segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

O BEM E O MAL

Origem do bem e do mal - O instinto e a inteligência - Destruição dos
seres vivos uns pelos outros
Origem do bem e do mal






Sendo Deus o princípio de todas as coisas e sendo todo sabedoria,
todo bondade, todo justiça, tudo o que dele procede há de participar
dos seus atributos, porquanto o que é infinitamente sábio, justo e bom
nada pode produzir que seja ininteligente, mau e injusto. O mal que
observamos não pode ter nele a sua origem.

Se o mal estivesse nas atribuições de um ser especial, quer se
lhe chame Arimane, quer Satanás, ou ele seria igual a Deus, e, por
conseguinte, tão poderoso quanto este, e de toda a eternidade como
ele, ou lhe seria inferior.

No primeiro caso, haveria duas potências rivais, incessantemente em
luta, procurando cada uma desfazer o que fizesse a outra,
contrariando-se mutuamente, hipótese esta inconciliável com a unidade
de vistas que se revela na estrutura do Universo.

No segundo caso, sendo inferior a Deus, aquele ser lhe estaria
subordinado. Não podendo existir de toda a eternidade como Deus, sem
ser igual a este, teria tido um começo. Se fora criado, só o poderia
ter sido por Deus, que, então, houvera criado o Espírito do mal, o que
implicaria negação da bondade infinita. (Veja-se: O Céu e o Inferno,
cap. X: «Os demônios».)

Entretanto, o mal existe e tem uma causa. Os males de toda
espécie, físicos ou morais, que afligem a Humanidade, formam duas
categorias que importa distinguir: a dos males que o homem pode evitar
e a dos que lhe independem da vontade. Entre os primeiros, cumpre se
incluam os flagelos naturais.

O homem, cujas faculdades são restritas, não pode penetrar, nem
abarcar o conjunto dos desígnios do Criador; aprecia as coisas do
ponto de vista da sua personalidade, dos interesses factícios e
convencionais que criou para si mesmo e que não se compreendem na
ordem da Natureza. Por isso é que, muitas vezes, se lhe afigura mau e
injusto aquilo que consideraria justo e admirável, se lhe conhecesse a
causa, o objetivo, o resultado definitivo. Pesquisando a razão de ser
e a utilidade de cada coisa, verificará que tudo traz o sinete da
sabedoria infinita e se dobrará a essa sabedoria, mesmo com relação ao
que lhe não seja compreensível.

O homem recebeu em partilha uma inteligência com cujo auxílio lhe
é possível conjurar, ou, pelo menos, atenuar os efeitos de todos os
flagelos naturais. Quanto mais saber ele adquire e mais se adianta em
civilização, tanto menos desastrosos se tornam os flagelos. Com uma
organização sábia e previdente, chegará mesmo a lhes neutralizar as
conseqüências, quando não possam ser inteiramente evitados. Assim, com
referência, até, aos flagelos que têm certa utilidade para a ordem
geral da Natureza e para o futuro, mas que, no presente, causam danos,
facultou Deus ao homem os meios de lhes paralisar os efeitos.

Assim é que ele saneia as regiões insalubres, imuniza contra os
miasmas pestíferos, fertiliza terras áridas e se industria em
preservá-las das inundações; constrói habitações mais salubres, mais
sólidas para resistirem aos ventos tão necessários à purificação da
atmosfera e se coloca ao abrigo das intempéries. É assim, finalmente,
que, pouco a pouco, a necessidade lhe fez criar as ciências, por meio
das quais melhora as condições de habitabilidade do globo e aumenta o
seu próprio bem-estar.




Tendo o homem que progredir, os males a que se acha exposto são
um estimulante para o exercício da sua inteligência, de todas as suas
faculdades físicas e morais, incitando-o a procurar os meios de
evitá-los. Se ele nada houvesse de temer, nenhuma necessidade o
induziria a procurar o melhor; o espírito se lhe entorpeceria na
inatividade; nada inventaria, nem descobriria. A dor é o aguilhão que
o impede para a frente, na senda do progresso.

Porém, os males mais numerosos são os que o homem cria pelos seus
vícios, os que provêm do seu orgulho, do seu egoísmo, da sua ambição,
da sua cupidez, de seus excessos em tudo. Aí a causa das guerras e das
calamidades que estas acarretam, das dissenções, das injustiças, da
opressão do fraco pelo forte, da maior parte, afinal, das
enfermidades.

Deus promulgou leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o
bem. Em si mesmo encontra o homem tudo o que lhe é necessário para
cumpri-las. A consciência lhe traça a rota, a lei divina lhe está
gravada no coração e, ao demais, Deus lha lembra constantemente por
intermédio de seus messias e profetas, de todos os Espíritos
encarnados que trazem a missão de o esclarecer, moralizar e melhorar
e, nestes últimos tempos, pela multidão dos Espíritos desencarnados
que se manifestam em toda parte. Se o homem se conformasse
rigorosamente com as leis divinas, não há duvidar de que se pouparia
aos mais agudos males e viveria ditoso na Terra. Se assim procede, é
por virtude do seu livre-arbítrio: sofre então as conseqüências do seu
proceder. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. V, nos 4, 5, 6 e
seguintes.)

Entretanto, Deus, todo bondade, Pôs o remédio ao lado do mal,
isto é, faz que do próprio mal saia o remédio. Um momento chega em que
o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a
necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente
compelido a procurar no bem o remédio, sempre por efeito do seu
livre-arbítrio. Quando toma melhor caminho, é por sua vontade e porque
reconheceu os inconvenientes do outro. A necessidade, pois, o
constrange a melhorar-se moralmente, para ser mais feliz, do mesmo
modo que o constrangeu a melhorar as condições materiais da sua
existência (nº 5).

Pode dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a
ausência do calor. Assim como o frio não é um fluido especial, também
o mal não é atributo distinto; um é o negativo do outro. Onde não
existe o bem, forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um
princípio do bem. Deus somente quer o bem; só do homem procede o mal.
Se na criação houvesse um ser preposto ao mal, ninguém o poderia
evitar; mas, tendo o homem a causa do mal em SI MESMO, tendo
simultaneamente o livre-arbítrio e por guia as leis divinas,
evitá-lo-á sempre que o queira.

Tomemos para termo de comparação um fato vulgar. Sabe um proprietário
que nos confins de suas terras há um lugar perigoso, onde poderia
perecer ou ferir-se quem por lá se aventurasse. Que faz, a fim de
prevenir os acidentes? Manda colocar perto um aviso, tornando defeso
ao transeunte ir mais longe, por motivo do perigo. Ai está a lei, que
é sábia e previdente. Se, apesar de tudo, um imprudente desatende o
aviso, vai além do ponto onde este se encontra e sai-se mal, de quem
se pode ele queixar, senão de si próprio?

Outro tanto se dá com o mal: evitá-lo-ia o homem, se cumprisse as leis
divinas. Por exemplo: Deus pôs limite à satisfação das necessidades:
desse limite a saciedade adverte o homem; se este o ultrapassa, fá-lo
voluntariamente. As doenças, as enfermidades, a morte, que daí podem
resultar, provêm da sua imprevidência, não de Deus.

Decorrendo, o mal, das imperfeições do homem e tendo sido este
criado por Deus, dir-se-á, Deus não deixa de ter criado, se não o mal,
pelo menos, a causa do mal; se houvesse criado perfeito o homem, o mal
não existiria.

Se fora criado perfeito, o homem fatalmente penderia para o bem. Ora,
em virtude do seu livre-arbítrio, ele não pende fatalmente nem para o
bem, nem para o mal. Quis Deus que ele ficasse sujeito à lei do
progresso e que o progresso resulte do seu trabalho, a fim de que lhe
pertença o fruto deste, da mesma maneira que lhe cabe a
responsabilidade do mal que por sua vontade pratique. A questão, pois,
consiste em saber-se qual é, no homem, a origem da sua propensão para
o mal. (1)

(1) O erro esta em pretender-se que a alma haja saído perfeita
das mãos do Criador, quando este, ao contrario, quis que a perfeição
resulte da depuração gradual do Espírito e seja obra sua. Houve Deus
por bem que a alma, dotada de livre-arbítrio, pudesse optar entre o
bem e o mal e chegasse a suas finalidades últimas de forma militante e
resistindo ao mal. Se houvera criado a alma tão perfeita quanto ele e,
ao sair-lhe ela das mãos, a houvesse associado à sua beatitude eterna,
Deus tê-la-ia feito, não à sua imagem, mas semelhante a si próprio.
(Bonnamy, A Razão do Espiritismo, cap. VI.)

Estudando-se todas as paixões e, mesmo, todos os vícios, vê-se
que as raízes de umas e outros se acham no instinto de conservação,
instinto que se encontra em toda a pujança nos animais e nos seres
primitivos mais próximos da animalidade, nos quais ele exclusivamente
domina, sem o contrapeso do senso moral, por não ter ainda o ser
nascido para a vida intelectual. O instinto se enfraquece, à medida
que a inteligência se desenvolve, porque esta domina a matéria.

O Espírito tem por destino a vida espiritual, porém, nas primeiras
fases da sua existência corpórea, somente a exigências materiais lhe
cumpre satisfazer e, para tal, o exercício das paixões constitui uma
necessidade para o efeito da conservação da espécie e dos indivíduos,
materialmente falando. Mas, uma vez saído desse período, outras
necessidades se lhe apresentam, a princípio semimorais e
semimateriais, depois exclusivamente morais. É então que o Espírito
exerce domínio sobre a matéria, sacode-lhe o jugo, avança pela senda
providencial que se lhe acha traçada e se aproxima do seu destino
final. Se, ao contrário, ele se deixa dominar pela matéria, atrasa-se
e se identifica com o bruto. Nessa situação, o que era outrora um bem,
porque era uma necessidade da sua natureza, transforma-se num mal, não
só porque já não constitui uma necessidade, como porque se torna
prejudicial à espiritualização do ser. Muita coisa, que é qualidade na
criança, torna-se defeito no adulto. O mal e, pois, relativo e a
responsabilidade é proporcionada ao grau de adiantamento.

Todas as paixões têm, portanto, uma utilidade providencial, visto que,
a não ser assim, Deus teria feito coisas inúteis e, até, nocivas. No
abuso é que reside o mal e o homem abusa em virtude do seu
livre-arbítrio. Mais tarde, esclarecido pelo seu próprio interesse,
livremente escolhe entre o bem e o mal.
O instinto e a inteligência

Qual a diferença entre o instinto e a inteligência? Onde acaba
um e o outro começa? Será o instinto uma inteligência rudimentar, ou
será uma faculdade distinta, um atributo exclusivo da matéria?

O instinto é a força oculta que solicita os seres orgânicos a atos
espontâneos e involuntários, tendo em vista a conservação deles. Nos
atos instintivos não há reflexão, nem combinação, nem premeditação. É
assim que a planta procura o ar, se volta para a luz, dirige suas
raízes para a água e para a terra nutriente; que a flor se abre e
fecha alternativamente, conforme se lhe faz necessário; que as plantas
trepadeiras se enroscam em torno daquilo que lhes serve de apoio, ou
se lhe agarram com as gavinhas. É pelo instinto que os animais são
avisados do que lhes convém ou prejudica; que buscam, conforme a
estação, os climas propícios; que constróem, sem ensino prévio, com
mais ou menos arte, segundo as espécies, leitos macios e abrigos para
as suas progênies, armadilhas para apanhar a presa de que se nutrem;
que manejam destramente as armas ofensivas e defensivas de que são
providos; que os sexos se aproximam; que a mãe choca os filhos e que
estes procuram o seio materno. No homem, só em começo da vida o
instinto domina com exclusividade; é por instinto que a criança faz os
primeiros movimentos, que toma o alimento, que grita para exprimir as
suas necessidades, que imita o som da voz, que tenta falar e andar. No
próprio adulto, certos atos são instintivos, tais como os movimentos
espontâneos para evitar um risco, para fugir a um perigo, para manter
o equilíbrio do corpo; tais ainda o piscar das pálpebras para moderar
o brilho da luz, o abrir maquinal da boca para respirar, etc.

A inteligência se revela por atos voluntários, refletidos,
premeditados, combinados, de acordo com a oportunidade das
circunstâncias. É incontestavelmente um atributo exclusivo da alma.

Todo ato maquinal é instintivo; o ato que denota reflexão, combinação,
deliberação é inteligente. Um é livre, o outro não o é.

O instinto é guia seguro, que nunca se engana; a inteligência, pelo
simples fato de ser livre, está, por vezes, sujeita a errar.

Ao ato instintivo falta o caráter do ato inteligente; revela,
entretanto, uma causa inteligente, essencialmente apta a prever. Se se
admitir que o instinto procede da matéria, ter-se-á de admitir que a
matéria é inteligente, até mesmo bem mais inteligente e previdente do
que a alma, pois que o instinto não se engana, ao passo que a
inteligência se equivoca.

Se se considerar o instinto uma inteligência rudimentar, como se há de
explicar que, em certos casos, seja superior à inteligência que
raciocina? Como explicar que torne possível se executem atos que esta
não pode realizar?

Se ele é atributo de um principio espiritual de especial natureza,
qual vem a ser esse principio? Pois que o instinto se apaga, dar-se-á
que esse princípio se destrua? Se os animais são dotados apenas de
instinto, não tem solução o destino deles e nenhuma compensação os
seus sofrimentos, o que não estaria de acordo nem com a justiça, nem
com a bondade de Deus. (Cap. II, 19.)

Segundo outros sistemas, o instinto e a inteligência procederiam
de um único princípio. Chegado a certo grau de desenvolvimento, esse
principio, que primeiramente apenas tivera as qualidades do instinto,
passaria por uma transformação que lhe daria as da inteligência livre.

Se fosse assim, no homem inteligente que perde a razão e entra a ser
guiado exclusivamente pelo instinto, a inteligência voltaria ao seu
estado primitivo e, quando o homem recobrasse a razão, o instinto se
tornaria inteligência e assim alternativamente, a cada acesso, o que
não é admissível.

Aliás, é freqüente o instinto e a inteligência se revelarem
simultaneamente no mesmo ato. No caminhar, por exemplo, o movimento
das pernas é instintivo; o homem põe maquinalmente um pé à frente do
outro, sem nisso pensar; quando, porém, ele quer acelerar ou demorar o
passo, levantar o pé ou desviar-se de um tropeço, há cálculo,
combinação; ele age com deliberado propósito. A impulsão involuntária
do movimento é o ato instintivo; a calculada direção do movimento é o
ato inteligente. O animal carnívoro é impelido pelo instinto a se
alimentar de carne, mas as precauções que toma e que variam conforme
as circunstâncias, para segurar a presa, a sua previdência das
eventualidades são atos da inteligência.

Outra hipótese que, em suma, se conjuga perfeitamente à idéia da
unidade de princípio, ressalta do caráter essencialmente previdente do
instinto e concorda com o que o Espiritismo ensina, no tocante às
relações do mundo espiritual com o mundo corpóreo.

Sabe-se agora que muitos Espíritos desencarnados têm por missão velar
pelos encarnados, dos quais se constituem protetores e guias; que os
envolvem nos seus eflúvios fluídicos; que o homem age muitas vezes de
modo inconsciente, sob a ação desses eflúvios.

Sabe-se, ao demais, que o instinto, que por si mesmo produz atos
inconscientes, predomina nas crianças e, em geral, nos seres cuja
razão é fraca. Ora, segundo esta hipótese, o instinto não seria
atributo nem da alma, nem da matéria; não pertenceria propriamente ao
ser vivo, seria efeito da ação direta dos protetores invisíveis que
supririam a imperfeição da inteligência, provocando os atos
inconscientes necessários à conservação do ser. Seria qual a andadeira
com que se amparam as crianças que ainda não sabem andar. Então, do
mesmo modo que se deixa gradualmente de usar a andadeira, à medida que
a criança se equilibra sozinha, os Espíritos protetores deixam
entregues a si mesmos os seus protegidos, à medida que estes se tornam
aptos a guiar-se pela própria inteligência.

Assim, o instinto, longe de ser produto de uma inteligência rudimentar
e incompleta, sê-lo-ia de uma inteligência estranha, na plenitude da
sua força, inteligência protetora, supletiva da insuficiência, quer de
uma inteligência mais jovem, que aquela compeliria a fazer,
inconscientemente, para seu bem, o que ainda fosse incapaz de fazer
por si mesma, quer de uma inteligência madura, porém, momentaneamente
tolhida no uso de suas faculdades, como se dá com o homem na infância
e nos casos de idiotia e de afecções mentais.

Diz-se proverbialmente que há um deus para as crianças, para os loucos
e para os ébrios. É mais veraz do que se supõe esse ditado. Aquele
deus, outro não é senão o Espírito protetor, que vela pelo ser incapaz
de se proteger, utilizando-se da sua própria razão.

Nesta ordem de idéias, ainda mais longe se pode ir. Por muito
racional que seja, essa teoria não resolve todas as dificuldades da
questão.

Se observarmos os efeitos do instinto, notaremos, em primeiro lugar,
uma unidade de vistas e de conjunto, uma segurança de resultados, que
cessam logo que a inteligência o substitui. Demais, reconheceremos
profunda sabedoria na apropriação tão perfeita e tão constante das
faculdades instintivas às necessidades de cada espécie. Semelhante
unidade de vistas não poderia existir sem a unidade de pensamento e
esta é incompatível com a diversidade das aptidões individuais; só ela
poderia produzir esse conjunto tão harmonioso que se realiza desde a
origem dos tempos e em todos os climas, com uma regularidade, uma
precisão matemáticas, cuja ausência jamais se nota. A uniformidade no
que resulta das faculdades instintivas é um fato característico, que
forçosamente implica a unidade da causa. Se a causa fosse inerente a
cada individualidade, haveria tantas variedades de instintos quantos
fossem os indivíduos, desde a planta até o homem. Um efeito geral,
uniforme e constante, há de ter uma causa geral, uniforme e constante;
um efeito que atesta sabedoria e previdência há de ter uma causa sábia
e previdente. Ora, uma causa dessa natureza, sendo por força
inteligente, não pode ser exclusivamente material.

Não se nos deparando nas criaturas, encarnadas ou desencarnadas, as
qualidades necessárias à produção de tal resultado, temos que subir
mais alto, isto é, ao próprio Criador. Se nos reportamos à explicação
dada sobre a maneira por que se pode conceber a ação providencial
(cap. II, nº 24); se figurarmos todos os seres penetrados do fluido
divino, soberanamente inteligente, compreenderemos a sabedoria
previdente e a unidade de vistas que presidem a todos os movimentos
instintivos que se efetuam para o bem de cada indivíduo. Tanto mais
ativa é essa solicitude, quanto menos recursos tem o indivíduo em si
mesmo e na sua inteligência. Por isso é que ela se mostra maior e mais
absoluta nos animais e nos seres inferiores, do que no homem.

Segundo essa teoria, compreende-se que o instinto seja um guia seguro.
O instinto materno, o mais nobre de todos, que o materialismo rebaixa
ao nível das forças atrativas da matéria, fica realçado e enobrecido.
Em razão das suas conseqüências, não devia ele ser entregue às
eventualidades caprichosas da inteligência e do livre-arbítrio. Por
intermédio da mãe, o próprio Deus vela pelas suas criaturas que
nascem.

Esta teoria de nenhum modo anula o papel dos Espíritos
protetores, cujo concurso é fato observado e comprovado pela
experiência; mas, deve-se notar que a ação desses Espíritos é
essencialmente individual; que se modifica segundo as qualidades
próprias do protetor e do protegido e que em parte nenhuma apresenta a
uniformidade e a generalidade do instinto. Deus, em sua sabedoria,
conduz ele próprio os cegos, porém confia a inteligências livres o
cuidado de guiar os clarividentes, para deixar a cada um a
responsabilidade de seus atos. A missão dos Espíritos protetores
constitui um dever que eles aceitam voluntariamente e lhes é um meio
de se adiantarem, dependendo o adiantamento da forma por que o
desempenhem.

Todas essas maneiras de considerar o instinto são forçosamente
hipotéticas e nenhuma apresenta caráter seguro de autenticidade, para
ser tida como solução definitiva. A questão, sem dúvida, será
resolvida um dia, quando se houverem reunido os elementos de
observação que ainda faltam. Até lá, temos que limitar-nos a submeter
as diversas opiniões ao cadinho da razão e da lógica e esperar que a
luz se faça. A solução que mais se aproxima da verdade será decerto a
que melhor condiga com os atributos de Deus, isto é, com a bondade
suprema e a suprema justiça. (Cap. II, nº 19.)

Sendo o instinto o guia e as paixões as molas da alma no período
inicial do seu desenvolvimento, por vezes aquele e estas se confundem
nos efeitos. Há, contudo, entre esses dois princípios, diferenças que
muito importa se considerem.

O instinto é guia seguro, sempre bom. Pode, ao cabo de certo tempo,
tornar-se inútil, porém nunca prejudicial. Enfraquece-se pela
predominância da inteligência.

As paixões, nas primeiras idades da alma, têm de comum com o instinto
o serem as criaturas solicitadas por uma força igualmente
inconsciente. As paixões nascem principalmente das necessidades do
corpo e dependem, mais do que o instinto, do organismo. O que, acima
de tudo, as distingue do instinto é que são individuais e não
produzem, como este último, efeitos gerais e uniformes; variam, ao
contrário, de intensidade e de natureza, conforme os indivíduos. São
úteis, como estimulante, até à eclosão do senso moral, que faz nasça
de um ser passivo, um ser racional. Nesse momento, tornam-se não só
inúteis, como nocivas ao progresso do Espírito, cuja desmaterialização
retardam. Abrandam-se com o desenvolvimento da razão.

O homem que só pelo instinto agisse constantemente poderia ser
muito bom, mas conservaria adormecida a sua inteligência. Seria qual
criança que não deixasse as andadeiras e não soubesse utilizar-se de
seus membros. Aquele que não domina as suas paixões pode ser muito
inteligente, porém, ao mesmo tempo, muito mau. O instinto se aniquila
por si mesmo; as paixões somente pelo esforço da vontade podem
domar-se.

Destruição dos seres vivos uns pelos outros

A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da
Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se
com a bondade de Deus. Pergunta-se por que lhes criou ele a
necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à
custa dos outros.

Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão,
há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina. É que,
em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista
humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que
Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam. Não
lhes permitindo a curta visão, de que dispõem, apreciar o conjunto,
não compreendem que um bem real possa decorrer de um, mal aparente. Só
o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira
essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da
criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a
sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma
anomalia e uma contradição.

A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no
invólucro corporal, do mesmo que não está no vestuário . Está no
princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse
princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que
lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse
trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez
mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito
mude mais ou menos freqüentemente de envoltório?! Não deixa por isso
de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes no
ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem.

Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos
homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e lhes
suscita a idéia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma
compensação.

Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros
meios, sem constranger os seres vivos a se entredestruírem? Desde que
na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais
num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos
atribuí-lo à nossa falta de adiantamento. Contudo, podemos tentar a
pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola
este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio.
Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e
curvemo-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento.



Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição,
utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos
só se conservam com o auxilio das matérias orgânicas, matérias que só
elas contém os elementos nutritivos necessários à transformação deles.
Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os
corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao
seu mútuo entretenimento. Eis por que os seres se nutrem uns dos
outros. Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o
Espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu
envoltório. (1)

(1) Veja-se: Revue Spirite, agosto de 1864, pág. 241, "Extinção
das raças".

Há também considerações morais de ordem elevada.

É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que
ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que
se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência,
aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois
sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais
destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais;
ulteriormente, o Espírito, que não morreu, tomará outra.

Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o
senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o
instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma
necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades
é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é,
para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado
os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e
ensaia para a vida.

No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do
bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda
tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde,
contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o
homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua
ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar.
Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso
moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade
de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O
homem ganha horror ao sangue.

Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito,
pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda
está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire
conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da
animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que
era, se torna puramente intelectual. O homem luta contra as
dificuldades, não mais contra os seus semelhantes. (1)

(1) Sem prejulgar das conseqüências que se possam tirar desse
princípio, apenas quisemos demonstrar, mediante essa explicação, que a
destruição de uns seres vivos por outros em nada infirma a sabedoria
divina e que, nas leis da Natureza, tudo se encadeia. Esse
encadeamento forçosamente se quebra, desde que se abstraia do
princípio espiritual. Muitas questões permanecem insolúveis, por só se
levar em conta a matéria.

As doutrinas materialistas trazem em si o princípio de sua
própria destruição. Têm contra si não só o antagonismo em que se acham
com as aspirações da universalidade dos homens e suas conseqüências
morais, que farão sejam elas repelidas como dissolventes da sociedade,
mas também a necessidade que o homem experimenta de se inteirar de
tudo o que resulta do progresso. O desenvolvimento intelectual conduz
o homem à pesquisa das causas. Ora, por pouco que ele reflita, não
tardará a reconhecer a impotência do materialismo para tudo explicar.
Como é possível que doutrinas que não satisfazem ao coração, nem à
razão, nem à inteligência, que deixam problemáticas as mais vitais
questões, venham a prevalecer? O progresso das idéias matará o
materialismo, como matou o fanatismo.


estudoespirita@grupos.com.br

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

CONSIDERANDO A OBSESSÃO

Manoel Philomeno de Miranda


Com etiologia muito complexa, a alienação por obsessão continua sendo um dos mais terríveis flagícios para a Humanidade.

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Não significando a morte o fim da vida, antes o inicio de nova expressão de comportamento, em que o ser eterno retorna ao Mundo Espiritual donde veio, a desencarnação liberta a consciência que jazia agrilhoada aos liames carnais, ora desarticulando, ora ampliando as percepções que melhor se fixaram nos painéis da mente, fazendo que o ser, agora livre do corpo físico, se revincule ou não aos sítios, pessoas ou aspirações que sustentou durante a vilegiatura carnal.

O amor, por constituir alta aspiração do Espírito, mantém-no em comunhão com os objetivos superiores que lhe representam sustento e estímulo, na marcha do progresso. Assim, também, o ódio e todo o seu séqüito de paixões decorrentes do egoísmo e do orgulho, reatam os que romperam os grilhões da carne àqueles que foram motivo das suas aflições e angústias, especialmente se se permitiram guardar as idéias e reações negativas equivalentes.




Sutilmente a princípio, em delicado processo de hipnose, a idéia obsidente penetra a mente do futuro hóspede que, desguardado das reservas morais necessárias à manutenção de superior padrão vibratório, começa a dar guarida ao pensamento infeliz, incorporando-o às próprias concepções e traumas que vêm do passado, através de cujo comportamento cede lugar à manifestação ingrata e dominadora da alienação obsessiva.

Vezes outras, através do processo da agressividade violenta, com que a indução obsessiva desorganiza os registros mentais da alma encarnada, produz-se o doloroso e lamentável domínio que se trans­forma em subjugação de longo curso.

Noutras oportunidades, inspirando sentimentos nefastos, latentes ou não no paciente desavisado, os desencarnados em desdita nele instalam o seu baixo teor vibratório, logrando produzir variadas distonias psíquicas e emocionais, que o atormentam e desgovernam, graças à inditosa dependência em que passa a exaurir-se, a expensas da vontade escravizante do hóspede que o encarcera e aflige...

Pululam por toda parte os vinculados gravemente às Entidades perturbadoras do Mundo Espiritual inferior.

Obsidiados, desse modo, sim, somos quase todos nós, em demorado trânsito pelas faixas das fixações tormentosas do passado, donde vimos para as sintonias superiores que buscamos.

Muito maior, portanto, do que se supõe, é o número dos que padecem de obsessões, na Terra.




Lamentavelmente, esse grande flagelo espiritual que se abate sobre os homens, e não apenas sobre eles, já que existem problemas obsessivos de várias ex­pressões, como os de um encarnado sobre outro, de um desencarnado sobre outro, de um encarnado sobre um desencarnado e, genericamente, deste sobre aquele, não tem merecido dos cientistas nem dos religiosos o cuidado, o estudo, o tratamento que exige.

Antes, vinculados a preconceitos injustificáveis, os cientistas e religiosos se entregavam à indiferença, quando não à perseguição sistemática aos portadores de obsessões, acreditando que, ao destruírem as vítimas de tão grave enfermidade, aniquilavam a ignorada causa do problema...

Aliás, ainda hoje, a situação. é idêntica, variando, apenas, na forma de encarar a questão.

Mesmo as modernas Ciências, que se preocupam em conhecer profundamente a psique humana, colocam, a priori, os problemas obsessivos à margem, situando-os em posições muito simplistas, já que os seus pesquisadores se encontram atados a raciocínios e conclusões de fisiologistas e psicólogos do século passado, que se diziam livres de qualquer vinculação com a alma...

Repontam, é verdade, aqui e ali, esforços individuais, tentando formular respostas claras e objetivas às tormentosas interrogações da afligente quão severa problemática, logrando admitir a possibilidade da interferência da mente desencarnada sobre o deambulante do escafandro orgânico.

Terapêutica salutar, porém, para a magna questão, é a Doutrina Espírita. Não apenas como profilaxia, mas, ainda, como terapêutica eficiente, por assentar as suas lições e postulados nos sublimes ensinamentos de Jesus-Cristo, com toda a justiça cognominado “O Senhor dos Espíritos”, graças à sua ascendência, várias vezes demonstrada, ante as Entidades ignorantes, per­turbadoras e obsessoras.

A Allan Kardec, o ínclito Codificador do Espiritismo, coube a tarefa de aprofundar sondas e bisturis no organismo e na etiologia das alienações por obsessão, projetando luz, meridiana sobre a intricada enfermidade da alma. Kardec não somente estudou a problemática obsessiva, como também ofereceu medidas profiláticas e terapêutica salutar, firmado na informação dos Espíritos Superiores, na vivência com os obsidiados, como pela observação profunda e meticulosa com que elaborou verdadeiros tratados de Higiene Mental, que são as obras do Pentateuco Espírita, esse incomparável monólito de luz, que inaugurou era nova para a Ciência, para a Filosofia, tornando-se o Espiritismo a Religião do homem integral, da criatura ansiosa por religação com o seu Criador.

Diante de qualquer expressão em que se apresentem as alienações por obsessão ou em que se manifestem suas seqüelas, mergulhemos a mente e o coração no organismo da Doutrina Espírita, e, procurando auxiliar o paciente encarnado a desfazer-se do jugo constrangedor, não olvidemos o paciente desencarna­do, igualmente infeliz, momentaneamente transformado em perseguidor ignorante, embora se dizendo cons­ciente, mas sofrendo, de alguma forma, pungentes dores morais.

Concitemos o encarnado à reformulação de idéias e hábitos, à oração e ao serviço, porquanto, através do exercício da caridade, conseguirá, sensibilizar o temporário algoz, que o libertará, ou granjeará títulos de enobrecimento, armando-se de amor e equilíbrio para prosseguir em paz, jornada a fora.

... E em qualquer circunstância procuremos em Jesus, Mestre e Guia de todos nós, o amparo e a proteção, entregando-nos a Ele através da prece e da ação edificante, porque somente por meio do amor o homem será salvo, já que o amor é a alma da caridade.


Considerando a Obsessão


Obsessões e obsidiados são as grandes chagas morais dos tumultuados dias da atualidade. Todavia, a Doutrina Espírita, trazendo de volta a mensagem do Senhor, em espírito e verdade, é o portal de luz por onde todos transitaremos no rumo da felicidade real que nos aguarda, quando desejemos alcançá-la.

(Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na sessão pública da noite do
13-11-76, no Centro, Espírita “Caminho da Redenção”, em Salvador, Bahia).
Responsável pela transcrição: Wadi Ibrahim
Fonte: Reformador – maio, 1977

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

A PRECE...

A PRECE

Bruno Bertocco



Logo depois que despertou na consciência, o ser humano começou a sentir a necessidade de dirigir-se a um Ente Supremo, que, na verdade, inicialmente eram vários, pois, segundo a mentalidade primitiva, a cada fenômeno da Natureza e a tudo que se lhe afigurava extraordinariamente, era atribuído, como causa, a alguém que o produzia.

Muito cedo, já no alvorecer da vida espiritual, a criatura começou a falar com seus deuses, pedindo-lhes as coisas que desejava, solicitando-lhes proteção e ajuda, agradecendo-lhes as coisas que recebia e reclamando as que não recebia, estabelecendo acordos, etc. E cada qual se exprimia conforme o que lhe ditava a consciência.

Com o tempo, fundaram-se as religiões, e estas foram estabelecendo fórmulas de rezas e padronizando meios de comunicarem-se com os deuses. E muitos foram os modos idealizados para entrar em contacto com eles.

Mas a diante, quando a Humanidade já estava mais evoluída e chegou à compreensão de um Deus único, então as orações eram dirigidas ao Pai-Criador que está no céu, à “mãe de Deus” e também aos “santos” que foram canonizados. Originaram-se as rezas especiais para cada fim, bem como as miraculosas, destinadas a determinadas curas e a certos feitos.

Presentemente, a Humanidade já foi instruída pelos Mestres da Espiritualidade a respeito da oração, e sabe então, que o seu resultado não depende das palavras muitas vezes repetidas e ditadas em voz alta. As palavras são apenas fonemas emitidos como meio de comunicação entre os seres encarnados, que possuem como dispositivo receptor o sentido da audição. Mas o que traduz o sentido das coisas é sempre o pensamento. Quando dizemos alguma coisa, podemos dizê-la em quaisquer das línguas do Universo, que será sempre a mesma coisa, isto é, os diferentes fonemas articulados que dão forma à expressão não alteram a natureza da vibração que é emitida pelo espírito como pensamento que traduz o sentimento essencial.

Portanto, as orações que são dirigidas a Deus, ao Mestre Jesus, aos bons Espíritos, têm o seu efeito, quando vibradas com firmeza de pensamento e sinceramente sentidas, que então, em relação à elevação do espírito, á intensidade da emissão do potencial psíquico, á natureza intima da intenção e à pureza sentimental, será alcançado, quando é possível, o atendimento do que foi suplicado.

Sabemos então que não é pelo muito pedir, repetindo seguidamente o que se necessita, como que, querendo “convencer a Deus” nem pelo falar alto ou gritar, como que querendo forçar que “Deus nos ouça”, que seremos atendidos em nossas súplicas. Mas através do pedido sincero, feito com resignada devoção, sem a pretensiosa confiança de quem é merecedor de ser atendido, com a humildade e abnegação de quem sabe que não há efeito sem causa e que ninguém passa pelo sofrimento em vão, porque na vida nada acontece por casualidade, pois tudo tem a sua razão de ser.

Disse o Mestre dos mestres: “Pedi e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei e abrir-se-vos-á”. “E qual dentre vós é o homem que, pedindo pão o filho, lhe dará pedra?”; E, se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos seus filhos, quando mais o vosso Pai, que está nos céus, dará bens ao que lhos pedirem?

Mas acontece, como sabemos, que nem sempre somos atendidos no que pedimos, e assim, os que ainda não estão esclarecidos julgam que é um castigo de Deus o sofrimento por que passam as criaturas, apesar de rogarem constantemente ao criador para que as curem.

Porém, nem sempre pedimos o que é possível. A esse respeito esclareceu Jesus, quando disse; “não sabeis o que pedis”. Deus sabe o que é melhor para nós. Portanto, aquilo que é considerado como injusto castigo, que na verdade é sempre uma conseqüência provocada pelo próprio espírito, que muito o aborrece, o desagrada, e o induz a reclamar, pedindo a Deus que o liberte de tal sofrimento, é uma desejada prova, cuja experiência resultante, redunda em seu benefício e concorre para o seu bem.

Solicitado por um dos seus discípulos para que os ensinasse a orar, o Mestre, advertindo para que não fizessem como os “hipócritas que se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens”. Recomendou o seu clássico e imorredouro “Pai Nosso”, que é singelo, mas traduz muita sabedoria e um profundo sentido.

Com referência à prece, alguns entendem que é desnecessária, porque, dizem eles, ela não pode modificar a natureza das coisas, porquanto não pode ser evitado o que a criatura deverá passar como prova ou regate. Baseados no nosso entendimento, então poderíamos ir mais longe e pensarmos que pedir as coisas a Deus é contraproducente porque é Ele Onisciente. Ora se é Onisciente, tudo sabe, e se é infinitamente Justo e Bom, por que pedir o de que precisamos?

Por esse raciocínio chegaríamos ao ponto de nos encontrarmos diante de um dilema, pois teríamos que admitir assim pensando, que Deus não se preocupa com os que não se voltam a Ele, ou que não é Onisciente, e nesse caso, precisa ser advertido para que tome conhecimento do que se passa com as suas criaturas.

Porém, a verdade é que sempre que tentamos resolver os problemas transcendentais, condicionando-os aos limitados recursos do nosso entendimento, sem antes averiguar se realmente o que objetivamos está ao alcance da concepção humana, fazemos interpretações inadequadas e errôneas, o que nos faz pensar coisas completamente coisas completamente destituídas de fundamento.

Razão pela qual, quando pretendemos chegar à compreensão do que nada, analisar se o que estamos pensando a respeito de tal assunto está baseado em elementos já reconhecidos e comprovados, ou se estamos tentando, pelos meios do raciocínio, explicar o que ainda transcende ao atual entendimento.

A questão da prece (se devemos ou não pedir as coisas a Deus) interpretada, sem um prévio exame da origem das idéias em que se apóia o raciocínio, leva a falsas deduções.

Se antes, porém, de formularmos qualquer espécie de pensamentos a respeito do fato da prece, procurarmos reconhecer que nos encontramos ainda muito distantes do seu fundamento, compreenderemos, então, que o real sentido que sua verdadeira razão encerra não é aquele que, presentemente pensamos.

Precisamos compreender que quando nos referimos ao Criador, dizendo que nos “vê”, nos “ouve” e nos “entende”, estamos servindo-nos de expressões que se radicam nas ideologias do passado. Pensamentos ideológicos, através dos quais Deus é concebido antropomorficamente, o que induz a interpretação humana a julgar que Deus “sente”, “pensa”, “quer”, etc.

E, quando a ser Deus Onipresente, Onipotente e Onisciente, o que, sob o ponto de vista humano, fundamenta a razão de pensarmos que não se deve pedir-Lhe nada, pois sabe Ele melhor que nós as nossas reais necessidade, também precisamos reconhecer que é uma interpretação que é lógica para o nosso relativo e limitado alcance conceptual.

A esse respeito já observou Jesus, quando recomendou para orarmos em oculto, e não usarmos palavras vãs como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos; e acrescentou; “porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes”.

É evidente que os predicados que o ser humano atribui a Deus representam a tradução do máximo que lhe é possível conceder atualmente a Seu respeito. Mas, Deus-Criador é inconcebível, logo, é impossível ao ser humano, no seu presente estado evolutivo, interpretar, descrever, conceber, a Sua forma de Expressão.

Através da mais aprofundada concepção alcançada pelo entendimento contemporâneo, já chegamos à compreensão de que Deus é impessoal, portanto, Absoluto, e Está em toda parte. E, na mais alta forma humana de conceber, pensamos que é Ele a Alma do Todo, o Deus-Criador, a Causa da Vida, etc., mas , também já certos de que não nos é possível afirmar nada positivamente a respeito da Sua Real Natureza e Força de Ação nos Universos do Cosmo.

Nós, os habitantes do planeta Terra, estamos ainda infinitamente distantes da Verdade Fundamental da Existência, entretanto já temos comprovada certeza de que a Vida Universal é regida por Sábias Leis, e de que tudo na vida se movimenta numa perfeita e impecável harmonia de princípios invariáveis e constantes, o que nos faz ver Deus em toda parte e senti-Lo dentro de nós.

E na nossa vida, como no perfeito sistema do Organismo da Existência, também tudo se cumpre com infalível precisão, sem a mínima possibilidade de falha ou derrogação, e, de modo geral, indefectivelmente com inalterada determinação, o que torna evidente, não ser admissível que a vontade de alguém possa interferir de algum modo a fazer com que seja suprimido um efeito-conseqüência de uma causa-motivo.

Já sabemos hoje que o verdadeiro caráter da prece dirigida a Deus não é “forçar a Sua misericórdia”, “implorar a Sua caridade”, “despertar a Sua compaixão”, menos para que “Veja” isto ou aquilo, ou que “Tome conhecimento” desta ou daquela situação, mas pôr a criatura em contacto com a Fonte do Poder e do Amor. Mas, como a criatura humana ainda se encontra no nível evolutivo que não lhe permitiu superar as formas arcaicas de conceber as coisas espirituais, então nas suas necessidades, volta-se ao Criador, com expressões humanas do entendimento comum , tais como: “tende misericórdia de mim”, “olhai para os que sofrem”, “tende piedade deste inocente”, “tende compaixão deste pecador”, etc.

Embora a maioria dos seres humanos o faça inconscientemente, nas suas preces, colocam suas mentes, relativamente, em sintonia com os Planos Superiores e com as Forças do Bem, e, à medida do possível, são atendidos no que pedem; para serem ajudados, esclarecidos, aliviados, melhorados e curados.

Na prece, portanto, a criatura entra em comunicação com o Alto, estado de Alma que torna propício o recebimento de vibrações benéficas, emitidas em seu favor.

As súplicas de uma fervorosa prece não alteram o que por natureza tem que se cumprir, mas podem fazer com que seja suavizada a prova de uma criatura, bem como prevenir que aconteça o que não lhe está imperiosamente destinado.

Sem derrogar as Leis, sem alterar o ritmo do curso natural das coisas, uma prece vibrada com todas as forças do coração, pode amenizar o sofrimento de uma dura prova, quando se trata de casos em que a dor é reclamada como remédio para o espírito, e resolver situações difíceis, afastar espíritos sofredores, e até mesmo operar curas, quando se trata de casos em que o que atinge a criatura é uma conseqüência momentânea motivada pelas circunstâncias do meio, que, aliás, sempre tem a finalidade edificante de conduzi-la ao bom caminho, de adverti-la sobre algum erro cometido, de fazê-la compreender algo proveitoso para o seu adiantamento espiritual, de fazê-la passar por uma experiência necessária à sua evolução, etc.

Portanto, está enquadrado no rigoroso funcionamento das Leis da vida o surpreendente e, aparentemente, milagroso resultado de um pedido sincero e confiante, feito através de uma elevada prece ao Criador.

A prece, pois, em dados momentos, quando as negras nuvens de pensamentos negativos obscurecem o horizonte de nossa vida, é a chave de contacto que faz chegar até nós as luzes de que necessitamos, das Esferas Espirituais; quando debilitados, pelos excessos da materialidade, é o conduto, através do qual, do Alto, chegam até nós as requeridas forças restauradoras; quando caídos na estrada da dor, clamando para que nos ajudem, é o ecoante gemido que atrai o “bom samaritano”, que nos acode e nos trata com dedicação cristã; quando mos acoitados pelas tormentas dos duros golpes da adversidade, é o que nos achega à mão amiga que nos protege e nos conduz ao posto de salvamentos; quando acometidos por graves enfermidades, é a sineta que soa no espaço, chamando o socorro da assistência espiritual, que bondosa e abnegadamente nos atende com seus superiores recursos extraterrenos; quando desnorteados no labirinto dos reveses que sobrevêm nos círculos da existência, é a forma de ouvir a voz do céu, que nos dita como reencontrar o caminho; quando desgovernados no agitado mar das aflições e da incerteza, é o cabo invisível que nos une à firme âncora do além que nos garante a segurança, evitando que soçobremos; quando tristes e amargurados nas jornadas da expiação, é o extraordinário toque que vai às alturas, chamando o Consolador que, com seus fluídos balsâmicos e suas irradiações de amor, nos vem fortalecer e encorajar; quando em pleno deserto das provas terrenas, é a abençoada trilha que nos leva ao acolhedor oásis que contém a fresca e reconfortante água do espírito, que suaviza a alucinante sede do sofrimento; enfim, a prece é aqui na Terra, como em todos os planos de vida da Colméia Cósmica, o maravilhoso meio que faculta a criatura a entrar em comunicação com o Mundo Espiritual, e, em relação ao estado de consciência, com o Manancial da Existência.



Nome do Artigo – Autor: Bruno Bertocco – Fonte: Anuário Espírita – 1967

domingo, 23 de dezembro de 2007

CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE

Ciência e Espiritualidade
Nubor Orlando Facure



Por mais que neguem os materialistas, a espiritualidade é um atributo que faz parte da essência do ser humano. Desde os tempos primitivos o Homem percebeu que existem forças que transcendem o seu domínio e passou a respeitar, a temer e a se subjugar diante das ameaças dos fenômenos da natureza, da conjunção dos astros e da incerteza do futuro.

Nasceram assim as crenças, os mitos, os deuses. as magias, os sortilégios, o misticismo, organizaram-se templos e igrejas com suas liturgias, seus sacerdotes e prosperaram as “instituições religiosas”. Neste clima vários deuses disputavam o poder e a força do verdadeiro Deus.

Conquistando a razão no decurso dos milênios que a evolução lhe exigia percorrer, o Homem percebia que sua experiência psíquica ultrapassava a realidade limitada pela experiência que os sentidos lhe permitia perceber . No seu íntimo, a vida transcendia a própria morte e as lembranças dos seu antepassados, que lhes pareciam visitar nos sonhos ou nas recordações, o faziam pressupor que uma vida futura deveria reunir a todos.

Os séculos se sucederam sem que no entanto o ser humano conseguisse atravessar a fronteira da morte sem temor e sobressaltos. A espiritualidade permanecia como uma conquista sempre adiada para depois, uma viagem sem volta ou uma terra que se comprava com promessas, lamentações ou indulgências.

A caminhada de Jesus pela Terra traçou rumos, comprovou a imortalidade, estabeleceu a comunhão com o Pai, dialogou com os Espíritos e revelou os gozos da vida futura. O Homem, persistiu, porem, nos desvios irresponsáveis, preferindo as vantagens que a Terra e as conquistas materiais o permitia possuir. Nos dias de hoje as palavras do Cristo de novo ressoam nas páginas do Consolador prometido. A “Pátria do Evangelho” se ergueu revelando-se como o grande “portal da Espiritualidade” a insistir com o Homem que Deus existe, que a vida continua, que somos espíritos imortais, que na Casa do Senhor há muitas moradas onde nossos entes queridos nos aguardam e que este mundo e o “outro” se relacionam num vai e vem de interferências múltiplas.

A mesma doutrina do Cristo, agora codificada por Kardec, nos expôs, ao lado dos cânticos da Boa Nova, a fé raciocinada, permitindo a constatação do fenômeno espiritual com os paradígmas de uma “nova ciência”.

A espiritualidade, quando avaliada cientificamente, esbarra, porem, em uma série de dificuldades. Primeiro a sua própria conceituação, depois, sua distinção com religião e misticismo.

A religião implica numa organização institucional com uma maior ou menor participação do indivíduo. Nas religiões tradicionais são prescritas crenças, dogmas, rituais, práticas litúrgicas e compromissos sociais com a instituição. A exploração da espiritualidade é historicamente uma prática comum às religiões, que se aproveitam de alguns conceitos que são compartilhados entre ambos : a relação transcendente com Deus ( uma “força suprema” ou uma “energia universal”) e a veneração por aquilo que é tido como sagrado.



A dimensão espiritual implícita na natureza humana é aceita por uns mas, não por outros, e aquilo que permite alguém ter aceso à esta dimensão, não terá nenhum significado para aquele que não admite a sua existência.

Cada indivíduo pode ser caracterizado por sua religiosidade,suas crenças particulares e práticas relativas a sua religião, sem, no entanto,manterem um vínculo estreito com a espiritualidade.

A vivência espiritual comumente é uma experiência subjetiva, individual, particular, que algumas vezes pode ser compartilhada com os outros. Algumas pessoas experienciam sua espiritualidade como um assunto altamente pessoal e privado, focalizando elementos intangíveis que os suprem de vitalidade e grande significado em suas vidas. Espiritualidade não envolve religião necessariamente.

Cada pessoa define sua espiritualidade particularmente. Ela deve ser vista como um atributo do indivíduo dentro de um conceito complexo e multidimensional. Possivelmente tem alguma coisa a ver com caráter, com personalidade e com cultura.

Para uns, a espiritualidade se manifesta ou é vivenciada em um momento de ganhos materiais prazerosos tão simples como, pisar na relva descalço ou caminhar pela noite solitário, para outros, será um momento de contemplação, de meditação, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, uma sensação de íntima conecção com o que pensa amar ou um contacto psíquico com seres espirituais.

Podemos perceber que a espiritualidade se manifesta em três domínios pelos quais podemos sistematizar sua avaliação com critérios científicos: os domínios da “prática”, das “crenças” e o da própria “experiência espiritual”.

Na “prática”, quando se exercita a contemplação, a meditação, a prece ou uma atividade de culto religioso.

O domínio das “crenças” espirituais varia com a cultura dos povos e inclui a crença na existência de Deus, da Alma, da vida após a morte e da realidade da dimensão espiritual para além do nosso conhecimento sensorial e intelectual.

Por fim, no domínio da “experiência espiritual” há uma série enorme de situações que parecem sugerir contacto direto com a espiritualidade. Incluem-se aqui, por exemplo, aquelas vivências rotineiras, representadas pelo encontro íntimo e pessoal que cada um faz com o transcendente e o sagrado e aqueles outros quadros freqüentemente mais dramáticos, quase sempre súbitos, acompanhados de forte transformação pessoal que se seguem a um acontecimento psíquico marcante na vida. Mais significativas ainda, incluem-se , entre outros, os relatos de experiências de quase morte (near death experience) e as projeções fora do corpo físico (out of body experience) nos quais, o indivíduo transita com sua consciência por outras dimensões, vivenciando a plenitude da vida espiritual .

No Brasil, podemos afirmar que, em termos de “experiência espiritual”, nada supera a mediunidade. Entre nós, parece que a espiritualidade convive dentro de casa dirigindo cada passo de nossas vidas. Pelos nossos médiuns os recados do outro lado tem sido tão freqüentes que as portas da morte não isolam mais nosso contacto com os que mais amamos.

Estamos diante de um “campo de experimentação” extraordinário onde é corriqueira a comprovação da intercomunicação entre nós e o “outro lado da vida”. Qualquer cientista sem preconceito pode sistematizar suas observações dentro dos três domínios que apresentamos para a análise da espiritualidade e confirmar que na “prática”, nas crenças” e nas “experiências espirituais” nos seus vários matizes, a espiritualidade toda se manifesta, revelando a centelha divina e imortal que habita em todos nós.




1998-2007 | CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

MENTE E SAÚDE

RELAÇÃO MENTE E SAÚDE


As experiências clínicas e laboratoriais cada vez mais demonstram a relação da mente com a
nossa saúde orgânica. Estamos otimista com o avanço das pesquisas para que no futuro esta
relação seja mais valorizada e conhecida.

Mais uma vez, buscamos em André Luiz a confirmação da importância desta relação: "No
homem a corrente mental assume feição mais elevada e complexa.

No cérebro humano, gabinete da alma erguida a estágios mais nobres na senda evolutiva, ela
não se exprime tão só à maneira de impulso necessário à sustentação dos circuitos
orgânicos, com base na nutrição e reprodução. É pensamento contínuo, fluxo energético
incessante, revestido de poder criador imaginável.

Nasce das profundezas da mente, em circunstâncias por agora inacessíveis ao nosso
conhecimento, porque, em verdade, a criatura, pensando, cria sobre a Criação ou
Pensamento Concreto do Criador.

E, após nascida, ei-la – a corrente mental – que se espraia sobre o cosmo celular em que se
manifesta, mantendo a fábrica admirável das unidades orgânicas, através da inervação
visceral e da inervação somática a se constituírem pelo arco reflexo espinhal, bem como pelos
centros e vias de coordenação superiores.

E, assim, percorre o arco reflexo visceral, vibrando:

1) nas fibras aferentes, cuja tessitura celular permanece nos gânglios
das raízes dorsais e dos nervos cranianos correspondentes;

2) nas fibras conectoras mielínicas que se originam na coluna intermédio-lateral;

3) nas fibras motoras originadas nos neurônios ganglionares e que terminam nos efetores ou
fibras pós-ganglionares.

Acima do nível espinhal, vibra, ainda:

1) na integração pontobulbar em que se hierarquizam reflexos importantes, como sejam
os da pressão arterial;

2) no conjunto talâmico e hipotalâmico, em que se mecanizam os reflexos do Espírito:

3) na composição cortical.

A corrente mental, segundo anotamos, vitaliza, particularmente, todos os centros da alma e,
consequentemente, todos os núcleos endócrinos e junturas plexiformes da usina física, em
cuja urdidura dispõe o Espírito de recursos para os serviços da emissão e recepção, ou
exteriorização e assimilação dos pensamentos alheios."

Se é bem verdade que os nossos desajustes mentais são mais evidenciados na interferência
da harmonia física pela intensidade que aparecem, a recíproca também é verdadeira.
Pensamentos de otimismo, sentimentos fraternos e altruísticos, a fé ativa, a alegria sadia, a
paz e a serenidade interior, são tantos outros elementos geradores de equilíbrio e de saúde.

Dentre os fatores que nos auxiliam para a perfeita saúde, destacamos a meditação e a prece
como agentes de elevação do pensamento e conseqüente repercussão na biologia molecular.

A meditação e a prece feita de coração, com sinceridade, conforme a intensidade da certeza
e da vontade (fé), aliada ao sentimento de amor, pode alcançar freqüências tão altas capaz
de atingir planos de grande elevação espiritual de onde provem o auxílio divino.

Ao orarmos, desligamos os nossos pensamentos das preocupações materiais, vulgares,
buscando a nossa harmonização íntima. Esta simples atitude já provoca um relaxamento das
tensões psíquicas e das tensões musculares, favorecendo o fluxo energético e sangüíneo. A
concentração alicerçada na fé, sentimentos nobres, imagens mentais sublimadas, elevam a
freqüência das onda mentais, expandindo o nosso perispírito, desbloqueando os canais
psíquicos, afastando os fluidos deletérios acumulados, renovando as células cansadas,
tonificando o nosso sistema nervoso e estimulando todo o funcionamento glandular na
manutenção do equilíbrio orgânico. Em resposta a tudo isto, ainda vem o alimento espiritual
do alto, este remédio divino refrigerando as nossas almas, nos alcançando o ânimo, a
coragem, afastando as angústias, os espíritos perturbadores, sustentando as nossas forças
para prosseguirmos na nossa jornada terrena e alcançando as inspirações para as soluções
de nossas dificuldades.

A prece é um dos maiores instrumentos terapêuticos. É um grande recurso que a própria
medicina está reconhecendo. Muitas pessoas se curam pela fé, acionando essas energias
anímicas e espirituais. O hábito da oração deveria ser natural para todos os seres humanos.
Assim como necessitamos da higiene corporal e do alimento diário, precisamos desta
higiene espiritual e deste alimento divino. O contato contínuo com Deus nosso Pai é tônico
para as nossas almas. Desconsiderar este recurso é o mesmo que afastar o galho do tronco
de uma árvore. Chega um dia que ele resseca pela falta da seiva que vivifica suas folhas.

"No circuito de forças estabelecido com a oração, a alma não apenas se predispõe a
regenerar o equilíbrio das células físicas viciadas ou exaustas, através do influxo das energias
renovadoras que incorpora, espontaneamente, assimilando os raios da Vida Mais Alta a que
se dirige, mas também reflete as sugestões iluminativas das Inteligências desencarnadas de
condição mais nobre, com os quais se coloca em relação.

Orar constitui a fórmula básica da renovação íntima, pela qual divino entendimento desce do
Coração da Vida para a vida do coração." (André Luiz em Mecanismos da Mediunidade)

Não podemos esquecer que não basta orar, mas saber como orar.
Para não nos alongarmos muito nesta questão, sugerimos a leitura do capítulo 25 do
Mecanismos da Mediunidade sobre oração, e as mensagens "A Terapêutica da Prece" e "A
Oração Curativa" ditadas, respectivamente, por Dias da Cruz e Eustáquio através da
psicografia de Chico Xavier inseridas no livro Instruções Psicofônicas.

A mentalização com a visualização do órgão afetado, emitindo ondas mentais de saúde,
atuam sobre a mente das células gerando um condicionamento biológico positivo,
estimulando as células a se regenerarem.
A vontade é o importante agente que aciona os nossos potenciais anímicos. Alavanca do
pensamento, por ela impulsionamos as nossas forças psíquicas para alcançar os objetivos
almejados. Recurso poderoso, deve ser cultivada e fortalecida em nosso íntimo para a
movimentação do nosso campo mental em favor da disciplina das nossas emoções.

O estudo do pensamento é o estudo da nossa natureza íntima e do instrumento corporal que
recebemos para exteriorizar na Terra a nossa individualidade. Tudo isso nos leva a
reconhecer o amor de Deus nosso Pai por cada um de nós que nos possibilita esses
instrumentos para a conquista de nossa felicidade plena conforme a responsabilidade com
que usufruímos as dádivas sublimes. Com o sentimento de veneração pela obra divina que
somos, cabe nos apenas a profunda gratidão à Deus e o cuidado respeitoso que devemos ter
pela nossa saúde mental e física.

Para finalizar, recordamos a afirmação de Calderaro: "É indispensável penetrar a alma,
devassar o cerne da personalidade, melhorar os efeitos socorrendo as causas; por
conseguinte, não restauraremos corpos doentes sem os recursos do Médico Divino das
Almas, que é Jesus-Cristo."

PENSAR É CRIAR. E TODA CRIAÇÃO TEM VIDA E MOVIMENTO.

PENSAMENTOS GERAM NOSSOS ATOS E NOSSOS ATOS GERAM PENSAMENTOS
NOS OUTROS.


Dr. Gilson Luis Roberto
gilsonlr@terra.com.br

MATÉRIA MENTAL

MATÉRIA MENTAL

PENSAMENTO: MATÉRIA MENTAL A SE EXPRESSAR POR ONDAS (ENERGIA) E FORMAS
MENTAIS.


Ondas pensamentos, são as energias em formas de ondas que exteriorizamos da nossas mentes (espírito). São
como "fagulhas" contínuas que carregam uma carga de magnetismo espiritual conforme a natureza daquele
que emitiu.

1- AS ONDAS SÃO ENERGIAS ELETROMAGNÉTICAS A SE GRADUAREM NOS MAIS DIVERSOS TIPOS:

a) Ondas Longas – impressões comuns da criatura humana, em posição vulgar, ondas de simples sustentação
da individualidade, correspondente a manutenção do calor;

b) Ondas Médias – estados menos comuns, tais como atenção ou tensão pacífica, em virtude de reflexão ou
oração;

c) Ondas Curtas – situações extraordinárias, quais sejam as emoções profundas, as dores indizíveis, as
laboriosas e aturadas concentrações mentais ou as súplica aflitivas.


2- FORMAS MENTAIS OU DE PENSAMENTOS: SÃO AS IMAGENS QUE CRIAMOS EM NOSSA TELA MENTAL. TODA
IMAGEM GERA ASSOCIAÇÃO DE IDÉIAS.

Formas pensamentos são as imagens que criamos em nossa tela mental, que também evidenciam o magnetismo
espiritual do seu criador. Essas formas pensamentos podem obter "vida" em nossas mentes com certa
durabilidade conforme a intensidade e a freqüência da mentalização.

As imagens mentais podem ser visuais, auditivas, táteis, olfativas, gustativas, etc. A imagem nunca vem
sozinha, ao imaginarmos associamos a esta imagem nossos sentimentos e significados muitas vezes
inconscientes. Quando pensamos num pessoa amiga, sentimos alegria ou saudades, ao pensarmos num
desafeto sentimos mágoa, raiva ou ódio. A lembrança de uma figura pode nos remeter ao passado, podemos
associar a sentimentos que estão guardados no nosso inconscientes e que muitas vezes nem percebermos.
"Onde há pensamentos, há correntes mentais e onde há correntes mentais existe associação. E toda
associação é interdependência e influenciação recíproca." (André Luiz em Nos Domínios da Mediunidade)

As imagens mentais tem a capacidade de aclarar o entendimento, de ampliar a nossa visão de algo. A imagem
fala por si só, ao conceituarmos um objeto estamos limitando esta imagem a nossa percepção, ao mostrá-la,
cada indivíduo perceberá conforme a sua capacidade.

Professor Pouchet, microbiologista, independente de qualquer associação de idéias, lhe surgiram na mente
imagens de culturas microscópicas enquanto passeava nas ruas de Paris.

Einsten : Teoria da Relatividade. Em criança , imaginava como seria o universo visto por alguém que viajasse
num raio de luz.

Os físicos se utilizam da intuição, da imaginação para visualizar novos modelos de entender o Universos.
Maneira imaginativa de contemplar o problema e após formulá-lo matematicamente. Teoria De Broglie não foi
totalmente entendida pela da comunidade dos físico pela falta de compreensão imaginativa. Preferiram Bohr
pelos complicadíssimos argumentos matemáticos.

A partir do conceito físico, o pensamento seria composto basicamente por três forças fundamentais a
desempenhar funções superiores na mente humana, o corpúsculo mental, o sentimento e a vontade.

"E assim como o átomo é uma força viva e poderosa na própria contextura, passiva, entretanto, diante da
inteligência que a mobiliza para o bem ou para o mal, a partícula de pensamento, embora viva e poderosa na
composição em que se derrama do espírito que produz, é igualmente passiva perante o sentimento que lhe dá
forma e natureza para o bem ou para o mal, convertendo-se, por acumulação, em fluido gravitante ou
libertador, ácido ou balsâmico, doce ou amargo, alimentício ou esgotante, vivificador ou mortífero, segundo a
força do sentimento que o tipifica e configura, nomeável, à falta de terminologia equivalente, como "raio da
emoção" ou "raio do desejo", força essa que lhe opera a diferenciação de massa e trajeto, impacto e
estrutura." (André Luiz em Evolução em Dois Mundos) "Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura
permanece tecido de correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais dentro de
normas que correspondem à lei dos "quanta de energia" e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes
imprimem freqüência e cor peculiares.

Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos da vontade,
estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria." (André Luiz em Mecanismos da Mediunidade)
"Compreendemos assim, perfeitamente, que a matéria mental é o instrumento sutil da vontade, atuando nas
formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou
desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a
alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesma os agentes (por enquanto
imponderáveis), de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade." (André Luiz em Mecanismos da
Mediunidade

Neste sentido, a IDÉIA É UM SER ORGANIZADO, O PENSAMENTO DÁ FORMA E A VONTADE IMPRIME O MOVIMENTO
E A DIREÇÃO.

Na verdade, os conceitos psicológico e físico do pensamentos se interagem, mas por falta de uma
nomenclatura mais adequada para exprimir a nossa idéia, podemos afirmar que o pensamento apresenta um
aspecto subjetivo (psíquico) e um aspecto físico (material).

As ondas e as imagens mentais (matéria mental) criam um campo eletromagnético em torno da individualidade,
também chamado de aura ou halo vital, que exprimi a natureza íntima de cada de ser.

"Considerando-se toda célula em ação por unidade viva, qual motor microscópico, em conexão com a usina
mental, é claramente compreensível que todas as agregações celulares emitem radiações e que essas
radiações se articulam, através de sinergias funcionais, a se constituírem de recursos que podemos nomear
por "tecidos de força", em torno dos corpos que as exteriorizam.

No homem, contudo, semelhantes projeção surge profundamente enriquecida e modificada pelos fatores do
pensamento contínuo que, em se ajustando às emanações do campo celular, lhe modelam, em derredor da
personalidade, o conhecido corpo vital ou duplo etéreo de algumas escolas espiritualistas, duplicata mais ou
menos radiante da criatura.

Assim, temos nessa conjugação de forças físico-químicas e mentais, a aura humana, peculiar a cada indivíduo,
interpenetrando-o, ao mesmo tempo que parece emergir dele, à maneira de campo ovóide, não obstante a
feição irregular em que se configura, valendo por espelho sensível em que todos os estados da alma se
estampam, com sinais característicos e em que todas as idéias se evidenciam, plasmando telas vivas, quando
perduram em vigor e semelhança, como no cinematógrafo comum." (André Luiz em Evolução em Dois Mundos)

"Cada mente é como se fora um mundo de per si, respirando nas ondas criativas que despede – ou na
psicosfera em que gravita para esse ou aquele objetivo sentimental, conforme os próprios desejos -, sem que
a lei de responsabilidade não subsistiria." (André Luiz em Mecanismos da Mediunidade)

Quando freqüentemente repetida, a forma mental adquire vivacidade excepcional, de modo a persistir, por
vezes longamente, depois de extinta a causa geradora. "Essa corrente de partículas mentais exterioriza-se de
cada espírito com qualidade de indução mental, tanto maior quanto mais amplos se lhe evidenciam as
faculdades de concentração e o teor de persistência no rumo dos objetivos que demande." (André Luiz em
Mecanismos da Mediunidade)

"Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, idéia essa que para logo se corporifica, com
intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em
comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir." (André Luiz em Mecanismos da Mediunidade)

Escritores: Dickens e Balzac, ficavam às vezes obsidiados pela visão das personagens por eles idealizadas, ao
ponto de as verem, diante de si, como se fossem personalidades reais.

Pintores com grande poder de visualização chegam a substituir os modelos vivos pelas imagens retidas na
mente. Brierre de Boismont ( em seu livro "As Alucinações") relata a história de um pintor que conseguia, após
a fixação do modelo, visualizar a imagem com mais nitidez que a própria realidade. Acabou não conseguindo
distinguiras imagens mentais das pessoas realmente vivas.

Muitas das chamadas "alucinações" não passam de imagens mentais produzidos pelo indivíduo que passam a
ter "vida" em seu mundo interno. André Luiz nos adverte que muitas destas formas mentais são confundidas
com entidades desencarnadas, quando não passam apenas de imagens corporificadas pela intensidade e
freqüência da mentalização. As formas mentais não descartam a presença de espíritos desencarnados e vice-
versa.

A manutenção constante de nossos pensamento em torno de uma imagem ou sentimento, acaba provocando
atitudes condicionadas a que chamamos reflexos mentais.

Dr. Gilson Luis Roberto
gilsonlr@terra.com.br

sábado, 15 de dezembro de 2007

SOBRE ADÃO , EVA E DARWIN

Adão e Eva
versus
Charles Darwin

Adolfo Guimarães

Charles Darwin, com sua teoria da evolução das espécies continua sendo uma afronta para o grupo dos criacionistas, movimento que defende a origem do homem e do cosmo segundo a Bíblia, conforme relatos do Gênesis. Este grupo insiste em sustentar o mito de Adão e Eva como sendo os pais da civilização humana.
Mesmo em países desenvolvidos, há todo um esforço de comissões para excluir a evolução das espécies do currículo de escolas. Não satisfeitos, pretendem reduzir o espaço dado à teoria do Big Bang, segundo a qual o Universo surgiu há 15 bilhões de anos. Na concepção desses grupos, o objetivo é melhorar em vez de piorar o ensino de ciência nas escolas.
Um em cada quatro universitários dos EUA acredita em Adão e Eva
Segundo pesquisas, 40% dos americanos (e um em cada quatro universitários) acreditam que Deus criou a Terra, as plantas, os animais e Adão à sua imagem e semelhança. E fez isso tudo há menos de dez mil anos, hipótese cientificamente inverossímil. As pesquisas não informam, mas provavelmente, grande parte dos 60% dos que não acreditam no casal bíblico devem sustentar suas hipóteses sobre algum modelo materialista ou, pelo menos, pouco esclarecedor sobre o aspecto espiritual da questão.
O criacionismo restringe-se à concepção dos evangélicos – especialmente dos americanos. Até mesmo a Igreja Católica, desde 1996, considera oficialmente a evolução como mais do que uma hipótese. Em suas novas interpretações teológicas dos textos bíblicos os estudiosos não mais encontram contradição na visão evolucionista que assuma a divindade como causa suprema da criação.
Duvidando e com a escada da evolução armazenada no DNA
De acordo com o projeto genoma, a evolução não é mais uma teoria. Através do estudo do DNA, a molécula nas células de todos os seres vivos que armazena o código hereditário, consegue-se mensurar o grau de parentesco entre as espécies.
Embora ainda não se tenha identificado exatamente qual foi o ancestral comum do homem, uma vez que seus ossos ainda não foram achados, há uma profusão de fósseis de seus descendentes compondo uma escada evolucionária que chega até nós. Os personagens nessa escalada evolutiva são os seguintes:
Australopitecus afarensis, espécie de hominídeo que viveu há 3,5 milhões de anos, na África, e já andava em pé.
Homo erectus, cujos restos existem na África e na Ásia, os primeiros ancestrais do homem a usar pedras como ferramentas, há dois milhões de anos.
Neanderthais, seres maiores e mais fortes que nós, que habitaram a Europa e a Ásia entre 200 mil anos e 40 mil anos atrás. Apesar de possuírem uma caixa craniana maior que a nossa, faltava alguma coisa muito importante para torná-los humanos, provavelmente a fala, atributo dos Homo sapiens, que evoluíram na África há pouco mais de 100 mil anos. De lá saíram para povoar o planeta.
Allan Kardec, Charles Darwin e a evolução:
Interessante é o fato de que, em 1857, Allan Kardec lançava O Livro dos Espíritos, revelando que o aspecto espiritual do homem está em contínuo processo evolutivo. Daí as explicações sobre a reencarnação como encadeamento de sua jornada única e ascendente no tempo, através dos mundos. Os Espíritos Superiores, que assessoravam Kardec, limitariam a informar apenas que Deus criara o homem "simples e ignorante" e que seu progresso é permanente e inevitável.
Em 1859, Charles Darwin lançava sua obra, comprovando cientificamente a evolução das espécies, confirmando que a evolução é uma lei da natureza. Evidenciava-se, portanto, que o aspecto físico do homem está submetido às leis evolutivas.
Assim, Kardec e Darwin são portadores de uma mesma revelação: o primeiro, no que diz respeito ao Espírito, o segundo, no que toca ao corpo físico.
Embora a essência desses ensinamentos sejam óbvias e satisfaçam ao bom senso, caberá à Doutrina Espírita, por algum tempo, continuar fundamentando, com sua peculiar visão clara e simples, este conceito que também revela a perfeição e a excelência das supremas Leis do Criador.
À caminho da perfeição, corpo e espírito se complementam e se aprimoram em sua inevitável marcha cósmica ascensional.
Ainda que o pensamento do homem contemporâneo pareça demorar a evoluir...
(Reproduzido do site Consciência Espírita, com a devida autorização)

SOBRE A TRANSCOMUNICAÇÃO...

A REALIDADE DAS VOZES DE TRANSCOMUNICAÇÃO INSTRUMENTAL (TCI) DEMONSTRADAS CIENTIFICAMENTE EM 05 DE DEZEMBRO DE 2004, DURANTE UMA EXPERIÊNCIA COM MARCELLO BACCI EM GROSSETO ITÁLIA, EUROPA.
Anabela Cardoso
Mario Salvatore Festa
David Fontana
Paolo Presi
Tradução: André Luís N. Soares e Bianca P. Vasques
Original: http://www.terra.es/personal2/986313268/informe.htm

Anabela Cardoso: Diretora Cadernos de TCI e do Centro de Investigação de Cadernos de TCI; Mario Salvatore Festa: Profesor da Universidade de Nápoles; David Fontana: ex-presidente da Society for Psychical Research; Paolo Presi: engenheiro aeronáutico, destacado investigador de TCI. Os quatro autores são associados e investigadores do Il Laboratório Interdisciplinar de Ricerca Biopsicocibernética, Bologna, Itália.
O presente informe descreve as experiências dirigidas com Marcello Bacci em seu laboratório na Itália na tarde do dia 5 de dezembro de 2004, na presença de investigadores experientes da Itália, Portugal e Reino Unido. Marcello Bacci (e.g. Bacci 1985) é um dos mais destacados investigadores internacionais dos fenômenos de transcomunicação Instrumental (TCI), um campo em que trabalha por mais de 30 anos. O propósito deste relatório não é fazer um registro da impressionante evidência proporcionada pelos fenômenos de TCI desde o começo das publicações da mesma, por Jürgenson, Raudive e outros no meado do século XX, pois o assunto está amplamente documentado em outras publicações (e.g. Brune 1993, Senkowski 1995, Brune y Chauvin 1999). A TCI estuda comunicações anômalas, freqüentemente recebidas sob condições controladas por meios eletrônicos como gravadores receptores de rádio, computadores, máquinas de fac-símile e telefones. Muitos desses que investigam o tema estão não só convencidos da realidade destas comunicações, mas também que elas parecem ter origem pelos defuntos e por conseguinte constituem uma base de apoio muito boa para a hipótese da sobrevivência à morte física. Marcello Bacci que teve muito êxito na obtenção destas comunicações em seus próprios experimentos, ele dedica-se a trabalhar com pais e as mães de crianças falecidas em processo de perda, mas ele preocupa-se em trabalhar com cientistas a fim de demonstrar a credibilidade dos resultados (e.g. Laboratório de II na Bolonha, Itália o único laboratório na Europa completamente dedicado ao exame e análise científica de fenômenos presumivelmente paranormais). O próprio Bacci é um técnico de rádio experiente que não tira qualquer lucro financeiro de seu trabalho em TCI e não busca publicidade.

Na experimentação dele em TCI, Bacci usa o método das Vozes Diretas do Rádio (VDR) i.e., o método que tenta obter comunicações diretamente dos locutores dos rádios. Essas vozes freqüentemente se referem aos ouvintes por seus nomes, elas respondem a perguntas que o experimentador ou outras pessoas presentes na experimentação lhes fazem e elas às vezes dão informações excelentes e extensas. Na sua experiência Bacci prefere um rádio a válvulas sintonizadas a ruído branco de ondas curtas. A experiência descrita neste relatório foi à continuação de investigações prósperas levada a cabo com as vozes recebidas por Bacci pelo método das Vozes Diretas de Rádio. Duas destas verificações prévias cuidadosamente controladas são de relevância particular para a experiência presente. A primeira, dirigida na presença do Dr. Ingeniero Carlo Trajna, consistiu em colocar um segundo rádio ao lado do rádio de Bacci, conectado à mesma tomada de corrente elétrica, com antena independente, e sintonizado na mesma freqüência de ondas curtas. Enquanto o rádio de Bacci recebeu as comunicações anômalas, o outro rádio recebeu apenas o ruído branco (e.g. Trajna 1985). Esta experiência contribui fortemente para descartar a hipótese que as comunicações são produzidas fraudulentamente. Na segunda investigação de importância decisiva, o Catedrático Mario Salvatore Festa, professor de Física Nuclear e de Proteção Física de Rádio na Universidade de Nápoles, e o técnico de Rádio Franco Santi retiraram as duas válvulas as duas válvulas ECC85 (a válvula FM) e ECH81 (a válvula convertora AM/SW) do rádio de Bacci durante a recepção das vozes anômalas e verificaram que mesmo sem estas duas válvulas (em cuja ausência não pode ser receber na faixa de ondas curtas emissões normais de rádio) as vozes continuaram inalteradas. Durante esta experiência o Dr. Festa mediu as intensidades do campo elétrico e do campo magnético adjacentes ao rádio e descobriu que nenhum destes campos evidenciava variações entre as duas situações i.e., os campos elétrico e magnético não mudaram com a produção das vozes e os valores medidos enquanto as vozes se manifestavam depois de retiradas as válvulas foram praticamente idênticos para os valores medidos com o rádio desplugado. (ver: Festa 2002 para mais detalhes). A demonstração que as vozes continuaram na ausência das válvulas e que não foram verificadas mudanças nos campos elétricos e magnético durante a recepção das vozes proporciona uma evidência convincente de que as comunicações de Bacci não podem ser atribuídas a emissões fraudulentas.
A presente experiência aconteceu no laboratório de Marcello Bacci em Grosseto, Itália, a luz elétrica de uma bombilha azul de 25-watts montada na parede, situada sobre o rádio e suficientemente clara para permitir aos observadores seguir todos os movimentos de Bacci e de cada um presente na sala. Antes e depois da experiência, o laboratório e o rádio usados por Bacci estavam disponíveis para exame e inspeção por todos os observadores. Quando a sessão experimental começou, Marcello Bacci sentou diretamente a frente a seu rádio Nordmende, modelo Fidelio, dos anos cinqüenta, tendo o Professor Fontana (professor de Psicologia e ex-presidente da Sociedade de Pesquisas Psíquica (SPR) e o atual presidente do Comitê para a Investigação da Sobrevivência da SPR) a seu lado à esquerda e a Dra. Anabela Cardoso (fundadora e diretora de Cadernos de TCI e diretora do Centro de Investigação de Cadernos de TCI) imediatamente por detrás dele e posicionada de tal maneira que pudesse olhar diretamente para o rádio pelo ombro esquerdo dele que pudesse tocar com o queixo. O Professor Festa, já nomeado no contexto de um das duas investigações descritas, sentou-se à esquerda da Dra. Cardoso e Robin Foy (chefe da famosa investigação de Scole no Reino Unido e perito em fenômenos físico-psíquicos) à direita de Bacci. Estes quatro investigadores sempre estavam em estreita proximidade a Marcello Bacci a quem podiam tocar a qualquer momento. O engenheiro aeronáutico Paolo Presi (um dos diretores do IL Laboratório e investigador dos fenômenos Bacci por muitos anos) sentou-se a esquerda do Dr. Fontana, separado dele por Laura Pagnotta, filha da benfeitora Silvana, que tem sido colaboradora direta e observadora do trabalho de Sr. Bacci durante 20 anos. O técnico de Rádio Franco Santi, já citado no relatório de investigação com o Dr. Festa se encontrava livre para se mover por toda sala por razões que à frente se explicarão, enquanto Angello Toriello, também conhecido por Emmanuel, e Sandro Zampieri, ambos observadores diretos de Bacci por muitos anos, se encontravam igualmente na proximidade do centro do experimento. Emmanuel se sentou a direita da Dra. Cardoso, e Sandro imediatamente por detrás do Dr. Festa. O Dr. Amerigo Festa, advogado, outro investigador que trabalhou com Bacci durante alguns anos, acompanhado por sua esposa Rossella Forte, sentou-se igualmente muito próximo, enquanto Sandro Zampieri (Sandro é o tradutor oficial do grupo para o idioma inglês) com sua esposa María, Carmelina e Gennaro Darão, Franco Grigiotti, um velho e íntimo amigo de Marcello, Angela e Luciano Manzoni, responsável pelo registro das sessões em fita de áudio e pelas transcrições das comunicações, sentaram-se também na proximidade. Na sala encontravam-se ainda algumas mães que perderam seus filhos e outros pesquisadores admitidos excepcionalmente à sessão, num total de 37 pessoas.
O rádio estava colocado sobre um banco de trabalho contra a parede diretamente à frente dos investigadores, e em tal oposição sua parte traseira era inacessível e só poderia ser alcançada por alguém que estivesse em frente e virada sobre o banco. A parte traseira não tem tampa e havia bastante espaço entre o rádio e a parede a permitir que o técnico de Rádio Franco Santi acessá-lo apoiando-se no banco. Na inspeção feita antes do experimento se verificou que não havia nenhum acesso ao aparelho por buracos no banco ou na parede. Por detrás de Bacci e dos investigadores haviam linhas de cadeiras separadas deles por aproximadamente um metro e meio, onde se sentaram os que habitualmente freqüentam as sessões de Bacci para os pais e mães que vivem a perda de um filho. Nenhum membro deste grupo participou, no experimento, de nenhuma maneira nem se aproximou do rádio usado por Bacci no curso da experiência.
Os trabalhos começaram às 19:10min com Bacci, os investigadores e os restantes dos espectadores todos nos seus respectivos lugares. Gravadores de áudio (analógicos e digitais) foram conectados para gravar os eventos. Bacci iniciou a experimentação ligando o rádio e selecionando a faixa de ondas curtas. Como é a sua prática habitual, começou a mover o botão de sintonia lentamente na faixa dos 7 para as 9 megahertz. Como era de se esperar, este produziu um ruído de transmissões de rádio misturadas com o ruído branco. Bacci explicou em italiano que estava 'buscando um bom ruído branco.' Este procedimento continuou durante uns 15 ou 20 minutos até que Bacci disse em italiano 'sinto-os, eles virão.' Naquele momento deixou de girar o botão de sintonia e se escutou o ruído branco substituindo por um som como de uma corrente de ar ou de ondas. Em seguida este ruído terminou (não obstante escutou-se simultaneamente novamente com as vozes muitas vezes durante a experiência, como se fosse o portador das palavras) e se iniciaram a ouvir vozes que vinham do rádio. As primeiras palavras foram em italiano e se seguiram outras em epanhol. Bacci, sempre em italiano, informou aos comunicadores que eles poderiam falar em português, inglês ou espanhol. Então os comunicadores invisíveis se dirigiram a David Fontana e Robin Foy em inglês e para Anabela Cardoso em espanhol.
Na sessão que se seguiu, a qual durou aproximadamente uma hora, escutou-se o que pareciam ser cinco ou seis vozes distintas que falavam em inglês, espanhol e em italiano. Algumas dessas vozes tinham uma clareza semilar a vozes normais, outros tinham a característica de muitas vozes de TCI que as tornam distintas da articulação normal. Estas vozes possuíam igualmente a semântica rara que caracteriza muitas comunicações de TCI igualmente (e.g. ao dirigir-se a Dra. Cardoso, o comunicador disse “Anabela, you are going to the learning boss”. Trad. -Anabela. “Vá para o chefe, aprendiz”) e também o ritmo do discurso parabólico, como de uma onda. Algumas vezes a onda sonora portadora das vozes se distorcia mas não obstante o significado de aproximadamente 70 por cento do discurso foi claro e diretamente entendido pelos observadores acima citados, cinco dos quais falam italiano e inglês e um deles (a Dra. Cardoso, diplomática portuguesa de longa carreira que vive na Espanha a maior parte do tempo) fala em todos os idiomas utilizados e em português, sua língua materna. As vozes se referiram aos presentes por seus nomes próprios e se dirigiram o Dr. Fontana por seu nome e sobrenome (“David Fontana” possivelmente para diferenciar de David Pagnotta que se encontrava presente na sala) e depois acrescentaram “Ciao David”. Bacci foi chamado muitas vezes por “Marcello” ou “Bacci”. Todos os nomes foram pronunciados claramente e foram facilmente reconhecidos por todos. Algumas vezes as vozes responderam a uma língua distinta da usada pelo interrogador, e algumas vezes trocaram o idioma no curso das suas respostas. Nem todas as perguntas foram respondidas e algumas delas foram somente depois de um intervalo.
O incidente mais significativo e que marca esse experimento como de importância histórica não somente no campo da investigação em TCI, mas também na área de investigação de fenômenos psíquicos em geral, ocorreu quase ao final da sessão. Como foi anteriormente mencionada a descoberta do Prof. Festa e do técnico Santi de que a retirada de duas válvulas do rádio não impedia a recepção das comunicações anômalas proporcionou evidência crucial de que as vozes não são produzidas por transmissores fraudulentos. Todavia houve sugestões de críticos dizendo que mesmo sem essas duas válvulas ainda era tecnicamente possível que o rádio produzisse som em outras bandas. Em consequência, com permissão de Marcello Bacci, foi decidido que o atual experimento todas as válvulas fossem retiradas durante a recepção das vozes anômalas. Assim, aproximadamente uma hora depois do começo das vozes e enquanto elas continuavam, o técnico de rádio Franco Santi se inclinou sobre o banco de trabalho e retirou quatro válvulas e depois de uma pequena pausa em razão do cristal da quinta [válvula] está muito quente para prosseguir, retirou a quinta e última válvula. As cinco válvulas, ECC85, ECH81 (as duas válvulas retiradas no experimento de 2002), EF89 (o amplificador de freqüência intermediário), EABC80 (odetector de AM/FM e amplificador de baixa freqüência), e EL84 (o amplificador de potência final) puderam ser vistos fora do rádio e foram colocados à vista de todos sobre o banco de trabalho. Não obstante, a ausência das válvulas as vozes continuaram com o mesmo volume e clareza de antes.
Quando as vozes fizeram uma pausa, Marcello Bacci, sem prévio aviso e cedendo obviamente a um impulso de momento, desconectou o rádio do aparelho e a luz que iluminava o dial desapareceu. Depois de 11 segundos de silêncio (os tempos indicados neste documento, foram cronometrados da fita gravada durante o experimento) os observadores puderam escutar assobios modulados (sons similares a chicotadas) e o som que habitualmente precede a recepção das vozes paranormais de Bacci, é semelhante a um vórtice de ar. A voz do comunicador invisível, misturada com assobios, recomeçou 21 segundos depois do rádio desconectando e continuou durante 23 segundos (cronometrados na fita) com a mesma qualidade acústica que se escutava anteriormente, pode ser que um pouco mais lenta, mas com a mesma claridade. Quando o discurso terminou, os assobio permaneceram por mais 6 segundos enquanto o vórtice que se escutava ao fim da última frase se tornou menos intenso e desapareceu ao cabo de 12 segundos. Ainda assim, o contato não parecia haver terminado, pois, 53 segundos mais tarde pode-se ouvir de novo o vórtice e ao mesmo tempo uma voz masculina muito fraca que parecia se produzir nele e dizer a frase que Mario Festa acabara de pronunciar “Siete grandi!” (Sou grande!). O fenômeno durou 2 minutos e 20 segundos depois que o rádio foi desligado.
Durante este tempo o técnico de rádio Franco Santi inspecionou o interior do rádio com sua pequena lanterna a pilhas e uma faísca do mesmo foi visto por momentos através do cristal do dial do rádio. Última parte do experimento não foi planejada e provocou grande surpresa por parte dos observadores. Nas três etapas do experimento (rádio conectado com as válvulas em suas posições normais, rádio conectado com as válvulas retiradas e rádio desconectado com as válvulas ausentes) as vozes saíram inequivocadamente do altofalante do rádio mantendo a mesma claridade e o mesmo volume depois que o aparelho foi desconectado. Voltou-se a ligar o rádio durante um breve período, mas não se ouviu mais vozes e se concluiu o experimento.
Franco Santi girou o rádio num ângulo de 90 graus para que todos pudessem inspecionar detalhadamente seu interior com todas as luzes da sala agora acesas. A Dra. Cardoso e o Professor Fontana fotografaram o interior do rádio e as cinco válvulas. O advogado Amerigo Festa, que também documentou o acontecimento com sua câmera de vídeo levantou uma ata detalhada do acontecimento e este documento foi declarado correto e assinado por todos os presentes.
Na opinião dos autores deste informe e de todos os outros bem informados observadores presentes, este experimento é de crucial importância na história da investigação psíquica porque a persistência da recepção das vozes na ausência das válvulas e durante o período quando o rádio estava desconectado conclusamente descarta qualquer possibilidade de fraude de emissões de rádio perdidas. O experimento foi conduzido na presença e com a participação de investigadores com muitos anos de experiência na área da TCI e outras áreas da investigação psíquica (no caso do Dr. Festa, do técnico de rádio Franco Santi e do engenheiro aeronáutico Paolo Presi, também com experiência em tecnologia de rádio; Paolo Presi é ainda um experiente ouvinte de onda curta, “Short Wave Listener”, com a licencia SWL No. 2330), e isto não deixa espaço a acusações de observação incorreta ou outras formas de erros no desenvolvimento da experimentação. Os resultados deste experimento, conjuntamente com os resultados obtidos no experimento do Dr. Festa e de Franco Santi em 2002, proporcionam uma evidência concludente sobre a autenticidade das vozes de Bacci.
Resumo dos eventos acústicos evidenciados na fita gravada:
t = 00 seg. Bacci desconecta o rádio.
Silencio.
t = 11 seg. Os assobios modulados começam (sons similares a chicotadas) e o sinal convencional habitual, similar a um turbilhão de ar, começa a assobiar.
t = 21 seg. Se escuta uma voz entre os assobios.
t = 44 seg. A voz termina mas os assobios y el vórtice continuam sendo escutados.
t = 50 seg. Os assobios terminam.
t = 56 seg. O vórtice termina.
Silencio.
t = 109 seg. Se inicia a escutar um novo vórtice.
t = 127 seg. Fraca voz masculina no fundo que parece comentar a exclamação de Mario Festa “Siete grandi!” (Sou grande!).
t = 140 seg. Fim do vórtice y fim do contato.
Silencio.
Referências
Bacci, M. (1985). Il Mistero Delle Voci Dall’Aldilà. Roma: Edizioni Mediterranee.
Brune, F. (1993). Les Morts Nous Parlent. Paris: Philipp Lebaud.
Brune, F. y Chauvin, R. (1999). A L’Ecoute de L’Au-Delà. Paris: Philippe Lebaud.
Festa, M. (2002). A particular experiment at the psychophonic centre in Grosseto, directed by Marcello Bacci. Cuadernos de TCI 10, 27-31.
Senkowski, E. (1995). Instrumentelle Transkommunikation. Frankfurt: R. G. Fischer Verlag.
Trajna, C. (1985). Introducción en Bacci Il Mistero Delle Voci Dall’Aldilà. Roma: Edizioni Mediterranee.