sexta-feira, 20 de setembro de 2013

VOLTANDO A LÉON DENIS....

Todas as obras de Léon Denis são de uma profundidade espetacular . Tenho me maravilhado bastante com algumas delas e ,desta vez , trago algumas reflexões acerca de algumas passagens encontradas em "O Problema do ser , do Destino e da Dor" onde ele nos alerta a respeito das nossas relações com os nossos semelhantes:
Em todas as nossas relações sociais, em nossas relações com os nossos semelhantes, é preciso lembrarmo-nos constantemente de que os homens são viajantes em marcha, ocupando pontos diversos na escala da evolução pela qual todos subimos. Por conseguinte, nada devemos exigir, nada devemos esperar deles que não esteja em relação com seu grau de adiantamento. A todos devemos tolerância, benevolência e até perdão; porque se nos causam prejuízo, se escarnecem de nós e nos ofendem, é quase sempre pela falta de compreensão e de saber, resultantes de desenvolvimento insuficiente. Deus não pede aos homens senão o que eles têm podido adquirir à custa de lentos e penosos trabalhos. Não temos o direito de exigir mais. Não fomos semelhantes aos mais atrasados deles? Se cada um de nós pudesse ler em seu passado o que foi, o que fez, quanto não seria maior nossa indulgência para com as faltas alheias! Às vezes, também nós carecemos da mesma indulgência que lhes devemos. Sejamos severos conosco e tolerantes com os outros. Instruamo-los, esclareçamo-los, guiemo-los com doçura, é o que a lei de solidariedade nos preceitua.
nos lembrando da importância da tolerância , da benevolência e do perdão como balizadores da nossa ação . E que estamos todos nós em marcha rumo ao progresso , sendo fundamental a compreensão e o respeito, uns com os outros . Ele nos lembra que Deus que é o nosso Pai Misericordioso não nos pede mais do que podemos dar , e , assim , da mesma maneira , devemos agir com o nosso próximo ... O cuidado então passa a ser fundamental a fim de se evitar rigor e constrangimento, já que cada um de nós a seu modo está caminhando para o progresso , no uso do seu tempo e aproveitando melhor cada oportunidade e construindo a busca da sua felicidade. E a esse respeito ele nos coloca que...
A felicidade não está nas coisas externas nem nos acasos do exterior, mas somente em nós mesmos, na vida interna que soubermos criar. Que importa que o céu esteja escuro por cima de nossas cabeças e os homens sejam ruins em volta de nós, se tivermos a luz na fronte, alegria do bem e a liberdade moral no coração? Se, porém, eu tiver vergonha de mim mesmo, se o mal tiver invadido meu pensamento, se o crime e a traição habitarem em mim, todos os favores e todas as felicidades da Terra não me restituirão a paz silenciosa e a alegria da consciência. O sábio cria, desde este mundo, para si mesmo, um refúgio seguro, um lugar sagrado, um retiro profundo aonde não chegam as discórdias e as contrariedades do exterior. Do mesmo modo, na vida do espaço a sanção do dever e a realização da justiça são de ordem inteiramente íntima; cada alma traz em si sua claridade ou sua sombra, seu paraíso ou seu inferno. Mas, lembremo-nos de que nada há irreparável; a situação atual do Espírito inferior não é mais que um ponto quase imperceptível na imensidade de seus destinos
...nos deixando pistas bem claras que essa caminhada deve estar carregada de luz , de alegria no bem , na liberdade da escolha e do avanço moral , tudo isso sendo encontrado de verdade e de fato dentro de cada um de nós. em mais essa oportunidade , ele nos deixa claro que a busca deve ser na direção interna , da essência que cada um de nós tem e esquece de despertar . E o caminho para esse despertamento se dá através de uma ação forte para a liberação das nossas melhores possibilidades , sendo
O uso mais nobre que se pode fazer das faculdades é trabalhar por engrandecer, desenvolver, no sentido do belo e do bem, a civilização, a sociedade humana, que tem as suas chagas e fealdades, sem dúvida, mas que é rica de esperanças e magníficas promessas; essas promessas transformar-se-ão em realidade vivaz no dia em que a humanidade tiver aprendido a comungar, pelo pensamento e pelo coração, com o foco de amor, que é o esplendor de Deus. Amemos, pois, com todo o poder do nosso coração; amemos até ao sacrifício, como Joana d'Arc amou a França, como o Cristo amou a humanidade, e todos aqueles que nos rodeiam receberão nossa influência, sentir-se-ão nascer para nova vida. Ó homem, procura em volta de ti as chagas a pensar, os males a curar, as aflições a consolar. Alarga as inteligências, guia os corações transviados, associa as forças e as almas, trabalha para ser edificada a alta cidade de paz e de harmonia que será a cidade de amor, a cidade de Deus! Ilumina, levanta, purifica! Que importa que se riam de ti! Que importa que a ingratidão e a maldade se levantem na tua frente! Aquele que ama não recua por tão pouca coisa; ainda que colha espinhos e silvas, continua sua obra, porque esse é seu dever, sabe que a abnegação o engrandece.
...onde ele ressalta que todo esse esforço , toda essa dedicação estão ligados ao trabalho e ao amor que ajudam a transformar toda a nossa intenção em realidade , todo o nosso propósito em atitude , todas as nossas promessas em compromisso que devemos ter , primeiramente com cada um de nós , com o outro e com todo o coletivo que nos cerca.....

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