contra a sua vontade, de “Grande Dama do Espiritismo”.

RIE - Suas palavras finais.
Pedro - Quem pretenda ocupar-se seriamente do Espiritismo, não pode dispensar o estudo da mediunidade, tal como prensada e descrita por Kardec, bem como a apreciação de obras como as de Yvonne Pereira. Seguir por esse caminho é garantir, para si e para os demais, fontes seguras e a certeza de guiar-se por estradas que conduzem à iluminação e ao conhecimento verdadeiro.

Nota do entrevistador: Oportuno também sugerir ao leitor a exuberante obra À Luz do Consolador, igualmente publicada pela Federação Espírita Brasileira no final da década de 90, enfeixando artigos publicados pela médium na revista Reformador entre os anos 60 e 80, a maioria deles assinados com o pseudônimo de Frederico Francisco. Além de dados biográficos escritos pela própria Yvonne, a obra é rica doutrinariamente, com orientações claras e inúmeros exemplos da vivência mediúnica da autora. Obra altamente recomendável para a exata compreensão dos postulados espíritas.

DO SITE
CASA EDITORA O CLARIM

www.oclarim.com.br

sábado, 23 de abril de 2011

SÉRIE CINEMA




É UMA BOA DICA , UM LINDO RELATO SOBRE O TRABALHO DE CONSOLO QUE O CHICO FAZIA....

(Tirei a foto do Blog da Cida...)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A PROPÓSITO...

MÉDIUNS E MEDIUNIDADES

Marco Aurélio Faria Rezende

É cada vez mais oportuno que reflitamos sobre as condições em que exercitamos a Mediunidade e nos colocamos na condição de médiuns cristãos. É fundamental que compreendamos a nossa posição de meros intermediários em um processo que transcende à nossa participação e tem a sua gênese na própria evolução espiritual da humanidade . Alguns estudos apontam que a prática mediúnica é na verdade uma das muitas possibilidades que existem de intercâmbio entre os mundos físico,material e suprafísico , sendo em uma determinada época da evolução humana , um fenômeno bem mais comum e natural . Nos dias atuais , já compreendemos que essa questão ainda guarda uma evidente relação com a natureza humana , mas o seu exercício está atrelado à procura que o homem vem experimentandodo seu "eu superior". É uma espécie de retorno a sua condição divina, que ficou perdida na noite dos tempos. A Mediunidade então é o instrumento utilizado por nós para o resgate das conseqüentes relações que viemos vivenciando ao longo de sucessivas experiências na Matéria e que acabaram por embotar o nosso espírito no caminho da luz .

Daí então , venho internalizando melhor a minha condição de encarnado em processo de constante aprendizado e resgate do endividamento espiritual. É essa a nossa verdadeira situação evolutiva . Portanto , se como conseqüência dessa condição , estamos experimentando mais ou menos ostensivamente a nossa possibilidade no campo mediúnico,temos que tratar de usar a ocasião e empreendermos todo esforço com o nosso melhor. Afinal , esta é uma oportunidade de trabalho e de confiança , dada pelo Nosso Pai , que deve ser usada exclusivamente como um instrumento de aprimoramento da nossa condição moral .Longe de nos qualificar , essa condição caracteriza a nossa imperfeição ainda renitente .Se a usamos adequadamente , essa circunstancia pode apressar ou abreviar a liquidação de faltas passadas .E , no final , os primeiros beneficiados dessa empreitada somos nós mesmos . É como se tivéssemos em condição de liberdade para retomar o nosso caminho na estrada do Bem , trabalhando no Bem .

No entanto , precisamos crer que até para essa oportunidade, o Nosso Pai é extremamente misericordioso. Quando estamos verdadeiramente comprometidos com a nossa tarefa no campo mediúnico , usando a boa vontade , o estudo e a responsabilidade necessários , estamos preenchendo a nossa parcela no plano de trabalho planejado por e para nós no mundo espiritual . E como conseqüência, acabamos por favorecer mais especial e permanentemente a (re)ligação com nossos Amigos Espirituais que orientam e guiam a nossa caminhada mediúnica com ordem, segurança e eficiência .Em contrapartida a essa ajuda – consistente e precisa , precisamos estabelecer seriedade nas nossas ações .



No que me diz respeito , venho desenvolvendo , já há algum tempo , essa experiência de forma a colocar verdade e disposição a serviço da minha condição mediúnica. Primeiramente , já aprendi e venho exercitando que existe toda uma pré-condição a ser observada para o trabalho que deve começar muito antes do dia em que ele se realiza efetivamente . É fundamental toda uma preparação que inclui desde a alimentação , ressaltando a total exclusão à bebida e ao fumo ,que não fazem parte do meu consumo, até ao cuidado com leituras e situações de extrema emoção e conflito , pelo menos dois dias antes do dia do trabalho. Ainda dentro desse aspecto , é muito importante que tenhamos postura física adequada considerando principalmente a nossa aparência , o vestuário que utilizamos e as condições de limpeza e higiene com que nos apresentamos .

Para o trabalho mediúnico , tenho observado ser de grande ajuda o desenvolvimento do autodomínio das nossas atitudes . Tenho percebido ser de grande ajuda que comecemos a experimentar algumas sensações, reconhecer certas impressões e identificar determinadas reações tão comuns à vivência mediúnica ,afim de que alcancemos a autocrítica fundamental para o exercício mediúnico responsável. Desta forma , podemos compreender mais claramente que a responsabilidade pelo trabalho que estamos empreendendo é exclusivamente nossa ,não cabendo neste caso , sob nenhuma hipótese,a tentativa de buscar imputar alguma carga ao Plano Espiritual .Devemos ter sempre em mente que temos o domínio completo de nossas ações e atitudes e que o trabalho mediúnico é encargo nosso e , quando realizado de forma responsável tem sempre a orientação de Nosso Pai . Portanto , é imperioso o cuidado que devemos ter com a qualidade das mensagens que podemos "transmitir", das vidências que podemos "narrar" e das incorporações que podemos "receber". Nesse processo , a nossa condição é de intermediário crítico e consciente , conforme nos oriente André Luiz em psicografia de Chico Xavier na obra "Domínios da Mediunidade" .

Já podemos também afirmar que Mediunidade é efetivamente sintonia e que essa sintonia guarda relação direta com todas as nossas ações – veladas e reveladas no dia-a-dia da nossa vida.. Ou seja , construímos essa sintonia em cada dia , no convívio que estabelecemos em todas as nossas relações – em casa , na vizinhança , no trabalho e não somente na Casa Espírita , na hora do trabalho de atendimento na hora da reunião pública . Longe de ser bom ou obsessor , o irmão que se aproxima de nós , o faz por afinidade , estabelecendo conosco um acordo mútuo e recíproco . Logo , está em nós – só em nós , alimentar ou afastar essa combinação . Só nós podemos identificare distinguir a natureza e o propósito dessa aproximação . Se já compreendemos assim , podemos fazer as nossas escolhas fundamentados na oração e na vigilância dos nossos pensamentos, no estudo constante e sistematizado da nossa Doutrina , no respeito às orientações recebidas e com humildade permanente em nossas atitudes e ações .

Ao terminar , acredito verdadeiramente que se firmamos o compromisso de exercitar a prática mediúnica , devemos fazê-lo de forma ordenada , segura e eficiente . Por isso , julgo ser vital a busca de um único grupo espírita que tenha a nossa total confiança , afim de que possamos educar as nossas possibilidades no campo da Mediunidade com a necessária garantia do uso dessas possibilidades no uso da prática do Bem e sob a orientação de Irmãos Espirituais de elevada condição moral .

Mafr.

sábado, 9 de abril de 2011

PENSANDO EM REALENGO...

PEDINDO PELA MISERICÓRDIA

APESAR DE TUDO, TEMOS QUE RESPONDER A TODO ESSE MAL COM O BEM, PEDINDO QUE A MISERICÓRDIA DO NOSSO PAI ENVOLVA A TODOS COM O SEU AMOR....



MUITOS SÃO OS DESIGNIOS DO SENHOR. ALGUNS, NÓS COMO ESPIRITAS, JÁ SABEMOS, COMO A EXISTENCIA DO ESPIRITO ETERNO, A REENCARNAÇÃO E A LEI DE CAUSA E EFEITO - TODAS DADAS A NÓS PARA A NOSSA EVOLUÇÃO. MAS TEMOS O LIVRE ARBITRIO...
ASSIM FEITO, QUEM DE NÓS PODE JULGAR E SABER O QUE LIGAVA E AINDA LIGARÁ ESSES ESPIRITOS? TEMOS APENAS QUE PEDIR A MISERICORDIA DO PAI PARA TODOS NÓS...

terça-feira, 15 de março de 2011

SÉRIE CIÊNCIA...

Fenômenos espíritas e suas consequências filosóficas
Cairbar Schutel


Publicado na RIE em julho de 1934/O Clarim

Os fatos espíritas manifestam-se, hoje, em toda a parte; eles constituem uma voz que parte de todos os pontos do globo e repercute, de quebrada em quebrada, despertando o homem da letargia e animando-o a marchar, desassombradamente, pela estrada da espiritualidade que conduz à Vida Eterna. Pode-se dizer que não há uma só cidade do mundo, uma só aldeia, ainda nos mais longínquos recantos do planeta, em que manifestações extraordinárias não sejam verificadas, com a admiração de uns, e má vontade e repulsa de outros. Nos meios humildes, como na alta sociedade, nas zonas científicas, como entre os elementos clericais, os fenômenos espíritas de caráter ostensivo se constituíram a grande luz que vem iluminar aos homens o porto de salvamento. Não há uma só família que não conte um fato “extranormal” com ela ocorrido.
Isso vem nos provar que os fenômenos espíritas têm um caráter verdadeiramente providencial. E nem de outro modo pode-se ver esses fatos ostensivos, espontâneos, independentes de toda a vontade humana e de todos os poderes terrestres, fatos, digamos de passagem, que assinalam uma inteligência superior às inteligências da terra, cheia de previsão, de concisão e altamente científica.
Quem ler com atenção os relatos das sessões de materializações, de moldagens, de apports, de fotografias, testemunhadas por homens como William Crookes, Russel Wa-llace, Oliver Lodge, Paul Gibier, César Lombroso, Ernesto Bozzano e centenas de outros sábios de responsabilidade moral e científica, não pode negar o grande valor moral e científico dessas manifestações, fenômenos tão transcendentes que todos esses sábios unidos – físicos, químicos, fisiologistas, anatomistas, etc., são incapazes de os reproduzir em sua mínima parte.
Em vista disso, poderão esses fatos serem recebidos como ocorrências simplesmente anormais, sem uma causa-mestre que tem intuitos superiores, determinativos a um fim moral e de alta relevância espiritual?


Materialização de katie king

Certamente não se pode concluir que um efeito inteligente deixe de ter, a seu turno, uma causa inteligente e um intuito qualquer, digno da nossa observação, do nosso estudo e da nossa meditação. Todos os fenômenos da vida intelectual, ainda os mais rudimentares, têm uma causa e um objetivo, como verificamos na vida dos seres que povoam o nosso mundo. Não se acende uma luz sem que um fator não se mova, um intermediário não apareça e não se veja o fim a que aquela luz se destina.
A fenomenologia espírita, verificada em todas as épocas e em todos os países, por todas as gerações que viveram neste mundo, tem sido, em todos os tempos, o princípio básico da fé que dignifica o ser humano.
Antigamente, devido à deficiência da inteligência para julgar as coisas espirituais, ela foi atirada para a classe das coisas sobrenaturais, e os “espertos” que tomaram a si a missão de guiar os homens guardaram-na na “urna dos milagres” para, mais comodamente, manterem o seu domínio sobre as massas.
Os filósofos e os sábios, adstritos a uma psicologia retardatária que havia cristalizado todos os seus métodos de ensino, não puderam compreender o alcance desses fatos que só eram recebidos, religiosamente, pelos filhos do povo.
Percorrendo a obra dos estudos fisiológicos, embora desde tempos idos os fenômenos psíquicos tivessem larga extensão, ficamos na obscuridade sobre a existência ou não existência da alma, o que prova que a antiga psicologia não fornecia aos sábios de então os elementos precisos para a resolução do maior de todos os problemas que deve resolver a sorte do destino humano.



As Mesas Girantes

Foi preciso que novas mentalidades viessem desbravar o campo do Animismo, forçando, depois, as barreiras do sobrenatural e do mistério, para que a luz raiasse nos horizontes, e um novo método de estudo desse criação à Psicologia Experimental, que estendeu a sua área às regiões inexploradas da alma humana, nesta fase da vida, alongando a sua ação ao mundo ultrassensível que nos rodeia e para onde teremos que ir.
E, desse estudo experimental, chegou-se à conclusão dos intuitos morais e científicos dos fenômenos psíquicos, base fundamental do Ani-mismo e do Espiritismo, que se acham em íntima ligação com todas as ciências, dando-lhes um cunho superior de progresso, completando-as com as novas verdades que vêm tirá-las das dificuldades em que se acham, para resolverem certos problemas, cuja obscuridade veda a sua ação progressiva na perfeição das gentes, na evolução de todos os conhecimentos que devem constituir e proporcionar o bem-estar dos povos. Oferecendo a todos as insígnias inconfundíveis da alta Moral Cristã, com todos os En-sinos filosóficos do seu Instituidor, os fenômenos espíritas, parte integrante da Revelação sobre a qual Jesus disse haver fundado a sua Igreja, são, de fato, as demonstrações claras, legíveis e palpáveis da Imortalidade, única base verdadeira da Fé, do Amor e da Sabedoria.
Sem os fatos, não há religião, nem ciência que possa prevalecer. À química se pede reações; à matemática, números; à física, leis de equilíbrio. Para merecer o nome de ciência, é preciso que se demonstre esta ou aquela com provas positivas.
Os fenômenos psíquicos, não há, absolutamente, dúvida, trazem à destra a luz que ilumina e a verdade que salva. Só por eles, podemo-nos convencer da sobrevivência espiritual, ou seja, da sobrevivência individual e, consequentemente, dos nossos deveres para com os nossos semelhantes e para com Deus.
As consequências filosóficas dos fatos espíritas trazem-nos, como contribuição de progresso e bem-estar, leis olvidadas pelos homens e destinadas a estabelecerem na Terra o reinado da Fraternidade, sob a Pa-ternidade de Deus.
Não queiram os nossos adversários transviar os objetivos da Feno-menologia Espírita, atribuindo-lhes teorias malsãs que não se coadunam com os seus fatos. Lembre-se bem de que todas as teorias aventadas para darem explicações dos fenômenos caíram por terra por insustentáveis.


Médium Peixotinho doando ectoplasma para Materialização

“Os fatos são persistentes” – como disse o Prof. Lombroso e, em face dos fatos, o investigador perspicaz e inteligente há de verificá-los de natureza anímica e de natureza espírita, mas, sejam uns ou sejam outros, nenhuma explicação eles podem ter, sem a existência da alma e sua sobrevivência à morte do corpo carnal. Essa é a verdade que ninguém, com bons fundamentos, ousará contestar.

terça-feira, 8 de março de 2011

SERIE PRA PENSAR

CHICO XAVIER NA SAPUCAÍ JAMAIS PODERÁ SER UM ENREDO DA RAZÃO

Sem querer ser “fiscal do Espiritismo” (como costumam dizer os espíritas “bonzinhos de carteira funcional e crachá”) e ditar regras de falsos purismos e extemporâneos sermões embebidos de ladainhas, não nos omitiremos em comentar a reportagem veiculada pelo jornal O Globo, assinada pelo repórter Rafael Galdo, noticiando que a escola de samba Unidos do Viradouro trará, neste ano de 2011, um carro alegórico contendo a imagem do Francisco Cândido Xavier. Tal iniciativa é para fugir do convencional, a fim de voltar ao Grupo Especial, consoante afirma o carnavalesco Jack Vasconcelos. Nesse projeto que homenageia Momo, uma das apostas da escola de samba é um setor inteiro, no fim do desfile, dedicado ao “espiritismo”(!?). No enredo “Quem sou eu sem você”, Jack fará, no último carro, uma homenagem ao Médium de Pedro Leopoldo. Chico será representado por uma escultura (em que aparecerá psicografando) cercada por 60 componentes, alguns deles “espíritas”(!?), que farão uma performance de “mediunidade” (!?). Todo espírita estudioso sabe que nenhum espírito[a] equilibrado, em face do bom senso que deve presidir a existência das criaturas, pode fazer a apologia da loucura generalizada, que adormece as consciências, nas festas carnavalescas. (1) Por essa razão, consterna-nos o fato de ver ligado a festas profanas o tema “Espiritismo”, assim como a personalidade impoluta de Chico Xavier. A dita matéria afirma que a diretoria da Federação Espírita Brasileira estaria de acordo com tal projeto, desde que nenhum “preceito do espiritismo seja desrespeitado na apresentação da vermelho e branca”. A diretoria da FEB através do seu Portal na Internet “declara que respeita o direito de todos os que, no uso de sua liberdade de ação, agem no mesmo sentido de colocar a mensagem consoladora e esclarecedora dos ensinos espíritas ao alcance e a serviço de todas as pessoas, onde elas se encontrem, orientando, todavia, para que esse trabalho seja sempre feito preservando os seus valores éticos e doutrinários.”
Esse comportamento light, estilo “lava as mãos” é desconsertante.
Divulgar a Doutrina Espírita é um ato de caridade para com ela, entretanto, divulgá-la através desse meio não se “preserva os seus valores éticos e doutrinários” e é, sem dúvida, deturpá-la em suas bases, causando incalculáveis prejuízos morais, com grande responsabilidade vinculada. Não há como compreender a "neutralidade" da diretoria da FEB, até porque há incompatibilidade total e absoluta entre os objetivos do folguedo momesco e os postulados da Doutrina dos Espíritos. A origem do carnaval remonta as teias primitivas de um passado remoto que devemos, por impulso evolutivo, abandonar urgentemente. O termo carnaval é oriundo de uma festa romana e egípcia em homenagem ao Deus Saturno, quando carros alegóricos (a cavalo) desfilavam com homens e mulheres. Eram os carrum navalis, daí a origem da palavra "carnaval". Há quem interprete a palavra conforme as primeiras sílabas das palavras da frase: carne nada vale. Como festa popular, poderia ser um acontecimento cultural plausível, não fossem os excessos cometidos em nome da alegria.
Acompanhar a espetacularização da imagem de Chico Xavier, de André Luiz e de tantos outros irmãos queridos nossos, que tanto contribuíram e contribuem com seus ensinamentos sublimes, aliadas a uma festa que é a própria apologia às piores viciações do ser humano, é o que podemos chamar de cúmulo do paradoxo entre a teoria e a prática Espírita. Por essas razões, recomenda o Espírito André Luiz para "afastar-nos de festas lamentáveis, como aquelas que assinalam a passagem do carnaval, inclusive as que se destaquem pelos excessos de gula, desregramento ou manifestações exteriores espetaculares, pois a verdadeira alegria não foge da temperança.” (2)
Estudos demonstram que durante os delírios e farras dos carnavalescos, para cada 100 casais que caem juntos na folia, setenta terminam a noite brigados (cenas de ciúme etc.); que, desses mesmos 100 casais, posteriormente, sessenta sucumbem ao adultério, cabendo uma média de trinta para os homens e trinta para as mulheres ; que, de cada 100 pessoas (homens e mulheres indistintamente) no carnaval, pelo menos setenta se submetem espontaneamente a coisas que normalmente abominam no seu dia a dia, como álcool, entorpecentes etc. Dizem ainda que tudo isso decorre do êxtase atingido na “grande festa”, quando o símbolo da “liberdade” e da “igualdade”, mas também da orgia e depravação, somadas ao abuso do álcool, levam as pessoas a se comportarem fora do seu normal. O Espírito Emmanuel adverte: "Ao lado dos mascarados da pseudo-alegria, passam os leprosos, os cegos, as crianças abandonadas, as mães aflitas e sofredoras. (...) Enquanto há miseráveis que estendem as mãos súplices, cheios de necessidades e de fome, sobram as fartas contribuições para que os salões se enfeitem." (3)
Na ribalta dos carros alegóricos, os obsessores "influenciam os incautos que se deixam arrastar pelas paixões de Momo, impelindo-os a excessos lamentáveis, comuns por essa época do ano, e através dos quais eles próprios, os Espíritos, se locupletam de todos os gozas e desmandos materiais, valendo-se, para tanto, das vibrações viciadas e contaminadas de impurezas dos mesmos adeptos de Momo, aos quais se agarram." (4)
"É lamentável que na época atual, quando os conhecimentos novos felicitam a mentalidade humana, fornecendo-lhe a chave maravilhosa dos seus elevados destinos, descerrando-lhe as belezas e os objetivos sagrados da Vida, se verifiquem excessos dessa natureza [CARNAVAL] entre as sociedades que se pavoneiam com os títulos da civilização.” (5) Os foliões inveterados alegam que o carnaval é um extravasador de tensões, liberando as energias (?!) Ora!... transbordador de tensões é a capacidade de se arregaçar as mangas e colaborar em regime permanente (sem ôba-ôba) na recuperação das vítimas das cidades serranas do Rio de Janeiro, destroçadas pelas chuvas recentes). É verdade! No período carnavalesco, não encontramos diminuídas as taxas de agressividade e as neuroses. O que se vê é um verdadeiro somatório da violência urbana e de infelicidade familiar. As estatísticas registram como consequências do "reinado de Momo", por exemplo, gravidezes indesejadas e a consequente proliferação de abortos provocados, acidentes automobilísticos, aumento da criminalidade, estupros, suicídios, incremento do uso de diversas substâncias estupefacientes e de alcoólicos, assim como o surgimento de novos viciados, disseminação das doenças sexualmente transmissíveis (inclusive a AIDS) e as ulcerações morais, marcando profundamente certas almas desavisadas e imprevidentes.
Os três dias de folia, assim, poderão se transformar em três séculos de penosas reparações. É bom pensarmos um pouco nisto: o que o carnaval traz ao nosso Espírito? Alegria? Divertimento? Cultura? Será que o apelo de Momo faz de nós homens ou mulheres melhores? Edifica o nosso Espírito? Muitos espíritas, ingenuamente, julgam que a participação nas festas de Carnaval, tão do agrado dos brasileiros, nenhum mal acarreta à nossa integridade fisiopsicoespiritual. No entanto, por detrás da aparente alegria e transitória felicidade, revela-se o verdadeiro atraso espiritual em que ainda vivemos pela explosão de animalidade que ainda impera em nosso ser. É importante lembrá-los de que há muitas outras formas de diversão, recreação ou entretenimento disponíveis ao homem contemporâneo, alguns verdadeiros meios de alegria salutar e aprimoramento (individual e coletivo) para nossa escolha.
Não vemos, por fim, outro caminho que não seja o da "abstinência sincera dos folguedos", do controle das sensações e dos instintos, da canalização das energias, empregando o tempo de feriado do carnaval para a descoberta de si mesmo, o entrosamento com os familiares, o aprendizado através de livros e filmes instrutivos ou pela frequência a reuniões espíritas, eventos educacionais, culturais ou mesmo o descanso, já que o ritmo frenético do dia-a-dia exige, cada vez mais, preparo e estrutura físico-psicológicos para os embates pela sobrevivência.
Em síntese, se o carnaval é uma ameaça ao bem-estar social, nós espíritas temos muito a ver com ele, porque uma das tarefas primordiais de nossa Doutrina é a de lutar por dispositivos de preservação dos valores mais dignos da sociedade, sem que se violente, obviamente, o direito soberano do livre-arbítrio de cada um, mas não nos esquecendo que no carnaval sempre ocorre obsessão (espiritual) como resultado da invigilância e dos desvios morais. Somente poderemos garantir a vitória do Espírito sobre a matéria se fortalecermos a nossa fé, renovando-nos mentalmente, praticando o bem nos moldes dos códigos evangélicos, propostos por Jesus Cristo e não esquecendo os divinos conselhos do Mestre: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca''.(6)

Jorge Hessen
http://jorgehessen.net

Referências bibliográficas:

(1) Xavier , Francisco Cândido. Sobre o Carnaval, mensagem ditada pelo Espírito Emmanuel, fonte: Revista Reformador, Publicação da FEB fevereiro/1987
(2) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo Espirito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, cap.37 "Perante As Fórmulas Sociais"
(3) Xavier , Francisco Cândido. Sobre o Carnaval, mensagem ditada pelo Espírito Emmanuel, fonte: Revista Reformador, Publicação da FEB fevereiro/1987
(4) Pereira, Ivone. Devassando o Invisível, Rio de Janeiro: cap. V, edição da FEB, 1998
(5) Pereira, Ivone. Devassando o Invisível, Rio de Janeiro: cap. V, edição da FEB, 1998
(6) Mt 26:41

sábado, 12 de fevereiro de 2011

SÉRIE ENCONTROS

ENTREMÉDIUNS





Você sabe como surgiu o Entremédiuns?
Por Carlos Zanandreis


Entremédiuns é um encontro anual, em sua 13ª edição, que, como todos os anos, terá a presença de oradores conhecidos do movimento espírita e espiritualista, apresentações artísticas, livraria e muito mais. A programação você fica conhecendo aqui.

Mas você sabe como surgiu o evento? E o nome Entremédiuns?


Um desdobramento, um sonho, um encontro


Robson Pinheiro
O médium Robson Pinheiro — idealizador do Entremédiuns e fundador da Universidade do Espírito de Minas Gerais e das instituições que a compõem —, em um momento de desdobramento, certa vez participou de um encontro com outros médiuns, entre eles João Nunes Maia.



Robson salienta que foi recebido com a seguinte frase: “Seja bem-vindo entre médiuns!”. Posteriormente receberia orientações para a realização de um encontro, a fim de promover discussão e divulgação de temas atuais e de grande importância, sob a ótica espírita, numa perspectiva plural, cosmopolita e de espiritualidade, respeitando todas as formas de manifestação da fé. Lembrou-se então da frase com que foi recebido “entre médiuns” e daí nasceu o encontro, que aconteceu pela primeira vez em 1998 e a cada ano vai escrevendo mais uma página de sua história.

O evento é promovido pela Universidade do Espírito de Minas Gerais — organização espírita, com foco na formação da consciência livre — e conta com a participação de voluntários das instituições que a compõem: Sociedade Espírita Everilda Batista, Clínica Holística Joseph Gleber, Aruanda e Casa dos Espíritos Editora.

Saiba mais:

http://www.everildabatista.com.br/

http://www.casadosespiritos.com.br/

http://casaespiritos.blogspot.com/

http://www.robsonpinheiro.com.br/