quinta-feira, 12 de novembro de 2009

TEMAS DE O REFORMADOR

Editorial
Espiritismo e Educação

(*)Edição de Novembro de 2009

No final do capítulo III do Livro III de O Livro dos Espíritos,1 que trata da Lei do Trabalho (Questões 685-685a), Allan Kardec tece comentários a respeito da importância da educação na formação moral do ser humano, os quais, pela sua permanente atualidade, transcrevemos:

[...] Há um elemento a que não se tem dado o devido valor e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria: a educação. Não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, àquela que cria hábitos, uma vez que a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Quando se pensa na grande quantidade de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de admirar as consequências desastrosas que daí resultam? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar com menos dificuldade os dias ruins que não pode evitar. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Eis aí o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, a garantia da segurança de todos.

Neste contexto, o Espiritismo nos proporciona as condições necessárias para um processo de constante autoeducação, com a formação de hábitos bons. O estudo metódico dos ensinos espíritas; a prática sistematizada da reunião do Evangelho no Lar; o perseverante trabalho nos núcleos espíritas, atendendo aos que buscam assistência e orientação; assumindo tarefas de ensino espírita às crianças, aos jovens, aos adultos e aos idosos; dedicando-se à difusão do Espiritismo por todos os meios lícitos de comunicação; exercendo a mediunidade dentro dos nobres princípios que o Evangelho inspira; cultivando a solidariedade, a fraternidade e a paciência em todas essas realizações, representam, sem dúvida, ações lógicas e coerentes que atendem à nossa real necessidade de evolução e ajudam outros companheiros de jornada evolutiva a encontrarem motivação, ânimo e compreensão para os naturais desafios que enfrentam.

Desta forma, gradativa e constantemente, vamos substituindo os velhos e infelizes hábitos que possuímos, caracterizados pelo egoísmo e pelo orgulho, por novos e bons hábitos, caracterizados pela maior presença dos ensinos do Evangelho, que nos libertam para níveis mais altos.

1KARDEC, Allan. Ed. Comemorativa do Sesquicentenário. Trad. Evandro Noleto Bezerra. Rio de Janeiro: FEB, 2007.

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