domingo, 7 de setembro de 2008

SÉRIE PRA PENSAR...

O ATEU

“Cada dia que surge constitui uma nova vida
para quem sabe viver”
(Horácio)



Em certa localidade do interior de Minas Gerais, morava um ateu incorrigível. Era casado com linda e digna mulher e possuía um único filho, que contava 12 anos e se constituía o seu maior tesouro.
O ateu, tanto quanto possível, não perdia a oportunidade de revelar seu ateísmo doentio, zombando da crença alheia. Sua prendada esposa o advertia, quase sempre, sem proveito. Contudo, o ateu continuava negando a Deus, multiplicando seu ouro e adorando seu único filho.
Quando menos esperava, a morte veio silenciosa e levou-lhe o filho. Isso entristeceu o coração materno e encheu de desespero o cérebro do ateu.
Passaram-se dois anos. O ateu, agora magro e pobre, sem a esposa que também fora levada para o além, sentia-se só e doente. A conselho de alguns amigos, batera à porta de vários templos, até que, numa tarde abençoada, foi ter a uma sessão espírita.
Aí começou a receber os primeiros socorros. Seu coração, trabalhando pela dor, perdera as vestes negras da vaidade e do orgulho. E numa noite, quando mais se mostrava convicto da verdade espírita, o filho incorpora-se num médium e lhe fala:
“Meu pai, como me sinto feliz em vê-lo aqui! Como demorou a encontrara a grande estrada! Graças a Deus que veio! Mas foi preciso que eu e minha mãe pedíssemos muito a seu favor, para que o pai do céu nos atendesse. Vou contar-lhe uma historieta que um de meus mentores me contou com relação ao nosso caso:
‘Numa aldeia da Índia, vivia um fazendeiro rico que se especializara na criação e seleção de animais. Possuía grande quantidade de vacas reprodutoras de boa qualidade. Era um homem bom e prestativo. Desejava ajudar a todos os seus irmãos de ramagens na Terra. E assim resolveu partilhar sua obra com seus vizinhos de outra aldeia, limitada em seus rumos por um pequeno rio. Mandou selecionar alguns bois e uma vaca que possuía um único bezerro e os enviou aos seus companheiros.
Mas, na passagem do rio, todos os bois passaram, menos a vaca e o bezerro. Tudo foi tentado sem proveito. Alguém, porém, alvitrou: ‘Amarrem o bezerro e atravessem com ele o rio, que a vaca acompanhá-lo-a...’. De fato, a vaca, vendo o filho amarrado, berrando, pedindo socorro e atravessando o rio, não se fez de rogada e também o atravessou...’.
Aí está, meu pai, a lição preciosa que a historieta nos dá. Foi preciso que eu também fosse amarrado pela enfermidade e jogado no rio da morte para que o senhor atravessasse o rio do preconceito e viesse até mim. E assim sentisse como está sentindo comigo a verdadeira vida e, desse modo, iniciar o resgate de suas faltas!
Louvado seja Deus, que o iluminou na dor para compreender a realidade espiritual.

Nivaldo Sernaglia
http://www.jornaldemocrata.com.br

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