sábado, 1 de dezembro de 2007

PARA REFLETIR...PARTE II




A FÍSICA QUÂNTICA EM BUSCA DA PARTÍCULA DIVINA
Luís de Almeida, Porto, Portugal

luis.almeida@mail.telepac.pt

“Confesso que, após cuidadosa e atenta leitura deste trabalho, conclui que foi um dos melhores artigos que já tive o prazer de ler. Ele se me afigura o mais erudito e informativo trabalho acerca da relação entre a Física e o Espiritismo, até agora escrito em idioma português. Se traduzido para o inglês será, sem dúvida, apreciadíssimo, inclusive pelos físicos mais modernos que, atualmente, divulgam obras acerca do relacionamento entre a Consciência e o Universo, vislumbrado sob a óptica das Físicas Quântica e Relativística. Menciono, como exemplos, os livros de Michio Kaku (Hiperespaço, ed. Rocco, Rio de Janeiro, RJ) e de Amit Goswami (O Universo Autoconsciente, edit. Rosa dos Tempos, Rio de Janeiro)”.
Dr. Hernani Guimarães Andrade


Dizer que vivemos num mundo material, hoje em dia é simplesmente uma força de expressão, pois vivemos num mundo eminentemente energético, já o dizia Albert Einstein nos idos de 1921, através da sua fórmula bem conhecida E = mc², que passou a ser E = ± mc², face à antimatéria. Hoje estamos a obter comprovações bastante importantes por parte dos físicos contemporâneos na descoberta de uma consciência, para lá do universo das partículas.

· O universo das partículas
As partículas elementares são, até agora, consideradas as seguintes: quarks, leptões e gluões (se bem que pelo que me consta, ainda não tenham sido "observados" quarks isolados).
Essas micropartículas, cuja estrutura interna se baseia em quarks e/ou antíquarks ligados, são chamados hadrões é o caso dos protões, neutrões, mesão PI (e outros) e suas anti-partículas respectivas.
Aqui surgem duas sub-familias a dos bariões (partículas formadas por três quarks podendo haver também antiquarks) e a dos mesões (partículas formadas por dois quarks - um quark e um antiquark).
Depois existe uma família de partículas verdadeiramente elementares, ao que até agora se julga, os leptões. Fazem parte dessa família os electrões, o muão, o tau e os neutrinos de cada um deles, bem como todas as suas anti-partículas. A diferença entre os leptões, até agora ditos com massa, e os neutrinos é a inexistência de carga eléctrica nos neutrinos e, possivelmente, a sua massa extraordinariamente baixa.

· As quatro interacções fundamentais do universo
Para fazer do conjunto dos terceiros actores do filme cósmico, temos que lembrar que existem na natureza quatro interacções fundamentais entre as partículas que constituem o Universo:
Interacção gravítica - interacção entre corpos com massa;
Interacção electromagnética - interacção entre carga eléctricas em repouso relativo e cargas eléctricas em movimento relativo:
Interacção fraca - Interacção entre hadrões;
Interacção forte - Interacção entre quarks.
Para cada interacção existe uma partícula característica de troca, ou intermediária, entre as partículas que interagem. Essas partículas são chamadas de gluões. Existem deste modo gluões específicos para cada interacção:
Interacção gravítica – gravitões -, ainda não observados porque é impossível fabricá-los na Terra e difícil detectá-los no Universo;
Interacção electromagnética - fotões;
Interacção fraca - gluões fracos;
Interacção forte - gluões fortes.
A maior parte dos físicos modernos esperam encontrar uma teoria única que englobe as quatro forças elementares numa só, ou seja, estas quatro interacções elementares não sendo mais que aspectos diferentes de uma só força ou interacção.
Mas afinal o que será a causa deste efeito?
Não será, o “Pensamento” do Criador de todas as coisas? Ora, vejamos.
André Luiz, In Evolução em Dois Mundos, (11) diz-nos, que: “(...) o homem no plano espiritual, vai lidar, mais directamente, com um fluido vivo e multiforme, estuante e inestancável, (...) absorvido pela mente humana, em processo vitalista semelhante á respiração, pelo qual a criatura assimila a Força emanente do Criador, esparsa em todo o Cosmos, transubstanciando-a, sob a própria responsabilidade, para influenciar na Criação a partir de si mesma. Esse fluido, é seu próprio pensamento contínuo, gerando potenciais energéticos (...)”. Não confundamos a definição clássica de fluido.
Estamos perante o grande entendimento, ainda embrionário da «Mecânica do Pensamento de Deus», gerador de toda a Criação, na conversão de “potenciais energéticos”.
Este principio elementar de todos os outros, como Allan Kardec (9) nos transmite, sendo a causa, a fonte, o principio, a verdadeira matriz, nada mais que - “O Fluido Cósmico Universal”, e que os físicos esperam encontrar, - a síntese de todas as quatro forças Universais, sujeitas a uma só lei e a uma só partícula elementar. Allan Kardec diz-nos ainda, que a matéria é formada de um só elemento primitivo.
Mas afinal, o que são essas quatro forças elementares, se não derivadas do Fluido Universal, ou seja, o “Fluido Cósmico”, - “Plasma divino, hausto do Criador, ou força nervosa do Todo-Sábio. Nesse elemento primordial vibram e vivem Constelações, Sóis, Mundos e Seres, como peixes no oceano”, afirma André Luiz In Evolução em Dois Mundos (11).
Vejamos O Livro dos Espíritos (9) na pergunta 36:
O vácuo absoluto existe em alguma parte no Espaço universal?
“Não, não há o vácuo. O que te parece vazio está ocupado por matéria que te escapa aos sentidos e aos instrumentos.”
Os físicos modernos são da mesma opinião, recentemente, contrariamente à definição clássica de “vazio”, pois este, era entendido como um espaço intergaláctico, interplanetário, ou interatómico, em que nada existia. Hoje os Físicos sabem que este espaço está recheado de partículas e de antipartículas, - energia, provando uma das definições e derivações do Fluido Cósmico sugerido por Allan Kardec há 150 anos, em que estas quatro interacções povoam o nosso universo, pois, são nada mais que o Fluido Cósmico Universal na sua múltipla diversidade.

· Vivemos no mundo das energias
Iniciemos então com o axioma de que “toda matéria é energia”. Isso é facilmente visualizado na equação proposta por Einstein, onde: E= energia, m= massa e c2= velocidade da luz ao quadrado. Isto significa dizer que se acelerarmos um corpo de massa m ao quadrado da velocidade da luz, então esse corpo se transformaria em energia pura.
Se como vimos acima, energia é matéria “acelerada”, a mesma equação nos permite dizer que matéria é energia “coagulada”, de onde depreendemos que matéria e energia são a mesma coisa em estados diferentes. A primeira com uma energia potencial máxima ou quase, e a segunda com uma energia cinética máxima ou quase.
Seja qual for o estado energético ou material, os dois são de entropia positiva, o que significa que tendem a um dado momento tempo-espacial, a se desorganizarem. Tanto é assim, que tudo o que percebemos e conhecemos no nosso universo está em constante mutação.
Por outro lado, se analisarmos o “Modelo dos Domínios de Frequência Tiller- Einstein do espaço-tempo”, onde o Dr. Willian Tiller da Universidade de Stanford, USA, acrescentou à fórmula de Eisten a constante de proporcionalidade de Einstein -Lorentz (Ö[1-v2/c2]), teremos:
m.c2
1-v2 / c2
E = ± Ooo

· Espaço-tempo negativo – O Mundo Espiritual
Fisicamente, uma partícula acelerada à velocidade da luz gasta uma energia exponencialmente maior, até que em certo ponto o aumento de sua velocidade necessita de uma energia astronomicamente grande, quando se insere números maiores que o da velocidade da luz na equação de Einstein-Lorentz.
O matemático Dr. Charles Muses que parte do postulado da sua validade, deu a eles o nome de hipernúmeros.
Os hipernúmeros traduzem efeitos de energias superiores às da luz em velocidade. À partir do seu postulado, Muses elaborou um gráfico onde temos uma imagem em espelho:
A matéria espaço-tempo positivo só pode existir abaixo da velocidade da luz, ou no universo espaço-tempo físico. A esfera espaço-tempo negativo é composta por partículas que se deslocam à velocidades maiores que a da luz. Essas partículas hipotéticas foram denominadas de Taxion.
Podemos tirar a ilação de que esse universo espaço-tempo negativo é o universo do plano espiritual, de massa negativa e entropia negativa, onde o grau de desorganização tende a zero, em outras palavras, “imutável” ou “eterno”.
Sabemos ainda, que 90% da matéria existente no Universo é desconhecida, a chamada “matéria escura”.
O Livro dos Espíritos (9) esclarece:
84. Os Espíritos constituem um mundo à parte, fora daquele que vemos?
- “Sim, o mundo dos Espíritos, ou das inteligências incorpóreas.”
85. Qual dos dois, o mundo espírita ou o mundo corpóreo, é o principal, na ordem das coisas?
“O mundo espírita, que preexiste e sobrevive a tudo.”
86. O mundo corporal poderia deixar de existir, ou nunca ter existido, sem que isso alterasse a essência do mundo espírita?
- “Decerto. Eles são independentes; contudo, é incessante a correlação entre ambos, porquanto um sobre o outro incessantemente reagem.”
Na “Introdução” do mesmo livro no cap. VI lê-se Kardec:
«Vamos resumir, em poucas palavras, os pontos principais da doutrina que nos transmitiram, a fim de mais facilmente respondermos a certas objecções.
“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corpóreo, e os seres imateriais, o mundo invisível ou espírita, isto é, dos Espíritos.”
“O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente a “tudo.
“O mundo corporal é secundário; poderia deixar de existir, ou não ter jamais existido, sem que por isso se alterasse a essência do mundo espírita.”

· A Física Moderna leva-nos ao encontro do Espírito e de Deus
A física quântica pode constituir uma ponte entre a ciência e o mundo espiritual, pois segundo ela, pode–se “reduzir” a matéria, de forma subjectiva e no domínio do abstracto, até à consciência – causa da “intelectualidade” da matéria. A consciência transforma as possibilidades da matéria em realidade, transformando as possibilidades quânticas em factos reais. Essa consciência deve apresentar uma unidade e transcender o tempo, espaço e matéria. Não é algo material, na realidade, é a base de todos os seres.
Recordemos o professor de Lyon In O Livro dos Espíritos (9):
23. Que é o Espírito?
- “O princípio inteligente do Universo.”
a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
- “Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa.”
Tanto é assim, que os físicos teóricos postulam a existência de uma “partícula”, que seria a partícula “fundamental”, que ainda não foi encontrada,

mas a qual o Prémio Nobel da física, Leon Lederman, denomina a “partícula divina”. Partícula essa decisiva pois é ela que determina a massa das restantes, bem como a coesão dada pela gravidade dos 90% do universo ainda desconhecido.
Leiamos Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
25. O Espírito independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, como as cores o são da luz e o som o é do ar?
- “São distintos uma do outro; mas, a união do Espírito e da matéria é necessária para intelectualizar a matéria.”
26. Poder-se-á conceber o Espírito sem a matéria e a matéria sem o Espírito?
- “Pode-se, é fora de dúvida, pelo pensamento.”
Cabe lembrar que os físicos, a partir das pesquisas do norte-americano Murray Gel Mann nos aceleradores de partícula, já admitem a existência de um domínio externo ao mundo cósmico dito material onde provavelmente existam agentes activos também chamados frameworkers, capazes de actuar sobre a energia do Universo, modulando-a e dando-lhe formas de partícula atómica, ou seja por outras palavras – o espírito, chamado também “Agente Estruturador” por vários físicos teóricos
Retomemos novamente o mestre lionês In O Livro dos Espíritos (9):
76. Que definição se pode dar dos Espíritos?
- “Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.”
536. São devidos a causas fortuitas, ou, ao contrário, têm todos um fim providencial, os grandes fenómenos da Natureza, os que se consideram como perturbação dos elementos?
- “Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus.”
b) - Concebemos perfeitamente que a vontade de Deus seja a causa primária, nisto como em tudo; porém, sabendo que os Espíritos exercem acção sobre a matéria e que são os agentes da vontade de Deus, perguntamos se alguns dentre eles não exercerão certa influência sobre os elementos para os agitar, acalmar ou dirigir?
- “Mas evidentemente. Nem poderia ser de outro modo. Deus não exerce acção directa sobre a matéria. Ele encontra agentes dedicados em todos os graus da escala dos mundos.”

· A Teoria das Supercordas e a Dimensão Psi
Outra teoria quântica, que vem de encontro a existência de uma “partícula divina consciêncial” no final da escala das partículas subatómicas, é a teoria das supercordas. Essa teoria foi melhorada e é defendida por um dos físicos teóricos mais respeitados da actualidade Edward Witten, professor do Institute for Advanced Study em Princeton, EUA. De maneira bastante simples e resumida, a teoria das supercordas postula que os quarks, mais ínfima partícula subatómica conhecida até o momento, estariam ligados entre si por “supercordas” que, de acordo com sua vibração, dariam a “tonalidade” específica ao núcleo atómico a que pertencem, dando assim as qualidades físico-químicas da partícula em questão.
Querer imaginá-las é como tentar conceber um ponto matemático: é impossível, por enquanto. Além disso, são inimaginavelmente pequenas. Para termos uma ideia: o planeta Terra é dez a vinte ordens grandeza mais pequeno do que o universo, e o núcleo atómico é dez a vinte ordens de grandeza mais pequeno que do que a Terra. Pois bem, uma supercorda é a dez a vinte ordens mais pequena do que o núcleo atómico.
O professor Rivail, esclarece In O Livro dos Espíritos (9):
30. A matéria é formada de um só ou de muitos elementos?
- “De um só elemento primitivo. Os corpos que considerais simples não são verdadeiros elementos, são transformações da matéria primitiva.”
Ou seja, é a vibração dessas infinitesimais “cordinhas” que seria responsável pelas características do átomo a que pertencem. Conforme vibrem essas “cordinhas” dariam origem a um átomo de hidrogénio, hélio e assim por diante, que por sua vez, agregados em moléculas, dão origem a compostos específicos e cada vez mais complexos, levando-nos a pelo menos 11 dimensões.
Corrobora Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
79. Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?
- “Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material..”
64. Vimos que o Espírito e a matéria são dois elementos constitutivos do Universo. O princípio vital será um terceiro?
- “É, sem dúvida, um dos elementos necessários à constituição do Universo, mas que também tem sua origem na matéria universal modificada. É, para vós, um elemento, como o oxigénio e o hidrogénio, que, entretanto, não são elementos primitivos, pois que tudo isso deriva de um só princípio.”
Essa teoria traz a ilação de que tal tonalidade vibratória fundamenta é dada por algo ou alguém, de onde abstraímos a “consciência” como factor propulsor dessas cordas quânticas. Assim sendo, isso ainda mais nos faz pensar numa unidade consciencial vibrando a partir de cada objecto, de cada ser.
Complementa Kardec In O Livro dos Espíritos (9):
615. É eterna a lei de Deus?
- “Eterna e imutável como o próprio Deus.”
621. Onde está escrita a lei de Deus?
- “Na consciência.”
Seguindo esta teoria e embarcando na ideia lançada por André Luiz In Evolução em Dois Mundos (11), onde somos co-criadores dessa consciência universal, e cada vez mais responsáveis por gerir o estado vibracional das nossas próprias “cordinhas” – a chamada dimensão Psi por vários investigadores espiritas -, à medida que delas nos conscientizemos, chegaremos a harmonia perfeita quando realmente entrarmos em sintonia com a consciência geradora que está em nós, e também no todo, vulgarmente conhecida por Deus, ou como alguns físicos teóricos sustentam “O Supremo Agente Estruturador”
Leiamos o Codificador In O Livro dos Espíritos (9):
5. Que dedução se pode tirar do sentimento instintivo, que todos os homens trazem em si, da existência de Deus?
- “A de que Deus existe; pois, donde lhes viria esse sentimento, se não tivesse uma base? É ainda uma consequência do princípio - não há efeito sem causa.”
7. Poder-se-ia achar nas propriedades íntimas da matéria a causa primária da formação das coisas?
- “Mas, então, qual seria a causa dessas propriedades? É indispensável sempre uma causa primária.”
Interpretemos Allan Kardec In A Génese (10) Cap. II – A Providência:
20. - A providência é a solicitude de Deus para com as suas criaturas. Ele está em toda parte, tudo vê, a tudo preside, mesmo às coisas mais mínimas. É nisto que consiste a acção providencial.
«Como pode Deus, tão grande, tão poderoso, tão superior a tudo, imiscuir-se em pormenores ínfimos, preocupar-se com os menores actos e os menores pensamentos de cada indivíduo?» Esta a interrogação que a si mesmo dirige o incrédulo, concluindo por dizer que, admitida a existência de Deus, só se pode admitir, quanto à sua acção, que ela se exerça sobre as leis gerais do Universo; que este funcione de toda a eternidade em virtude dessas leis, às quais toda criatura se acha submetida na esfera de suas actividades, sem que haja mister a intervenção incessante da Providência.
Esta consciência única do raciocínio quântico, transforma-se em dois elementos: um objectivo e outro subjectivo. O subjectivo chamamos de ser quântico, universal, indivisível. A individualização desse ser é consequência de um condicionamento. Esse ser quântico é a maneira como pensamos em Deus, que é o ser criador dentro de nós.
Voltemos ao génio de Lyon In A Génese (10) Cap. II – A Providência:
34. – Sendo Deus a essência divina por excelência, unicamente os Espíritos que atingiram o mais alto grau de desmaterialização o podem perceber. Pelo facto de não o verem, não se segue que os Espíritos imperfeitos estejam mais distantes dele do que os outros; esses Espíritos, como os demais, como todos os seres da Natureza, se encontram mergulhados no fluido divino, do mesmo modo que nós o estamos na luz.
Geralmente, nós interpretamos Deus como algo unicamente externo. Pensamos em Deus como um ser separado de nós. Isso é a causa dos conflitos. Se Deus também está dentro de nós, podemos mudar por nossa própria vontade. Mas se acreditamos que Deus está exclusivamente do lado de fora, então supomos que só Ele pode nos mudar e não nos transformamos pela nossa própria vontade. Não podemos excluir a nossa vontade, dizendo que tudo ocorre pela vontade de Deus. Temos de reconhecer o deus que há em nós, como afirmou o Doce Amigo há 2000 anos. Então seremos livres.
Allan Kardec atesta In A Génese (10) Cap. II – A Providência:
24. – (...) Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas acções lhe podemos subtrair ao olhar; o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer-se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo.
Para estender a sua solicitude a todas as criaturas, não precisa Deus lançar o olhar do Alto da imensidade. As nossas preces, para que ele as ouça, não precisam transpor o espaço, nem ser ditas com voz retumbante, pois que, estando de contínuo ao nosso lado, os nossos pensamentos repercutem nele.

· O Livro dos Espíritos: uma obra actual e de referência

A Física continua a dar ao Espiritismo, ainda que os físicos de tal não se apercebam, ou melhor, não queiram por enquanto se aperceber, uma contribuição gigantesca na confirmação dos postulados espíritas, que de maneira nenhuma nós, os espíritas, poderemos subestimar. Existe uma ciência espírita, com uma metodologia de ciência, assentada nas questões espirituais, mais do que possamos imaginar, e a prova disso é O Livro dos Espíritos (9) - uma obra actual - um manancial para a Física Moderna. Trazendo-nos um novo conceito .básico sobre a visão macro e microcósmica de Deus (ao defini-Lo como “a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”) do Espírito e da Matéria propriamente dita
Concluímos com Allan Kardec In O Livro dos Espíritos (9) resumindo toda esta teoria da Física Moderna de forma magistral, simplesmente espantoso, acreditem...:
27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?
- “Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer acção sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e susceptível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a acção do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”“.




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Bibliografia:

(1) Dyson, Freeman em Infinito em Todas as Direcções - Edições Gradiva – 1990 – Portugal.
(2) Greene, Brian em O Universo Elegante - Edições Gradiva – 2000 – Portugal.
(3) Hawking, Stephen em Breve História do Tempo (Edição actualizada e aumentada, comemorativa do 1º Aniversário) - Edições Gradiva – 2000 – Portugal.
(4) Hawking, Stephen em O Fim da Física - Edições Gradiva – 1994 – Portugal.
(5) Homepage, CERN - Organisation Européenne Pour La Recherche Nucléaire -http://www.cern.ch/
(6) Homepage, ESA - European Space Agency - http://www.esa.int/export/esaCP/index.html
(7) Homepage, FERMILAB - Fermi National Accelerator Laboratory - http://www.fnal.gov/
(8) Homepage, NASA - National Aeronautics & Space Administration -http://www.nasa.gov/
(9) Kardec, Allan em O Livro dos Espíritos – Edições FEB 76ª edição
(10) Kardec, Allan em A Génese – Edições FEB 36ª edição.
(11) Luiz, André em Evolução em Dois Mundos – Edições FEB 12ª edição
(12) Reeves, Hubert em O Primeiro Segundo - Edições Gradiva – 1996 – Portugal.
(13) Sagan, Carl em Um Mundo Infestado de Demónios – Edições Gradiva – 1997 – Portugal.






Fotos

F1 - Legenda: Diagrama atómico (matéria energia)

F2 - Legenda: Acelerador de partículas do CERN

F3 - Legenda: Teorias unificadas

F4 - Legenda: Partícula subatómica

F5 - Legenda: Geralmente, nós interpretamos Deus como algo unicamente externo.
Pensamos em Deus como um ser separado de nós. Isso é a causa dos
conflitos.

F6 - Legenda : ...nos faz pensar numa unidade consciencial vibrando a partir de cada
objecto, de cada ser

(Artigo originalmente publicado na Revista Internacional do Espiritismo, Março de 2003)

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